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Q1827050 Medicina
Mulher de 28 anos, queixa de dor retroesternal há 2 dias, constante, piora à inspiração, melhora ao inclinar-se para frente. Nega dispneia. Há 1 semana, quadro de infecção de vias aéreas superiores. Ao exame físico apresenta-se subfebril, PA 110/70mmHg, murmúrios vesiculares presentes, sem ruídos adventícios, à ausculta cardíaca, bulhas rítmicas, com atrito pleural. Solicitada radiografia de tórax, área cardíaca normal, sem infiltrados ou derrames. Os achados eletrocardiográficos são supradesnivelamento difuso do segmento ST (exceto nas derivações V1 e aVR). Dentre os diagnósticos abaixo, o mais provável é:
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Alternativa Correta: B - Pericardite Aguda.

O tema central da questão é o diagnóstico diferencial de dor torácica, considerando características clínicas e achados de exames complementares. Para resolver essa questão, é necessário ter conhecimento sobre as manifestações clínicas e eletrocardiográficas das doenças cardiovasculares, especialmente aquelas que provocam dor no peito.

Justificativa da Alternativa Correta:

A pericardite aguda é uma inflamação do pericárdio e é frequentemente precedida por infecções virais das vias respiratórias, como descrito no caso da paciente. Os sintomas clássicos incluem dor retroesternal que piora ao respirar profundamente (dor pleurítica) e melhora ao inclinar-se para frente. O atrito pericárdico, som característico auscultado, e o supradesnivelamento difuso do segmento ST no eletrocardiograma (exceto em V1 e aVR), são achados típicos da pericardite.

Por que as outras alternativas estão incorretas:

A - Tromboembolismo Pulmonar: Essa condição é frequentemente associada a dispneia, taquicardia e dor pleurítica que não melhora ao inclinar-se para frente. O achado eletrocardiográfico típico é o padrão S1Q3T3, que não está presente no caso descrito.

C - Endocardite: É caracterizada por infecção das válvulas cardíacas e geralmente apresenta febre, sopros cardíacos novos ou modificados e sinais de embolia, o que não se alinha com a apresentação clínica da paciente.

D - Insuficiência Aórtica Crônica: Geralmente, essa condição desenvolve-se ao longo de muitos anos e causa sintomas como dispneia aos esforços e sopro diastólico, além de sinais de insuficiência cardíaca, que não são descritos no caso.

A questão destaca a importância de correlacionar sintomas clínicos com achados de exame físico e exames complementares para chegar ao diagnóstico correto. A compreensão detalhada desses aspectos é essencial na prática clínica e em provas de concursos.

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De acordo com os sintomas descritos, o diagnóstico mais provável é de pericardite aguda, representado pela alternativa B. Os sintomas de dor retroesternal constante que piora com a inspiração e melhora ao inclinar-se para frente, juntamente com o atrito pleural e o supradesnivelamento difuso do segmento ST no eletrocardiograma, são indicadores claros de pericardite. Embora a infecção de vias aéreas superiores descrita possa sugerir outras condições, como endocardite, os sintomas da paciente são mais compatíveis com pericardite aguda.

alternativa correta: b) Pericardite Aguda.

considerações clínicas

A paciente apresenta dor retroesternal constante que piora à inspiração e melhora ao inclinar-se para frente, sem dispneia, além de um quadro recente de infecção de vias aéreas superiores. Estes sintomas, associados ao supradesnivelamento difuso do segmento ST (exceto em V1 e aVR) no eletrocardiograma, são altamente sugestivos de pericardite aguda.

justificativa

  • Pericardite Aguda: Caracteriza-se por dor torácica pleurítica (piora com a respiração profunda) que melhora ao inclinar-se para frente, e pode ser precedida por infecções respiratórias. O achado clássico no ECG é o supradesnivelamento difuso do segmento ST, com exceção das derivações V1 e aVR. A presença de atrito pericárdico ao exame físico é um sinal adicional sugestivo.

análise das demais alternativas

[A]: Tromboembolismo Pulmonar: Pode causar dor torácica, mas geralmente está associada a dispneia, taquipneia e taquicardia. O ECG pode mostrar sinais de sobrecarga do ventrículo direito, mas não o padrão de supradesnivelamento de ST visto na pericardite.

[C]: Endocardite: Geralmente associada a febre, sopros cardíacos novos ou modificados, e sinais de infecção sistêmica. O ECG pode ser normal ou mostrar bloqueios de condução, mas não o padrão de supradesnivelamento difuso do ST.

[D]: Insuficiência Aórtica Crônica: Associada a sopros cardíacos específicos, sinais de insuficiência cardíaca e, eventualmente, alargamento do pulso arterial. Não está associada ao supradesnivelamento difuso do segmento ST no ECG.

resumo

O diagnóstico mais provável é a pericardite aguda, devido à combinação de dor torácica característica, história recente de infecção de vias aéreas superiores, e achados eletrocardiográficos típicos.

pontos chave

  • pericardite aguda: Caracterizada por dor torácica que melhora ao inclinar-se para frente e piora à inspiração, e supradesnivelamento difuso do segmento ST.
  • sintomas de tromboembolismo pulmonar: Incluem dispneia e sinais de sobrecarga do ventrículo direito.
  • endocardite: Associada a febre e sopros cardíacos.
  • insuficiência aórtica crônica: Caracterizada por sopros específicos e sinais de insuficiência cardíaca.

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