Nos versos “Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, / A que...

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Q2716295 Português

Leia os textos 1 e 2 para responder às questões de números 51 a 55.


Texto 1

Destes penhascos fez a natureza

O berço, em que nasci! oh quem cuidara,

Que entre penhas tão duras se criara

Uma alma terna, um peito sem dureza!


Amor, que vence os tigres por empresa

Tomou logo render-me; ele declara

Contra o meu coração guerra tão rara,

Que não me foi bastante a fortaleza.


Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,

A que dava ocasião minha brandura,

Nunca pude fugir ao cego engano:


Vós, que ostentais a condição mais dura,

Temei, penhas, temei; que Amor tirano,

Onde há mais resistência, mais se apura.

(Cláudio Manuel da Costa. Poemas, 1966)


Texto 2

A palavra Minas

Minas não é palavra montanhosa

É palavra abissal. Minas é dentro

e fundo.

As montanhas escondem o que é Minas.

No alto mais celeste, subterrânea,

é galeria vertical varando o ferro

para chegar ninguém sabe onde.


Ninguém sabe Minas. A pedra

o buriti

a carranca

o nevoeiro

o raio

selam a verdade primeira, sepultada

em eras geológicas de sonho.

Só mineiros sabem. E não dizem

nem a si mesmos o irrevelável segredo

chamado Minas.

(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)

Nos versos “Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, / A que dava ocasião minha brandura, / Nunca pude fugir ao cego engano:” (texto 1) e “Só mineiros sabem. E não dizem / nem a si mesmos o irrevelável segredo / chamado Minas.” (texto 2), as expressões em destaque estabelecem entre as orações, respectivamente, relações de

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