De acordo com a teoria da ecologia criminal formulada pela E...
Leia com atenção trechos da reportagem abaixo:
Pesquisa inédita diz que não há relação direta entre homicídios na zona sul de São Paulo e o tráfico de drogas
Estudo desvincula tráfico de violência
Pesquisa inédita reproduz a geografia das drogas em São Paulo e revela que não se pode associar diretamente o tráfico à violência, principalmente aos homicídios.
Mostra também que a maconha é a droga mais apreendida e que ela é mais usada em bairros de classe média da região sudoeste da cidade, como Pinheiros, Campo Belo e Vila Mariana.
O estudo, realizado pela Fundação Escola de Sociologia e Política (Fesp), com apoio do Ilanud, órgão da ONU que trata da violência, e do Conen (Conselho Estadual de Entorpecentes), fez o levantamento das prisões de pessoas acusadas de uso e de tráfico de drogas nos distritos policiais da capital, durante o segundo semestre de 1996. O trabalho foi concluído no final de 1997.
Nesse período, houve 501 casos de apreensão de maconha, 362 de cocaína e 358 de crack. A maconha representou mais de um terço das apreensões.
Segundo a pesquisa, o maior volume de prisões de traficantes acontece no centro e na zona norte da cidade. Nessas regiões, estão os bairros onde ocorreram entre 6 e mais de 20 prisões de traficantes no segundo semestre de 1996.
De acordo com o chefe do CPM (Comando de Policiamento Metropolitano de São Paulo), coronel Valdir Suzano, a distribuição do efetivo da PM é proporcional à quantidade de habitantes de cada região da cidade, o que, em princípio, descartaria a hipótese de um número menor de apreensões de drogas na zona sul em razão de uma menor presença da polícia.
O estudo questiona a habitual vinculação dos homicídios ocorridos na zona sul ao envolvimento de seus autores e vítimas com o tráfico ou o uso de drogas.
Segundo o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), 40% das chacinas ocorridas na região sul de São Paulo têm envolvimento de drogas.
No entanto, de acordo com a pesquisa da Fesp, na região sul, a mais violenta da cidade, é onde acontece o menor número de prisões por causa de drogas.
"A Seccional Santo Amaro vem sendo a campeã dos homicídios na cidade (em sua área ocorrem cerca de 25% dos assassinatos da capital). Contudo, apresenta taxa pequena ou média de tráfico", disse o pesquisador Guaracy Mingardi.
"Portanto, não se pode dizer que exista uma correlação imediata entre homicídio e tráfico de entorpecentes."
Segundo Mingardi, a alta incidência de criminalidade na zona sul pode ser explicada pela ocupação desordenada da região.
"Lá é a zona desorganizada, de ocupação recente. Ela é mais violenta porque não há uma sociabilidade antiga que una as pessoas. É uma região pobre, sem infraestrutura, onde predomina a cultura da violência. O tráfico mata, mas não é tanto quanto se supõe".
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff12069801.htm
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Gab. B
A escola de Chicago inicia um processo que abrange estudos em antropologia urbana, tem no meio urbano seu foco de análise principal, constatando a influência do meio ambiente na conduta delitiva fazendo um paralelo entre o crescimento das cidades e o consequente aumento da criminalidade. Envolve estudos relacionados ao surgimento de favelas e à proliferação do crime e da violência ante o aumento populacional, marcante no início do século XX. É a única teoria sociológica criada por jornalistas cujo nome homenageia um grupo de professores e pesquisadores da Universidade de Chicago, surgido na década de 1920. A escola de Chicago é considerada a principal escola criminológica do Brasil.
1. Controle social formal: polícia, judiciário, administração penitenciária etc.; 2. Controle social informal: família, escola, igreja.)
ACRESCENTANDO - Escola de Chigado:
Desenvolveu as teorias Macrossociais do crime.
Autores: Robert Park, Ernest Burgess, Clifford Shaw e Henry McKay
A orientação da escola foi decididamente socilógica
formou importantes criminólogos como Edwin Sutherland, criador da Teoria da Associação Diferencial e da expressão Crime de Colarinho Branco
Visava a mudança efetiva na condição social das crianças (anotei de alguma questão
Fonte: Criminologia - Eduardo Fontes
Com as transformações muito profundas na cidade, o papel de controle social informal desempenhado pela vizinhança continua a manter o controle da criminalidade. Apesar da fragmentação do controle social formal, a família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço conseguem refrear as condutas humanas.
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Por que o controle social informal NÃO continua a manter o controle da criminalidade?
A ecologia criminal diz que devido ao crescimento desordenado das cidades com um fluxo migratório intenso de pessoas advindas de vários lugares diferentes, inexiste um vínculo afetivo entre essas pessoas, ou seja, há uma desorganização social (experiência pela qual passa o recém-chegado à cidade com uma rejeição de hábitos e concepções morais). Dessa forma, o controle social informal se perde, não sendo mais capaz de controlar a criminalidade.
"Note-se que, com transformações muito profundas na cidade, o papel desempenhado pela vizinhança - de controle social informal - acaba por perder-se. Não há mais instâncias efetivas que possam desincumbir-se dessa tarefa. A família, a igreja, a escola, o local de trabalho, os clubes de serviço não mais conseguem refrear as condutas humanas" (SHECAIRA, Sério Salomão; Criminologia; 6 ed, 2014; p. 151)
GABARITO B
ESCOLA DE CHICAGO (TEORIA ECOLÓGICA/ECOLOGIA CRIMINAL):
1. Pertencem à Escola de Chicago (Ecologia Criminal) a Teoria Ecológica e as Zonas Concêntricas. Essa teoria sustenta que o delito é produto da desorganização da cidade grande, que debilita o controle social e deteriora as relações humanas, propagando-se, consequentemente, o vício e a corrupção, que são considerados anormais e nocivos à coletividade. Para essa escola ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. As principais propostas da ecologia criminal visando o combate à criminalidade são:
a. Alteração socioeconômica das crianças;
b. Amplos programas comunitários para o trato da prevenção;
c. Planejar estratégias por áreas definidas;
d. Programas comunitários de recreação e lazer, como ruas de esportes e outros;
e. Reurbanização dos bairros pobres, com melhoria estética e do padrão das casas – controle INFORMAL.
ATENÇÃO – política de TOLERÂNCIA ZERO, que é baseada no controle FORMAL, faz parte das teorias do consenso, não da Escola de Chicago.
A teoria do Consenso sob o enfoque sociológico da Escola de Chicago rechaça – repele – o papel das instâncias punitivas e fundamenta suas ideias em situações concretas, de fácil comprovação e verificação empírica das medidas adotadas para contenção do crime, sem que haja hostilidade e coerção no uso dos meios de controle.
Para haver progresso, tem que existir ordem.
DEUS SALVE O BRASIL.
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