Acerca da ação cautelar fiscal, é correto afirmar que
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Vamos analisar a questão sobre a ação cautelar fiscal, que é uma medida preventiva usada pelo Fisco para garantir a futura cobrança de um crédito tributário. Este tema está previsto na Lei nº 8.397/1992, que trata especificamente das medidas cautelares fiscais.
Para entender melhor, considere que a ação cautelar fiscal é como uma "garantia antecipada" que o Fisco busca para assegurar que o devedor não se desfaça de seus bens antes de pagar o que deve.
Alternativa D: Esta é a resposta correta. Quando a execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública está em tribunal, a medida cautelar deve ser requerida ao relator do recurso. Isso está em conformidade com a legislação, que determina que o relator do recurso é a autoridade competente para apreciar medidas cautelares em processos que já se encontram em instância superior. Portanto, a alternativa está correta.
Análise das alternativas incorretas:
Alternativa A: Incorreta. A medida cautelar fiscal pode ser proposta antes da constituição definitiva do crédito tributário, mas é necessário que haja um fundamento razoável para a sua concessão, como indícios de que o sujeito passivo está tentando se esquivar da cobrança.
Alternativa B: Incorreta. A indisponibilidade dos bens não se limita ao acionista controlador nem exclui os bens do ativo permanente. A medida pode alcançar todos os bens do devedor que sejam necessários para garantir o crédito fiscal.
Alternativa C: Incorreta. Embora a urgência possa justificar o pedido de medida cautelar em qualquer juízo, isso não altera a competência para a execução fiscal, que está regulamentada por normas específicas.
Alternativa E: Incorreta. Da decisão que concede liminarmente a medida cautelar fiscal cabe agravo de instrumento, e não apelação, como mencionado. O prazo também é de 10 dias, conforme o Código de Processo Civil, e não 15 dias.
Uma dica para evitar erros em questões como esta é sempre lembrar que no processo tributário, a competência e os prazos são regulados por normas específicas, que devem ser seguidas rigorosamente.
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Comentários
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Fala galera: Gabarito letra D
A) Errada. Lei 8397 Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:
I - prova literal da constituição do crédito fiscal;
II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.
B) Errada. Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.
§ 1° Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo permanente, podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão do contrato social ou estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais, ao tempo:
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.
C) Errada. Art. 5° A medida cautelar fiscal será requerida ao Juiz competente para a execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública.
D) Corrreta. Art.5º, Parágrafo único. Se a execução judicial estiver em Tribunal, será competente o relator do recurso.
E) Errada. Art. 7° O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, dispensada a Fazenda Pública de justificação prévia e de prestação de caução.
Parágrafo único. Do despacho que conceder liminarmente a medida cautelar caberá agravo de instrumento.
Jesus é o caminho, a verdade e a vida!!
CONCEDE LIMINARMENTE = RECURSO: AGRAVO DE INSTRUMENTO
DECISÃO POR SENTENÇA = APELAÇÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO, SE DER GARANTIA: COM EFEITO SUSPENSIVO.
Art. 17. Da sentença que decretar a medida cautelar fiscal caberá apelação, sem efeito suspensivo, salvo se o requerido oferecer garantia na forma do art. 10 desta lei.
LEI 8397-92
Atenção, a letra A só está errada porque falou que a prova da constituição do crédito será exigida em QUALQUER CASO. Na verdade, o artigo 1 da lei, em seu parágrafo único, traz duas exceções (dois casos que permitem a concessão da medida mesmo antes da constituição prévia do crédito tributário):
- quando o devedor, após notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
- quando o deedor aliena bens ou direitos sem proceder a devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei.
Dispositivo interessante esse que determina a competência do relator para a medida cautelar fiscal em caso da execução estiver em grau recursal.
Pequeno resumo de Cautelar Fiscal com base nas considerações de Guilherme Freire de Melo Barros:
- Competência para julgar: Juízo da Execução.
- Em regra, deve ser requerida após a constituição do crédito.
- Exeção ao requerimento precedido da constituição do crédito:
a) Quando notificado pela Fazenda o devedor põe ou tenta pôr seus bens em nome de terceiros;
b) Quando notificado pela Fazenda aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda compentente, quando exigível em virtude de lei;
- Hipóteses de cabimento estão todas no art. 2º da Lei 8397 de 1992:
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação; III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio; V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal: a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido; VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei; VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário; IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
- Visa garantir a efetividade da execução;
- De acordo com o art. 3º a inicial deve vir acompanhada da prova de constituição do crédito e de elementos probatórios das condutas do art. 2º.
- O provimento visa decretar a indisponibilidade dos bens do requerido (Art. 4º), mas pode ir além e alcancar o patrimônio dos controladores e gerentes da pessoa jurídica;
- A concessão não exige justificação prévia ou prestação de caução;
- O prazo para apresentar a contestação é de 15 dias;
- A indisponibilidade pode ser substituída por depósito em dinheiro, fiança bancária ou nomeação de bens à penhora;
- A eficácia do decreto de indisponibilidade perdura enquanto pender o processo executivo, em regra (art. 12). Contudo perde-se a eficácia:
a) Se a Fazenda não ingressar com a Execução Fiscal em 60 dias; b) Se a cautelar não for executada em 30; c) Se for julgada extinta a execução fiscal; d) Se o requerido promover a quitação do débito.
- A frustração do resultado da ação cautelar não traz consequências para propositura da execução fiscal, exceto se for acolhida a alegação do demandado de alguma forma extintiva do crédito (Art. 15);
- A apelação não é dotada de efeito suspensivo (art. 17);
Lumus!
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