Enquanto construção social, a infância é

A alternativa correta é a A, que afirma que a infância é uma invenção, uma fragmentação arbitrária fundamentada no acontecimento universal e natural do ciclo da vida.

Para compreender essa afirmação, é importante considerar que a infância, tal como a entendemos hoje, é um conceito que foi socialmente construído ao longo da história. Isso significa que as ideias que temos sobre o que é ser criança e como as crianças devem ser tratadas variam de acordo com o contexto cultural, social e histórico. Em outras palavras, a percepção da infância não é algo estático, mas sim dinâmico e sujeito a mudanças ao longo do tempo.

Historiadores, como Philippe Ariès, argumentam que a ideia de infância como uma fase distinta da vida e merecedora de atenção especial é um fenômeno relativamente recente, surgindo com mais força a partir da modernidade.

Não se deve interpretar "invenção" como algo que não existe ou é puramente fictício, mas como um conceito que foi criado e é mantido pelas práticas sociais. A infância, como a conhecemos, é produto de uma série de transformações nas esferas econômica, política, social e cultural que definiram novas maneiras de entender e organizar as etapas da vida humana.

Esta compreensão é essencial para profissionais da educação, pois impacta diretamente em como as políticas públicas são formuladas, como as práticas pedagógicas são desenvolvidas e como a sociedade em geral se posiciona em relação às crianças e aos seus direitos.

As demais alternativas não são corretas pois tentam definir a infância de modos que não contemplam sua construção social complexa. Eles reduzem a infância a aspectos meramente cognitivos (alternativa B), a uma etapa de crescimento com limites sociais (alternativa C) ou a um momento biológico (alternativa D), sem reconhecer a infância como um conceito que é historicamente situado e sujeito a mudanças de acordo com os valores e práticas de uma sociedade.

uma invenção, uma fragmentação arbitrária fundamentada no acontecimento universal e natural do ciclo da vida.

Tomar a infância como invenção, ou seja, como construção social, significa considerar o sujeito infantil como constituído nas práticas culturais e pelas mesmas, sendo que mesmo o conhecimento sobre a infância é produzido por uma determinada construção histórica e, ao mesmo tempo, produz o objeto que se propõe conhecer.

Author: Betina Hillesheim, Neuza Maria de Fátima Guareschi

Publish Year: 200