Em 1900, o Brasil era uma pequena sociedade agrária, domin...
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Q1228042
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Em 1900, o Brasil era uma pequena sociedade agrária,
dominada por uma concentrada oligarquia entesourada.
Mulheres e negros não tinham voz nem voto. As mulheres,
porque eram mulheres. Os negros, porque eram pobres e
analfabetos. Apenas 5% da população votavam. Os presidentes
representavam o domínio dessa minúscula elite sobre a maioria
constituída de negros, mulheres, brancos pobres e analfabetos
e crianças. A Constituição de 45, até 1960, elevou para 16% a
20% da população o número de eleitores, que na República
Velha não passava de 5%. Essa foi a mais significativa
mudança política do século XX: o longo e doloroso caminho
para a democracia de massas, da oligarquia fechada à eleição
de um presidente saído da população pobre do Nordeste, com
estágio político no operariado industrial de São Paulo. Demorou, mas, no entremeio, as mulheres ganharam
voz e voto. Somente em 1932 o voto feminino seria autorizado.
Revolução política, que antecedeu o sufrágio universal em
muitos países democráticos da Europa, mas insuficiente para
promover a equiparação socioeconômica dos gêneros : ainda
hoje a mulher ganha, em média, 70% do salário do homem
branco. Votos, os negros conquistaram com o sufrágio universal.
Voz, nem tanto. O voto se tingiu, mas não o poder nem os
salões da elite. Só nos anos 90 a sociedade branca brasileira
começou a ouvir a voz do descontentamento afro-brasileiro,
distinta daquela que se ouve nas rodas de samba. Uma voz que
exige assimilação, em igualdade de condições, à sociedade
branca, para que esta deixe de ser branca e fique diversa como
toda a população. O século XX foi bom para o Brasil, no balanço final. Só
não vê esse balanço positivo quem acha possível um percurso
histórico sem falhas. Somos hoje uma sociedade mais livre,
mais forte e mais aberta do que éramos. Mas continuamos
desiguais. Combater a desigualdade é o desafio do século XXI
e a vitória não pode demorar 100 anos. Esse combate nos
obrigará a reconhecer quem são os mais desiguais, para tornálos mais iguais. Ver que a desigualdade tem gênero e cor, e
precisa de um pacto social de correção que apresente
oportunidades para todos. (Baseado em Sérgio Abranches, Foi bom para o Brasil.
Veja, 8 de 0utubro de 2003, p. 34)
Considere as afirmativas que seguem, a respeito do texto:
I. O texto aponta a clara necessidade de mobilização de toda a sociedade para acabar, definitiva e rapidamente, com a injustiça social no Brasil.
II. Conclui-se do texto, melancolicamente, que é absolutamente impossível combater a histórica desigualdade social do País, apesar de alguns avanços nessa área.
III. O autor mantém sua neutralidade diante da situação social brasileira, considerando os importantes avanços do século passado na área política.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
Considere as afirmativas que seguem, a respeito do texto:
I. O texto aponta a clara necessidade de mobilização de toda a sociedade para acabar, definitiva e rapidamente, com a injustiça social no Brasil.
II. Conclui-se do texto, melancolicamente, que é absolutamente impossível combater a histórica desigualdade social do País, apesar de alguns avanços nessa área.
III. O autor mantém sua neutralidade diante da situação social brasileira, considerando os importantes avanços do século passado na área política.
Está correto o que se afirma SOMENTE em