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Q243553 Medicina
Mulher de 35 anos dá entrada em unidade de pronto-atendimento com quadro de dor abdominal de início súbito há 30 minutos, intensa, inicialmente em epigástrio irradiando- se para todo o abdome, associada a náuseas sem vômitos. Como antecedentes, refere hipertensão arterial em uso de captopril e “gastrite” de longa data em uso irregular de ranitidina. Ao exame clínico, o médico verifica taquicardia, desidratação, abdome rígido (“em tábua”) com sinais de peritonismo e sem ruídos hidroaéreos. Radiografia de abdome ortostática evidenciou pneumoperitônio. A principal hipótese diagnóstica e a conduta, respectivamente, são:
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Alternativa Correta: C - abdome agudo perfurativo; estabilização clínica seguida de tratamento cirúrgico.

O tema central desta questão é o abdome agudo, uma condição médica urgente que requer diagnóstico rápido e, muitas vezes, intervenção cirúrgica imediata. Para resolver esta questão, é essencial ter conhecimento sobre os diferentes tipos de abdome agudo e suas características clínicas, incluindo causas, sintomas e tratamentos adequados.

A paciente do enunciado apresenta pneumoperitônio, evidenciado pela radiografia abdominal, o que indica a presença de ar livre na cavidade abdominal. Isso geralmente resulta de uma perfuração do trato gastrointestinal, tornando o quadro um abdome agudo perfurativo. O atendimento inicial envolve a estabilização clínica, o que inclui correção de desidratação e analgesia, seguido de tratamento cirúrgico para reparar a perfuração.

Justificativa da alternativa correta: A alternativa C está correta porque descreve precisamente o diagnóstico de abdome agudo perfurativo e a abordagem de tratamento que é a estabilização seguida de cirurgia, que é o manejo padrão para este quadro.

Análise das alternativas incorretas:

A - Abdome agudo vascular; solicitar angiotomografia de abdome: O abdome agudo vascular geralmente se refere a condições como embolia mesentérica, que não se correlaciona com pneumoperitônio. Portanto, a hipótese e a conduta estão incorretas.

B - Abdome agudo hemorrágico; solicitar beta-HCG, amilase e ultrassonografia de abdome total: O abdome agudo hemorrágico sugere sangramento intra-abdominal. A presença de pneumoperitônio, no entanto, aponta para perfuração, não hemorragia. Além disso, os exames sugeridos não são adequados para pneumoperitônio.

D - Abdome agudo hemorrágico; solicitar hemograma, amilase, função hepática: Similar à alternativa B, esta opção assume erroneamente hemorragia ao invés de perfuração, e os exames citados são inadequados para confirmar perfuração.

E - Abdome agudo perfurativo; estabilização clínica seguida de endoscopia digestiva alta: Embora identifique corretamente o tipo de abdome agudo, a conduta de realizar uma endoscopia digestiva alta está incorreta. O tratamento adequado é cirúrgico, e a endoscopia não é indicada.

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A dor abdominal súbita e forte, localizada inicialmente e em seguida, difusa, com menos de 12 horas de evolução, desidratação e resistência abdominal involuntária ("abdome em tábua"), bem como o Rx evidenciando pneumoperitônio, estamos diante de um quadro de abdome agudo PERFURATIVO. Geralmente a conduta é CIRÚRGICA.

Ela pode ter tido uma gastrite concomitante à gravidez ectopica rota... Eu iria investigar possível gravidez também, além da possibilidade de ulcera gastrica perfurada....

Alternativa correta: C. Abdome agudo perfurativo; estabilização clínica seguida de tratamento cirúrgico.

Justificativa: A presença de pneumoperitônio na radiografia de abdome ortostática indica uma perfuração de uma víscera oca, como estômago ou intestino, resultando em abdome agudo perfurativo. A conduta correta é a estabilização clínica do paciente, incluindo reposição volêmica e antibióticos, seguida de tratamento cirúrgico para reparar a perfuração e controlar a infecção.

ANÁLISE DAS DEMAIS ALTERNATIVAS:

  • A. Abdome agudo vascular; solicitar angiotomografia de abdome: Incorreta. O quadro clínico e os achados radiológicos são mais compatíveis com perfuração de víscera oca do que com uma causa vascular.
  • B. Abdome agudo hemorrágico; solicitar beta-HCG, amilase e ultrassonografia de abdome total: Incorreta. O pneumoperitônio sugere perfuração, não hemorragia abdominal.
  • D. Abdome agudo hemorrágico; solicitar hemograma, amilase, função hepática: Incorreta. Novamente, o pneumoperitônio é indicativo de perfuração, não hemorragia.
  • E. Abdome agudo perfurativo; estabilização clínica seguida de endoscopia digestiva alta: Incorreta. A endoscopia digestiva alta não é a primeira linha de tratamento em caso de perfuração; a intervenção cirúrgica é necessária.

Em resumo: A principal hipótese diagnóstica é abdome agudo perfurativo, e a conduta correta é a estabilização clínica seguida de tratamento cirúrgico.

Pontos chave:

  • Pneumoperitônio é um sinal claro de perfuração de víscera oca.
  • Estabilização clínica envolve reposição volêmica e antibióticos.
  • Tratamento cirúrgico é necessário para reparar a perfuração.

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