Não raro as palavras "moral" e "ética" aparecem num mesmo co...

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Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA
Q1193141 Português
Não raro as palavras "moral" e "ética" aparecem num mesmo contexto e, às vezes, são erroneamente entendidas como sinônimos. A primeira tem caráter prático, relativo e restrito a determinada circunstância. Já a segunda é a reflexão filosófica sobre a moral, busca compreender sua lógica e justificá-la. É necessário reconhecer que a própria etimologia dos termos favorece dúvidas. [...] Podemos pensar que moral são as normas que devem ser seguidas e tem como objetivo regular o comportamento [...]. Já a ética expressa um conjunto de valores que orientam as ações com o fim de preservaro bem-estar coletivo.É possível dizer que, enquanto a ética é teórica, "filosófica", a moral está associada à prática, ao cotidiano, à maneira como vivemos os principios éticos. Subjacente aos dois conceitos há uma questão básica: a oposição entre o bem e o mal. Para a psiquiatria, a psicanálise e a maioria das abordagens psicológicas, porém, a visão maniqueísta é insuficiente diante da complexidade humana. Muitas vezes, as supostas maldades -ou o que a priori seriam considerados gestos de bondade - surgem como sintomas de alguma patologia ou emergem de quadros psíquicos alterados. Além disso, se levarmos em conta a existência de uma instância psíquica inconsciente, que constantemente sabota nossas boas intenções (e quanto menos nos conhecemos mais o faz), fica ainda mais difícil estabelecer uma separação objetiva entre bons e maus.Friedrich Nietzsche (1844-1900), por exemplo, propõe pensarmos "para além do bem e do mal". Escreve: "Pergunte aos escravos 'quem é o mau', e eles apontarão o personagem que a moral aristocrática considera 'bom', isto é, o poderoso, O dominador". O filósofo alemão faz uma colocação muito pertinente: há sempre a perspectiva de quem julga, suas experiências e seus interesses. Como então lidar com essa multiplicidade de olhares possíveis sobre um mesmo objeto? Uma saida talvez seja lançar mão de um recurso bastante simples, a empatia, e fazermos o exercício (nem sempre cômodo ou fácil) de nos colocarmos no lugar do outro, procurando compreender seu ponto de vista - e sua dor. Buscando esse ponto que nos coloca em contato com o outro, tão diferente e ao mesmo tempo tão próximo, talvez seja mais fácil buscar em nós mesmos espaços psíquicos que comportem escolhas menos nocivas.Rev. mentecérebro. Abril de 2011, p. 22.
Na argumentação, o autor emprega a locução "além de" - V. "Além disso" (82)- para:
Alternativas

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A alternativa correta é B - somar um segundo argumento destinado a justificar ponto de vista anteriormente exposto.

Vamos entender melhor a questão e como chegamos a essa alternativa correta. O enunciado nos apresenta um texto que discute as diferenças entre moral e ética, além de abordar a visão complexa da psiquiatria e da psicanálise sobre a oposição entre bem e mal.

A questão avalia como o autor do texto utiliza a locução "além de" no contexto específico. Para interpretar corretamente, precisamos verificar o papel dessa locução dentro do parágrafo mencionado. No trecho "Além disso, se levarmos em conta a existência de uma instância psíquica inconsciente...", o autor está acrescentando um novo argumento ao que foi mencionado antes, para reforçar a complexidade de julgar ações humanas de forma simplista.

Agora, vejamos por que as outras alternativas estão incorretas:

A - fazer concessão a ponto de vista atribuído a outrem, com quem dialoga no texto.
Essa alternativa é incorreta porque a locução "além de" não está sendo usada para fazer uma concessão a outro ponto de vista, mas sim para adicionar um argumento complementar ao que já foi mencionado.

C - comparar as ideias expostas no período por ela introduzido com as que se leem no anterior.
Essa alternativa também está incorreta, pois "além de" não introduz uma comparação entre ideias. Em vez disso, está somando um argumento ao anterior, sem estabelecer uma relação de comparação.

D - introduzir a conclusão das ideias desenvolvidas ao longo do parágrafo em questão.
A locução "além de" não está sendo usada para concluir o parágrafo, mas para adicionar mais uma informação que complementa a argumentação já apresentada.

E - relacionar argumentos alternativos orientados para conclusões diferentes ou opostas.
Novamente, essa alternativa é incorreta. "Além de" não está relacionando argumentos alternativos ou opostos, e sim somando um novo argumento ao já exposto, fortalecendo a linha de raciocínio do autor.

Portanto, a alternativa B é a que melhor se encaixa no contexto do uso da locução "além de" no texto, pois ela indica a soma de um segundo argumento para justificar o ponto de vista anterior.

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Comentários

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além dissoAlém do mais: 1 além do mais, além de que, além do que, além distoalém de tudo, para mais, de mais a mais, aliás, ademais, demais, mais, também, e depois, depois, ainda, fora, outrossim, ora.

Abraços

ALÉM = conjunção aditiva

"Muitas vezes, as supostas maldades -ou o que a priori seriam considerados gestos de bondade - surgem como sintomas de alguma patologia ou emergem de quadros psíquicos alterados. Além disso, se levarmos em conta a existência de uma instância psíquica inconsciente, que constantemente sabota nossas boas intenções (e quanto menos nos conhecemos mais o faz), fica ainda mais difícil estabelecer uma separação objetiva entre bons e maus."

Alternativa: B

Pra quem não entendeu o enunciado. Se liga nas conjunções e não viaja no texto.

ALÉM DISSO=ALÉM DE= ADIÇÃO.

B= ADIÇÃO.

Resposta: B

CONJUNÇÕES ADITIVAS

Não ... Mas (Também/ainda)

Não Somente... Mas (Também/ainda)

Não Apenas... Mas (Também/ainda)

Não ... Como (Também/ainda)

Não Somente... Como (Também/ainda)

Não Apenas... Como (Também/ainda)

Não ... Senão (Também/ainda)

Não Somente... Senão (Também/ainda)

Não Apenas... Senão (Também/ainda)

Tanto... Como

Tanto... Quanto

Bem como

Assim Como

E

Nem

Mais (linguagem matemática ou coloquial)

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