Segundo o texto, filósofos procuraram provar que, em relaçã...

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Q3128946 Português
          Ao contrário da maioria dos humanos, eu me conectaria à “máquina da felicidade”, descrita no célebre experimento mental de Robert Nozick. Para quem não conhece, o filósofo pede que imaginemos uma engenhoca capaz de gerar estímulos prazerosos tão perfeita que, se nos ligássemos a ela, viveríamos uma vida de júbilos, que não teríamos como distinguir da realidade, e pergunta se escolheríamos a máquina ou a realidade.

       Nozick criou seu experimento para refutar o hedonismo ético, isto é, a ideia de que o prazer é o fim que todos perseguimos. Se a maioria prefere a realidade à máquina, está provado que o prazer não é tudo que importa. Embora Nozick nunca tenha submetido seu experimento a testes, outros autores o fizeram, constatando maiorias a favor do real que ficam entre 70% e 85%.

     Por um bom tempo, a conclusão de Nozick foi considerada válida, mas filósofos começaram a questioná-la e a demonstrar que não é tanto que desejemos o real, mas sim que rejeitemos mudanças. Isso fica claro se modificarmos o experimento. Em vez de perguntar ao sujeito se ele quer ser ligado à máquina, nós o informamos de que passou a vida conectado a uma e o questionamos se deseja permanecer nessa condição ou passar a viver “na realidade”. Nesse caso, a proporção dos que preferem o real cai para 13%.

       Minha opção pessoal pela máquina é mais singela. Ainda que exista uma realidade objetiva ou mesmo transcendente, somos prisioneiros daquilo que estamos equipados para perceber como real. Nesse contexto, o experimento se torna só uma pergunta sobre ter mais ou menos prazer. E não vejo razão para ter menos, já que, para todos os efeitos, essa seria nossa realidade.


(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/
helioschwartsman/2023/06/a-felicidade-num-clique.shtml)
Segundo o texto, filósofos procuraram provar que, em relação ao experimento mental proposto por Nozick, a maioria das pessoas
Alternativas

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" Em vez de perguntar ao sujeito se ele quer ser ligado à máquina, nós o informamos de que passou a vida conectado a uma e o questionamos se deseja permanecer nessa condição ou passar a viver “na realidade”. Nesse caso, a proporção dos que preferem o real cai para 13%."

Alternativa: A

B) Refuta a ideia de ser ligada para sempre a uma máquina.

Errado porque, segundo o texto, a maioria rejeita a ideia de se ligar à máquina inicialmente, mas quando informada de que já está conectada, a maioria prefere permanecer nessa condição. Não se trata de refutar a ideia "para sempre", mas de resistir a mudanças no estado atual.

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C) Gostaria de ter uma vida com mais prazeres e alegrias.

Errado porque o texto não indica que a maioria das pessoas deseja mais prazeres ou alegrias. Na verdade, ele mostra que muitos preferem a realidade (ou o que percebem como tal) à promessa de prazer contínuo na máquina. A escolha não está centrada em "mais prazeres", mas em manter a situação conhecida.

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D) Demonstra receio de mudanças repentinas ou superficiais.

Parcialmente correto, mas não é o ponto principal do texto. O receio de mudança pode explicar parte das escolhas, mas o texto foca em como a maioria prefere permanecer na situação atual (seja real ou simulada), sem necessariamente explorar a superficialidade ou rapidez da mudança.

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E) Aceita a contragosto e com dificuldade a vida que leva.

Errado porque o texto não sugere que as pessoas aceitam sua vida "com dificuldade" ou "a contragosto". Ele simplesmente destaca que, ao serem informadas de que já estão na máquina, a maioria prefere não alterar essa condição. Não há menção de insatisfação ou sofrimento.

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A alternativa A é a mais adequada porque reflete a conclusão do texto: as pessoas tendem a preferir permanecer na situação em que se encontram, seja ela real ou simulada.

GABARITO A

que não é tanto que desejemos o real, mas sim que REGEITAMOS mudanças.

Resposta: A)

[...] Por um bom tempo, a conclusão de Nozick foi considerada válida, mas filósofos começaram a questioná-la e a demonstrar que não é tanto que desejemos o real, mas sim que rejeitemos mudanças. [...]

(Início do 3º parágrafo)

GAB. A

Na alternativa D ele fala sobre o receio da mudança, algo que está no texto, porém relata essas serem repentinas e superficiais, isso já não se encontra no texto, seria mais uma opinião pessoa e a chamada da questão é "segundo o texto" e não "se deduz do texto"

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