A marcha eficiente pode ser dividida em cinco componentes pr...

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Q2301671 Fisioterapia
A marcha eficiente pode ser dividida em cinco componentes principais: absorção da energia mecânica na fase de apoio ao corpo; promoção de apoio do corpo; manutenção do equilíbrio postural; elevação do pé na fase de balanço; e, geração de propulsão para efetuar a progressão para frente. As alterações neuromusculares e as estratégias de compensação decorrentes da hemiparesia interferem diretamente na função coordenativa em indivíduos hemiparéticos, que podem apresentar deficits em quaisquer dos componentes essenciais da locomoção ou uma associação deles, dependendo do grau e do tempo da lesão. Ao elaborar um protocolo de treinamento de marcha para um paciente com hemiparesia decorrente de Acidente Vascular Cerebral (AVC), diversas situações devem ser reconhecidas; analise-as.

I. O hemiparético apresenta marcha com restrições angulares em tornozelo, joelho e quadril; porém, há uma restrição do movimento de flexão plantar que será ineficaz durante a fase de balanço e apoio, gerando, assim, a impossibilidade de o calcanhar contatar o chão na fase inicial da marcha. Estas alterações estão associadas com um padrão complexo de disfunções incluindo a espasticidade, a fraqueza muscular, o controle sensório-motor e as alterações mecânicas nos músculos e nas articulações.

II. Com a instabilidade do membro inferior parético durante a fase do apoio, altera-se o equilíbrio, ocasionando aumento da velocidade na fase de oscilação do membro não parético. As estratégias adotadas por um indivíduo ao realizar a marcha podem ser diferentes e, quanto maior a deficiência do membro inferior acometido, maior será o gasto energético.

III. Os principais fatores que influenciam o deficit na marcha são as atrofias musculares e suas mudanças fisiológicas no metabolismo e nas fibras musculares tipo I consequentes ao uso excessivo, alterações no suprimento sanguíneo do membro afetado.

IV. Alterações na marcha de indivíduos hemiparéticos são explicadas pela perda dos efeitos tróficos centrais; atrofia neurogênica; perda das unidades motoras; alterações na ordem de recrutamento e na condução dos nervos periféricos – dados que devem ser considerados no planejamento estratégico de uma sessão terapêutica de treino de marcha.

V. As unidades motoras do lado parético são mais fadigáveis, levando a um deficit de resistência decorrente da diminuição de recrutamento de unidades motoras e ativação de fibras glicolíticas tipo II, ao invés do recrutamento de fibra tipo I, durante a atividade dinâmica, reduzindo a capacidade oxidativa dos músculos paréticos com o aumento da produção de lactato na utilização de glicogênio muscular.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas

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A alternativa correta é a D - II, IV e V.

A questão aborda os desafios na marcha de indivíduos com hemiparesia, geralmente decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), destacando como as alterações neuromusculares e estratégias compensatórias interferem na locomoção. Tópicos como restrições articulares, equilíbrio e fadiga muscular são relevantes para entender a dinâmica da marcha nesses indivíduos.

I. Restrição Angular e Espasticidade: Embora descreva corretamente algumas alterações na marcha de indivíduos hemiparéticos, a afirmação é incorreta ao afirmar que há uma restrição do movimento de flexão plantar, o que não é tipicamente o caso; geralmente, ocorre espasticidade que leva a uma prevalência de flexão plantar, dificultando o contato do calcanhar com o chão.

II. Instabilidade e Gasto Energético: Correta. A descrição de que a instabilidade do membro parético afeta o equilíbrio e aumenta o gasto energético está alinhada com a literatura sobre marcha hemiparética. A compensação pelo membro não afetado é comum.

III. Atrofias Musculares e Metabolismo: Incorreta porque associa os déficits na marcha principalmente a atrofias e alterações fisiológicas decorrentes do uso excessivo, o que não é o mecanismo primário das dificuldades de marcha em hemiparéticos. A questão é mais complexa, envolvendo controle neuromuscular e espasticidade.

IV. Alterações Neurogênicas: Correta. A questão discute fatores como atrofia neurogênica, perda de unidades motoras e alterações no recrutamento neural, que estão relacionados aos déficits na marcha em indivíduos com hemiparesia.

V. Fadiga e Recrutamento de Fibras: Correta. A afirmação descreve adequadamente a maior fadigabilidade das unidades motoras do lado parético, devido à predominância de fibras tipo II, menos resistentes, e reduzida capacidade oxidativa, comum em hemiparesia.

Assim, ao analisar as afirmações, a chave está em entender como cada fator afeta a marcha e quais elementos são verdadeiros para a condição descrita.

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lembrar que as fibras do tipo I são lentas resistentes a fadiga, enquanto as fibras do tipo II são rápidas e possuem baixa resistência a fadiga

Gabarito D

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