No quarto parágrafo, no trecho: “[...] ele seguia pendurado...
Texto 1:
Passe adiante
Tenho vários DVDs de shows, e houve uma
época em que os assistia atenta ou simplesmente
deixava rodando como um som ambiente enquanto
fazia outras coisas pela casa. Até que os esqueci de
vez. Conhecedor do meu acervo, meu irmão outro dia
pediu:
- Posso pegar emprestado uns shows aí da tua coleção?
Claro!Ele escolheu quatro e levou com ele. E subitamente me deu uma vontade incontrolável de voltar a assistir aqueles shows. Aqueles quatro, não é estranho?
Logo a vontade passou, mas fiquei com o alerta na cabeça. Me lembrei de uma amiga que uma vez disse que havia comprado um vestido que nunca usara, ele seguia pendurado no guarda-roupa. Um dia ela me mostrou o tal vestido e intimou:
- Pega pra ti, me faz esse favor. Jamais vou usar.
Trouxe-o para casa. Muito tempo depois ela me confidenciou, às gargalhadas, que não havia dormido aquela noite. Passou a ver o vestido com outros olhos. Por que ela não dera uma chance a ele?
Maldita sensação de posse, que faz com que a gente continue apegada ao que deixou de ser relevante. Incluindo relacionamentos.
Uma outra amiga vivia reclamando do namorado, dizia que eles não tinham mais nada em comum e que ela estava pronta para partir para outra. E porque não partia?
- Porque não quero deixá-lo dando sopa por aí.
Como é que é?
Ela não terminava com o cara porque não queria que ele tivesse outra namorada, dizia que não suportaria. Reconhecia a mesquinhez da sua atitude, mas, depois de tantos anos juntos, ela ainda não se sentia preparada para admitir que ele não seria mais dela.
DVDs, roupas, amores: claro que não é tudo a mesma coisa, mas o apego irracional se parece. É a velha e surrada história de só darmos valor àquilo que perdemos. Será que existe solução para essa neura? Atribuir ao nosso egoísmo latente talvez seja simplista demais, porém, não encontro outra justificativa que explique essa necessidade de “ter” o que já nem levamos mais em consideração.
É preciso abrir espaço. Limpara papelada das gavetas, doar sapatos e bolsas que estão mofando, passar adiante livros que jamais iremos abrir. É uma forma de perder peso e convidar a tão almejada “vidanova” para assumir o posto que lhe é devido. Fácil? Bref. Um pedaço da nossa história vai embora junto. Somos feitos - também - de ingressos de shows, recortes de jornal, fotos de formatura, bilhetes de amor.
Sem falar no medo de não reconhecermos a nós mesmos quando o futuro chegar, de não ter lá na frente emoções tão ricas nos aguardando, de a nostalgia vir a ser mais potente do que a tal “vida nova”.
Qual é a garantia? Um ano para geladeiras, três anos para carros 0km, cinco anos para apartamentos. Pra vida, não tem. É se desapegar e ver no que dá, ou ficar velando para sempre os cadáveres das vontades que passaram.
(Medeiros , Martha. Revista O Globo, 20/05/2012.)
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A alternativa correta é a B - abaixo-assinado. Vamos entender o porquê.
Tema central da questão: A questão aborda a flexão de palavras compostas no plural, um tema importante em morfologia. Para resolver a questão, é necessário conhecer regras específicas para formar o plural dessas palavras compostas.
Justificativa da alternativa correta: A palavra "guarda-roupa" é um substantivo composto formado por verbo e substantivo. No plural, apenas o segundo elemento é flexionado, resultando em "guarda-roupas". A palavra "abaixo-assinado" também segue a mesma regra, pois é um composto por verbo e adjetivo, e no plural fica "abaixo-assinados".
Análise das alternativas incorretas:
- A - segunda-feira: No plural, ambos os elementos são flexionados: "segundas-feiras".
- C - couve-flor: Em compostos formados por dois substantivos, apenas o primeiro é flexionado, mas neste caso, permanece invariável: "couve-flores".
- D - guarda-noturno: Sendo um composto por substantivo e adjetivo, ambos os elementos são flexionados: "guardas-noturnos".
- E - água-marinha: Este é um caso de composto por substantivo e adjetivo. No plural, a regra geral é flexionar ambos: "águas-marinhas".
Por isso, a alternativa B - abaixo-assinado é a única que segue a mesma regra de pluralização que "guarda-roupa".
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Guarda- roupa ( verbo + substantivo )
Abaixo - assinado ( verbo +substantivo )
Letra B
Guarda-roupa (verbo + substantivo) → guarda-roupas
Segunda-feira (numeral + substantivo) → segundas-feiras
Abaixo-assinado (advérbio + particípio na função de adjetivo) → abaixo-assinados
Couve-flor (substantivo + substantivo) → couves-flores
Guarda-noturno (substantivo + adjetivo) → guardas-noturnos
Água-marinha (substantivo + adjetivo) → águas-marinhas
Obs.: Substantivos compostos formados por palavra invariável mais uma palavra variável: só o segundo elemento deverá ir para o plural.
Bons estudos!
varia = substantivo, adjetivo, numeral
não varia = verbo, advérbio, prefixos
GUARDA-ROUPA(S)
Abaixo-Assinado(s)
Verbo não vai para o Plural. Substantivo sim.
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