O verbo “cair”, em “uma pálpebra caiu sobre a outra”, class...
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Paris acorda
O homem se rende ao cansaço dos seus excessos, deita às sete da noite e dorme como um lago ou como uma criança. Havia o que andar pela noite, mas os seus olhos pisados lhe fazem o grande apoio da fadiga. Como estão envelhecendo depressa, estes olhos! E como já foram ávidos e ansiosos! Agora, uma pálpebra caiu sobre a outra e, sob a sombra dos cílios, vieram sonhos feitos de saudade e pequenos cuidados. Não é possível uma evasão e um esquecimento, porque o que antes foi feito jamais deixará de ser, ao longo do sono, uma preocupação de amor e de medo.
E esse homem se desperta, às seis da manhã, com o dia frio entrando pela janela. Não tem cigarros e seria esplêndido tomar uma xícara de café com leite. A rua está mais ou menos vazia, com a exceção dos pombos que beliscam o asfalto e das mulheres encapotadas que saem dos subterrâneos. Note-se a grande tranquilidade dos pombos e o certo ar de saciedade nos olhos das mulheres. É assim que Paris acorda: pombos serenos e mulheres nem sempre.
O homem simplesmente passa. Num café da rua Marbeuf, quase esquina dos Champs-Élysées, uma moça de olhos e nariz parecidos com os de outra o espia de enviés. Primeiro, com alguma curiosidade. Depois, com um pouco de inesperada ternura. Para esse tímido, que mastiga o seu croissant, seria bom falar-lhe, dizer uma palavra qualquer de gratidão e agrado. Sairiam os dois, talvez, pelas calçadas dos Champs-Élysées e talvez fosse belo o que eles se dissessem. Mas aqueles olhos e aquele nariz se pareciam tanto com os da outra que, como a outra, talvez ela fosse natural de coração frio.
O homem, então, pesou o mal e o bem que lhe podiam vir e, como era um rebelde, preferiu ficar sozinho, com a sua dor e o seu café au lait. Paris acordava e nada tinha a ver com isso.
MARIA, A. Paris acorda. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria. Todavia, 2021, p.141-142. Disponível em
<https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/16319/paris-acorda>.
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Vamos analisar a questão sobre o verbo “cair” no contexto do texto apresentado.
1. Tema da Questão: A questão aborda a classificação do verbo quanto à sua natureza e regência. O verbo “cair” é o foco, e precisamos entender sua regência no contexto da frase “uma pálpebra caiu sobre a outra”.
2. Análise do Verbo: O verbo “cair” é considerado irregular porque não segue o padrão de conjugação regular. A sua conjugação varia de forma diferente das regras típicas dos verbos regulares.
3. Regência: No caso da frase em questão, o verbo “cair” é transitivo indireto, pois exige uma preposição (neste caso, “sobre”) para completar seu sentido. Isso significa que não se pode dizer “caiu a pálpebra” sem especificar sobre o quê ela caiu. A construção correta é “caiu sobre a outra”.
4. Alternativa Correta: A alternativa D - irregular e transitivo indireto é a resposta correta porque <classifica o verbo “cair” como irregular, devido à sua conjugação, e transitivo indireto, por exigir a preposição “sobre” na frase apresentada.
5. Análise das Alternativas Incorretas:
A - regular e transitivo direto: Incorreta, pois “cair” é irregular e não é transitivo direto, já que não admite objeto direto sem preposição.
B - regular, defectivo e transitivo indireto: Incorreta, pois “cair” não é regular, e a classificação como defectivo não se aplica aqui, já que o verbo não tem limitações de uso em certas conjugações.
C - irregular e transitivo direto: Incorreta, pois “cair” é irregular, mas não é transitivo direto; exige a preposição “sobre” para completar o sentido.
E - regular, defectivo e transitivo direto: Incorreta, pois “cair” não é regular e não se classifica como defectivo. Além disso, não é transitivo direto.
Assim, a alternativa correta é D - irregular e transitivo indireto, pois reflete adequadamente a natureza e a regência do verbo “cair” no contexto apresentado.
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Comentários
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Gabarito: letra D
Verbos regulares: mantêm o radical inalterado e seguem as terminações padrão da conjugação.
Verbos irregulares: sofrem alterações no radical ou nas terminações durante a conjugação.
Intransitivo, ou seja, não exige um complemento para expressar seu sentido completo.
Não faz sentido, se o verbo é instarnsitivo, logo ele não seria transitivo indireto, mas sim, intransitivo.
Verbos regulares : não mudam o radical quando conjugados
Verbos irregulares : Mudam o radical quando conjugados
Gabarito Errado.
"Sobre a outra" é o modo como ela cai. Logo, o verbo nessa configuração é INTRANSITIVO.
Verbo cair é irregular (ex: ele cai / eles caem)
Verbo cair pode ser intransitivo ou transitivo indireto. No contexto dado, se trata de transitivo indireto, pois há a presença da preposição essencial "sobre".
Fonte: CHATGPT e Comentários
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