Direito de ter direitosÉ muito importante entender bem o que...

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Ano: 2010 Banca: ACAPLAM Órgão: Prefeitura de Galinhos - RN
Q1210664 Português
Direito de ter direitos É muito importante entender bem o que é cidadania. É uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento, está o respeito à coisa pública. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. Da mesma forma que a anestesia, as vacinas, o computador, a máquina de lavar, a pasta de dente, o transplante de coração. Foi uma conquista dura. Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar. E outros batalharam para você votar aos dezesseis anos. Lutou-se pela ideia de que todos os homens merecem a liberdade e de que todos são iguais diante da lei. Pessoas deram a vida combatendo a concepção de que o rei tudo podia porque tinha poderes divinos e aos outros cabia obedecer. No século XVIII, a rebeldia a essa situação detonou a Revolução Francesa, um marco na história da liberdade do homem. No mesmo século surgiu um país fundado na ideia da liberdade individual: os Estados Unidos. Foi com esse projeto revolucionário que eles se tornaram independentes da Inglaterra. Desde então, os direitos foram se alargando, se aprimorando, e a escravidão foi abolida. Alguém consegue hoje imaginar um país defendendo a importância dos escravos para a economia? Mas esse argumento foi usado durante muito tempo no Brasil. Os donos de terra alegavam que, sem escravos, o país sofreria uma catástrofe. Eles se achavam no direito de bater e até matar os escravos que fugissem. Nessa época, o voto era um privilégio: só podia votar quem tivesse dinheiro. E para se candidatar a deputado, só com muita riqueza em terras. No mundo, trabalhadores ganharam direitos. Imagine que no século passado, na Europa, crianças chegavam a trabalhar até quinze horas por dia. E não tinham férias. As mulheres, relegadas a segundo plano, passaram a poder votar, símbolo máximo de cidadania. Até há pouco tempo, justificava-se abertamente o direito do marido de bater na mulher e até matá-la. Em 1948, surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), ainda na emoção da vitória contra as forças totalitárias lideradas pelo nazismo, na Europa. Com essa declaração, solidificou-se a visão de que, além da liberdade de votar, de não ser perseguido por suas convicções, o homem tinha direito a uma vida digna. É o direito ao bem-estar. [...]
Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo, Ática, 2001, p. 29-30.
No trecho: “Nessa época, o voto era um privilégio: podia votar quem tivesse dinheiro.” A relação de sentido estabelecida pelo termo em destaque é:
Alternativas

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Vamos analisar essa questão, que trata das funções morfossintáticas da palavra "só". Essa análise é fundamental, pois a palavra "só" pode assumir diferentes papéis dentro das frases, impactando diretamente o sentido do que está sendo comunicado.

No trecho citado: “Nessa época, o voto era um privilégio: podia votar quem tivesse dinheiro.”, a palavra em destaque exerce uma função muito específica.

Alternativa Correta: D - restrição de uma ideia em relação a outra

A palavra "" está cumprindo a função de restrição. Ela limita o grupo de pessoas que podia votar àquelas que tinham dinheiro. Ou seja, não eram todas as pessoas que tinham esse direito, mas somente aquelas que atendiam a esse critério financeiro. Trata-se de um uso restritivo que é comum em contextos onde se quer especificar ou delimitar um grupo ou situação.

Agora vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

A - consequência provocada por uma causa: A relação de consequência não é estabelecida com a palavra "só". Se fosse uma consequência, esperaríamos uma conjunção ou expressão que indicasse essa relação, como "portanto" ou "assim".

B - comparação entre duas ideias: Não há elementos no trecho que indiquem uma comparação entre ideias. A palavra "só" não sugere comparação, mas sim exclusão.

C - oposição entre ideias: A oposição entre ideias também não é representada por "só". Se houvesse oposição, esperaríamos palavras como "mas" ou "entretanto" para marcar tal relação.

E - N. D. A.: Considerando que a alternativa D está correta ao estabelecer uma relação de restrição, a opção "Nenhuma das alternativas" não se aplica.

Para questões como essa, é importante prestar atenção aos contextos e funções específicas das palavras. Palavras como "só", "apenas", "somente" geralmente indicam exclusividade ou restrição e podem ser facilmente confundidas com outros tipos de relações dentro de um texto.

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Comentários

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gab: D

O gabarito mais coerente seria a letra A:

quem tivesse dinheiro =causa

poderia votar = privilégio do voto como consequência

.

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