Há muitos anos, quando poucos sabiam o
significado da palavra ecologia, um hábito tipicamente
burguês praticamente baniu as garças-brancas-grandes
do planeta. Era início do século e adornar os chapéus
das damas com lanugens – a penugem finíssima que
sobre o pássaro durante o ciclo de reprodução da
espécie – era sinônimo de elegância e sofisticação. Só
para se ter uma ideia, para conseguir um quilo da
plumagem era preciso matar pelo menos 300 aves. A
moda passou, os ambientes naturais não chegaram a
ser atingidos, e as garças voltaram a se reproduzir em
paz. No período medieval, suas plumas finas como a
seda, eram usadas para enfeitar os elmos dos
cavaleiros.
Pesquisadores e ornitólogos lembram essas
histórias para mostrar a fragilidade das espécies
animais diante do homem. Hoje, porém a ameaça a
esses pássaros é bem menor: a legislação federal proíbe
a caça, a apreensão e a utilização de uma infinidade de
espécies.
(Adriana Castelo Branco Domingo
- Jornal do Brasil – 19/09/1999)
“… e as garças voltaram a se reproduzir...”. A
expressão verbal sublinhada indica: