Em determinado ferimento por projétil de arma de fogo, ...
Em determinado ferimento por projétil de arma de fogo, na cabeça, encontram-se orla de escoriação, enxugo, zona de esfumaçamento e buraco de mina.
O provável motivo do ocorrido na situação hipotética apresentada foi
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A alternativa correta é a D - disparo encostado, havendo subjacente aos tecidos moles, presença de ossos, nos quais se espera encontrar sinal de Benassi.
Vamos entender melhor essa questão:
Quando falamos de ferimentos por projétil de arma de fogo, existem diversas características que nos permitem identificar a distância e a forma como o disparo foi realizado. O enunciado menciona a presença de orla de escoriação, enxugo, zona de esfumaçamento e buraco de mina, que são termos essenciais na Traumatologia Forense.
A orla de escoriação é uma lesão superficial na pele causada pelo atrito do projétil ao atravessar a pele. O enxugo é uma área em torno do ferimento onde os resíduos de pólvora são removidos pela passagem do projétil. A zona de esfumaçamento indica a presença de fuligem em torno do ferimento, sugerindo um disparo a curta distância. O buraco de mina é uma característica de ferimentos de entrada em regiões com ossos subjacentes, como o crânio, onde a pressão dos gases produz uma lesão maior do que o orifício de entrada do projétil.
Com base nesses elementos, vamos analisar cada alternativa:
Alternativa A - Disparo realizado à distância, ou seja, acima de 1,20 metros: Essa alternativa está incorreta porque disparos à distância não apresentam zonas de esfumaçamento ou sinais de orla de escoriação tão evidentes. Esses sinais são típicos de disparos a curta distância.
Alternativa B - Disparo à queima-roupa: O disparo à queima-roupa ocorre quando há um pequeno espaço entre a arma e a pele, o que pode deixar marcas de pólvora na roupa, mas não necessariamente buraco de mina e sinais de Benassi, que são mais típicos de disparos encostados.
Alternativa C - Disparo encostado, havendo somente tecidos moles em seu trajeto: Essa alternativa está incorreta porque o buraco de mina e a zona de esfumaçamento indicam a presença de ossos subjacentes, como no caso de ferimentos na cabeça.
Alternativa D - Disparo encostado, havendo subjacente aos tecidos moles, presença de ossos, nos quais se espera encontrar sinal de Benassi: Essa é a alternativa correta. O disparo encostado em regiões onde há ossos subjacentes, como o crânio, resulta em um buraco de mina e pode produzir o sinal de Benassi, que é a impregnação de fuligem no osso.
Alternativa E - Ferimento típico de saída de projéteis: Está incorreta porque os ferimentos de saída geralmente não apresentam orla de escoriação, zona de esfumaçamento ou buraco de mina. Esses são sinais típicos de ferimentos de entrada.
Portanto, ao analisar essas características, fica claro que a Alternativa D é a correta, pois descreve precisamente os sinais encontrados em um disparo encostado com presença de ossos subjacentes, como no caso de uma lesão na cabeça.
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GABARITO - D
Disparos com tiro encostado/apoiado: Em caso de tiro encostado, tanto os efeitos primários como os secundários dos componentes da munição irão penetrar nos tecidos. Se atingir estruturas ósseas, a lesão correspondente terá forma irregular, denteada ou com entralhes (estrelada). Pode apresentar os sinais a seguir (Ferreira, 2020):
SINAIS - Disparo Encostado
Sinal de Hoffman “Boca de mina” ou “câmara/cratera de mina” ➡ Localiza-se entre a pele e o osso, causado pela forte expansão dos gases da queima da pólvora que, por atingir o osso e retornar bruscamente, causa a ruptura do epitélio.
Sinal de Benassi/Benassi-Cueli ➡ Em tiros no crânio ou escápulas, pode-se identificar halo fuliginoso na lâmina externa do osso relativo ao orifício de entrada.
Sinal de Puppe-Werkgaertner ➡ Caracteriza-se pelo desenho da boca e da massa da mira do cano por ação contundente ou pelo seu aquecimento.
Rosa de tiro de Cevidalli ➡ Ocorre nos disparos múltiplos e o diâmetro possui relação com a distância do tiro e a entrada dos balins (em grupo mais ou menos circular).
Sinal de Schusskanol ➡ Caracteriza-se pelo esfumaçamento das paredes do conduto causado pelo projetil entre as lâmina internas e externas de um osso chato.
Sinal de Richter ➡ Presença de fragmentos próximos ao orifício de passagem.
Sinal de Tovo e Lattes ➡ Presença de pele no interior do corpo.
Sinal de calcado (funil) de Bonnet ➡ Impressão do relevo ou desenho das vestes nos disparos à queima roupa (tiros encostados/apoiados. Identifica-se, ainda, pela incidência do projétil, apresentando a formatação de um cone.
