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Q1125752 Relações Internacionais

No que se refere à política externa dos Estados Unidos da América (EUA) e aos respectivos desdobramentos regionais, bem como ao relacionamento daquele país com o Brasil, julgue o item a seguir.


O apoio à maior e mais eficiente articulação de atores e recursos públicos a projetos de conservação da biodiversidade e a projetos de capacitação técnica e profissional para jovens empreendedores representa, no presente, o eixo orientador da cooperação ao desenvolvimento prestada pelos Estados Unidos da América (EUA) ao Brasil.

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A política externa dos EUA tem sido marcada, quase que desde a sua formação como Estado, no século XVIII, pela lógica do que intelectuais internacionalistas chamam de proposta realista, baseada na auto-ajuda, sempre buscando segurança e poder. 
Ou seja, as ações do país na arena internacional circulam em torno de seus interesses para manutenção de seu poder e de sua segurança. A cooperação com o outro visa, mais do que tudo, a meta de assegurar a posição estadunidense de hegemonia. É uma power politics – política de poder. 
O apoio à manutenção da biodiversidade, primordialmente na Amazônia por ser considerada o “pulmão do mundo", atende à lógica acima descrita e faz parte da agenda de política externa dos EUA em alguns governos, como por exemplo no governo Obama. 
Desde a eleição de Donald Trump, porém,  a política de poder tem seguido outra agenda. Daí, os acordos com o Brasil visam, mais do que tudo, ampliar a cooperação bilateral no setor de pesquisas e desenvolvimento militares, para o período de 2020 a 2030. 
Foi também assinado por Trump e Bolsonaro, no início do ano de 2020, um memorando de entendimento no programa dos Estados Unidos para a América Latina, denominado “América Cresce". Este é um programa destinado à contenção da influência da China na América Latina, o qual contém medidas de apoio a investimentos na região. 
Os setores de interesse são, basicamente, aqueles que tem, direta ou indiretamente, apelo para a manutenção de Segurança através de recursos de poder militar. Daí o direcionamento da cooperação para os setores aeroespacial, ciência, tecnologia, saúde e inovação. Além disto, ambos os governos adotaram um programa denominado Science and Technology Work Plan para o período 2020-2030. 
Pelas informações disponibilizadas por órgãos do próprio governo brasileiro é possível perceber que a afirmativa apresentada na questão está incorreta. Existem propostas e programas de cooperação entre EUA e Brasil, sim. Mas, não estão direcionados, ao menos no presente momento, para a garantia da biodiversidade. 
RESPOSTA: ERRADO

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Comentários

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"projetos de conservação da biodiversidade";

A Amazônia que o diga...

Fundos europeus de conservação da amazônia são protagonistas.

Os EUA sequer assumem seu papel internamente com relação à sustentabilidade. O próprio presidente Donald Trump deixou claro a prioridade comercial em detrimento do meio ambiente durante seu governo. Quem dirá orientar outros países com relação ao assunto.

O eixo orientador da cooperação ao desenvolvimento prestada pelos Estados Unidos da América (EUA) ao Brasil certamente não se apoia em "projetos de capacitação técnica e profissional para jovens". Há, porém, diversas ações e compromissos importantes:

  • Apoio do Brasil à entrada da OCDE
  • ACET, assinado em 2020
  • Programa América Cresce (governo Trump)

As prioridades da USAID no Brasil concentram-se, atualmente, no meio ambiente e na saúde, abrangendo a conservação da biodiversidade e a mitigação da mudança do clima, e apoiando desafios na área de controle da tuberculose, da malária e do HIV/aids.

A USAID e o governo brasileiro têm cooperado para conservar a biodiversidade na Amazônia brasileira no âmbito da Parceria EUA-Brasil para a Conservação da Biodiversidade da Amazônia (PCAB), lançada em 2014. Em 2017, com a criação da Plataforma de Parcerias para a Amazônia (PPA), a USAID ampliou seu foco no engajamento com o setor privado para encontrar soluções de desenvolvimento conjunto e conservação da biodiversidade na Amazônia brasileira.

Em 2019, Brasil e EUA assinaram uma carta de intenções para o lançamento de um fundo de investimentos de impacto focados em biodiversidade para a Amazônia brasileira, com vistas a catalisar o investimento sustentável na região. O Amazon Biodiversity Impact Investment Fund foi lançado em 2019.

A USAID também apoia programas de capacitação de jovens em situação de risco para o mercado de trabalho no Brasil (como por meio do programa de educação socioprofissional “Enter Jovem Plus”, em parcerias com empresas privadas).

Fonte: Prof. Bruno Rezende

Ou seja, ao contrário do que disse a professora do QC e os colegas nos comentários, a conservação da biodiversidade estava no cerne da colaboração com a Agência dos EUA para o desenvolvimento internacional (USAID) à época (se foi realizada ou não, é outra história).

Acredito em 2 possíveis erros: a capacitação não é de "jovens empreendedores" e a articulação é mais voltada a recursos privados, ou ao menos deveria falar em recursos públicos e privados.

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