A crônica em forma de diálogo leva o título "Como fazer amor...
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Ano: 2025
Banca:
UFU-MG
Órgão:
UFU-MG
Provas:
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Arquiteto e Urbanista
|
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Bibliotecário - Documentalista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Arquivista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Economista |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Engenheiro/Civil |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Médico/Pediatra |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Técnico em Assuntos Educacionais/Educação Superior e Apoio Administrativo |
UFU-MG - 2025 - UFU-MG - Técnico em Assuntos Educacionais/Educação Básica/Educação Especial e Apoio Administrativo |
Q3157754
Português
A crônica em forma de diálogo leva o título "Como fazer amor" e a assinatura de "Gabriel García Márquez". Não
admira que, com credenciais tão chamativas, circule há semanas pelas redes, compartilhada com sucesso sempre
garantido.
"Ah, só podia ser o nosso Gabo!", "Nossa, amo Gabriel García Márquez", "Quanta sensibilidade, perfeito!", "Só mesmo a literatura pra nos trazer tanta verdade humana" são alguns dos comentários que o texto vem suscitando.
Até aí, podia ser uma história bonita: as reflexões de um grande escritor morto sobre o amor continuam a comover leitores no mundo digital, tirando-os do embotamento do dia a dia. Não é inspirador?
Mais do que isso, uma prova de que, mesmo enamorada outra vez do fascismo e à beira de uma catástrofe ambiental sem precedentes, a velha humanidade ainda nos permite ter alguma esperança, certo?
Errado. O sucesso feito por "Como fazer amor" é parte do problema e não da solução. García Márquez é tão autor dessa crônica quanto eu escrevi um romance chamado "Cem Anos de Solidão".
Como eu sei disso? Entre incontáveis razões, porque o escritor colombiano ia preferir encarar um pelotão de fuzilamento a escrever uma frase como "tocar-nos com a ternura dócil de uma carícia que se expanda docemente até morrer num abraço", pérola de pieguice que no tal diálogo tem como resposta "Ai, que lindo". [...]
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2024/09/a-era-de-ouro-do-analfabetismo-critico.shtml. Acesso em: 08 set. 2024.
No trecho negritado, e no parágrafo que se segue, o autor emprega uma estratégia argumentativa que tem como efeito principal
"Ah, só podia ser o nosso Gabo!", "Nossa, amo Gabriel García Márquez", "Quanta sensibilidade, perfeito!", "Só mesmo a literatura pra nos trazer tanta verdade humana" são alguns dos comentários que o texto vem suscitando.
Até aí, podia ser uma história bonita: as reflexões de um grande escritor morto sobre o amor continuam a comover leitores no mundo digital, tirando-os do embotamento do dia a dia. Não é inspirador?
Mais do que isso, uma prova de que, mesmo enamorada outra vez do fascismo e à beira de uma catástrofe ambiental sem precedentes, a velha humanidade ainda nos permite ter alguma esperança, certo?
Errado. O sucesso feito por "Como fazer amor" é parte do problema e não da solução. García Márquez é tão autor dessa crônica quanto eu escrevi um romance chamado "Cem Anos de Solidão".
Como eu sei disso? Entre incontáveis razões, porque o escritor colombiano ia preferir encarar um pelotão de fuzilamento a escrever uma frase como "tocar-nos com a ternura dócil de uma carícia que se expanda docemente até morrer num abraço", pérola de pieguice que no tal diálogo tem como resposta "Ai, que lindo". [...]
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2024/09/a-era-de-ouro-do-analfabetismo-critico.shtml. Acesso em: 08 set. 2024.
No trecho negritado, e no parágrafo que se segue, o autor emprega uma estratégia argumentativa que tem como efeito principal