Para responder a questão, considere o trecho selecionado a s...

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Ano: 2014 Banca: FUNCERN Órgão: IF-RN Prova: FUNCERN - 2014 - IF-RN - Assistente de Aluno |
Q2803205 Português

EDUCAÇÃO E FASCÍNIO DA FAMA

Frei Betto


Há pais que nutrem nos filhos falsos ideais: destacar-se como modelo numa passarela, tornarse desportista de projeção, alcançar a fama como atriz ou ator. O sonho congela-se em ambição e a criança ou o adolescente passa a dar-se uma importância ilusória. Mergulha no estresse de corresponder à expectativa. Tem de provar a si e aos outros que é capaz, o melhor. Passa a viver, não em razão dos valores que possui, mas do olhar do outro.


Se ele cai nas drogas, a família, perplexa, se pergunta: “Como foi possível? Logo ele, tão inteligente!” Foi possível porque a família confundiu brilhantismo com segurança. Considerou-o um adulto precoce. Exigiu voo de quem ainda não tinha asas. Deixou de dar-lhe atenção, colo, carinho.


A culpa é de quem? Da sociedade que cultua certos detalhes, criando uma estética do consumo: mulher loira e magra, executivo de carro importado, jovem rico, férias em Nova York etc.


A construção da personalidade é um jogo de relações e comparações, arte mimética de abraçar como modelo aquele que merece a nossa admiração. Hoje, as figuras paradigmáticas não se destacam pelo altruísmo dos ícones religiosos (Jesus, Maria, José, Francisco de Assis etc.) ou de personalidades como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela e Teresa de Calcutá. A estética do consumo rejeita a ética dos valores.


Famílias e escolas deveriam educar seus alunos para lidar com perdas. Afinal, morrem não só pessoas mas também sonhos, projetos, possibilidades. Contudo, como esperar que se enfatize a solidariedade num mundo regido pela competitividade? Como falar de modéstia em tempos de exibicionismo? Como valorizar a partilha se tudo gira em torno da lógica da acumulação?


As drogas não se transformaram em peste só por culpa do narcotráfico. Elas são uma quimérica tábua de salvação nessa sociedade que relativiza todos os valores e carnavaliza até a tragédia humana. Não se culpe, indagando onde você errou como professor ou pai. Pergunte-se pelos valores da sociedade em que vive. Em que medida tais valores, invertidos e pervertidos, não se entranharam também em nossas cabeças, envenenando-nos a alma? Uma sociedade doente produz, inevitavelmente, seu clone no interior de cada família. Então entram os esforços terapêuticos para tentar curá-lo, como se o fruto não tivesse sua raiz na árvore. Quanto mais sadia uma sociedade, mais sadias as pessoas. Mas, para isso, são necessários valores e o fim da exclusão social.


Disponível em: http://www.cartanaescola.com.br>. Acesso em:15 mai. 2014. 

Para responder a questão, considere o trecho selecionado a seguir.


Se ele cai nas drogas, a família, perplexa, se pergunta: “Como foi possível? Logo ele, tão inteligente!” Foi possível porque a família confundiu brilhantismo com segurança. Considerou-o (1) um adulto precoce. Exigiu voo de quem ainda não tinha asas. Deixou de dar-lhe (2) atenção, colo, carinho. 



Os elementos linguísticos “perplexa” e “precoce” têm, respectivamente, sentido de

Alternativas

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Vamos analisar a questão proposta, que envolve interpretação de texto, especificamente a compreensão de sentidos de palavras dentro de um contexto.

O enunciado pede para identificarmos o sentido dos termos "perplexa" e "precoce" no trecho destacado do texto de Frei Betto.

Alternativa C: "atônita" e "prematuro" é a correta.

Vamos entender por quê:

1. Análise do termo "perplexa":

No contexto do texto, a família está perplexa ao descobrir que o filho, considerado inteligente, cai nas drogas. A palavra "perplexa" significa "cheia de espanto ou surpresa, sem saber como agir". Assim, no contexto, equivale a "atônita", que significa "estar pasmo ou espantado".

2. Análise do termo "precoce":

O texto menciona que a família considerou o filho como um adulto precoce, isto é, alguém que amadureceu antes do tempo esperado. O termo "precoce" se refere a algo "prematuro", ou seja, que ocorre antes do tempo habitual.

Análise das alternativas incorretas:

Alternativa A: "inconformada" e "rebelde".

- Inconformada: Não se alinha com o contexto de surpresa ou espanto.

- Rebelde: Não é sinônimo de "precoce", pois se refere a alguém que resiste a regras ou autoridade.

Alternativa B: "amedrontada" e "problemático".

- Amedrontada: Indica medo, o que não é o caso no contexto de espanto ou surpresa.

- Problemático: Não se associa a "precoce", pois se refere a alguém que causa ou enfrenta problemas.

Alternativa D: "questionadora" e "insubordinado".

- Questionadora: Sugere alguém que faz perguntas, o que não se alinha com o sentido de espanto descrito.

- Insubordinado: Refere-se à desobediência, não associando-se a "precoce".

Portanto, a Alternativa C está correta, pois as palavras "perplexa" e "precoce" são melhor representadas pelos termos "atônita" e "prematuro".

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