Sinal do rasgão crucial de Nerio Rojas ➡ As roupas se rasgam nos tiros a curta distância em formato de cruz.
Sinal de escarapela ➡ No local onde houve o tiro à queima roupa, produz-se dois anéis concêntricos de esfumaçamento intercalados por um halo claro.
Retirado de @Sandy Sousa
Disparos com tiro encostado/apoiado: Em caso de tiro encostado, tanto os efeitos primários como os secundários dos componentes da munição irão penetrar nos tecidos. Se atingir estruturas ósseas, a lesão correspondente terá forma irregular, denteada ou com entralhes (estrelada). Pode apresentar os sinais a seguir (Ferreira, 2020):
SINAIS - Disparo Encostado
Sinal de Hoffman “Boca de mina” ou “câmara/cratera de mina” ➡ Localiza-se entre a pele e o osso, causado pela forte expansão dos gases da queima da pólvora que, por atingir o osso e retornar bruscamente, causa a ruptura do epitélio.
Sinal de Benassi/Benassi-Cueli ➡ Em tiros no crânio ou escápulas, pode-se identificar halo fuliginoso na lâmina externa do osso relativo ao orifício de entrada.
Sinal de Puppe-Werkgaertner ➡ Caracteriza-se pelo desenho da boca e da massa da mira do cano por ação contundente ou pelo seu aquecimento.
Rosa de tiro de Cevidalli ➡ Ocorre nos disparos múltiplos e o diâmetro possui relação com a distância do tiro e a entrada dos balins (em grupo mais ou menos circular).
Sinal de Schusskanol ➡ Caracteriza-se pelo esfumaçamento das paredes do conduto causado pelo projetil entre as lâmina internas e externas de um osso chato.
Sinal de Richter ➡ Presença de fragmentos próximos ao orifício de passagem.
Sinal de Tovo e Lattes ➡ Presença de pele no interior do corpo.
Sinal de calcado (funil) de Bonnet ➡ Impressão do relevo ou desenho das vestes nos disparos à queima roupa (tiros encostados/apoiados. Identifica-se, ainda, pela incidência do projétil, apresentando a formatação de um cone.
Sinal do rasgão crucial de Nerio Rojas ➡ As roupas se rasgam nos tiros a curta distância em formato de cruz.
Sinal de escarapela ➡ No local onde houve o tiro à queima roupa, produz-se dois anéis concêntricos de esfumaçamento intercalados por um halo claro.
Zona de esfumaçamento e buraco de mina no mesmo ferimento?
Breve resumo:
DISPARO ENCOSTADO: boca do cano da arma é pressionada contra o corpo da vítima de modo a não deixar escapar os elementos do cone de explosão, os quais penetram através da pele juntamente com o projétil.
Nas regiões em que há contraplano ósseo, como na cabeça, a aderência da arma à pele é completa, sendo a lesão característica.
Uma vez ocorrido o disparo, o projétil e os elementos do cone de explosão atravessam a pele. Entretanto, apenas o projétil consegue penetrar pelo osso, enquanto os gases e a pólvora se expandem lateralmente, entre a pele e o osso.
Isso gera aumento de pressão, que descola a pele do osso, levando a um estufamento, seguido de explosão da pele, agora de dentro pra fora.
Assim, o orifício de entrada nos disparos encostados é maior do que o diâmetro do projétil, estrelado, porque o tecido é rasgado e sujo de pólvora por dentro, como a explosão de uma mina: sinal da câmara ou buraco ou boca de mina de Hoffman. Se não houver escape, a pele ao redor estará limpa.
Os resíduos de pólvora ficam depositados na superfície óssea, sendo esse o Sinal de Benassi (zona de esfumaçamento na superfície óssea).
O osso da cabeça é esponjoso, isto é, tem duas tábuas compactas e uma camada de osso esponjoso entre elas (como um biscoito wafer).
O projétil fura a camada compacta externa, fragmentando o osso nesse ponto e imprimindo velocidade aos fragmentos. Assim, a camada interna é atingida pelo projétil e pelos pedaços de osso, ficando com um buraco maior. Então, o orifício do lado do osso por onde entra o projétil é menor do que o orifício do lado de saída do projétil, com bordas talhadas em bisel (angulado com arestas), pelo lado interno e formando no osso um trajeto em forma de cone truncado (com o bico cortado). Esse é o Sinal de Bonnet, que permite identificar o orifício de entrada do projétil, quando outros sinais falharem."
Apenas para complementar:
- Nos tiros encostados, pode também haver uma queimadura ao redor do orifício de entrada, causada pelo cano e pela mira da arma aquecidos pelo disparo.
- Muitas vezes, o desenho da mira permite identificar se a arma utilizada foi um revólver ou uma pistola. Esse é o Sinal de Werkgartner.
Fonte: CERS
Acho que a banca confundiu esfumaçamento com zona de esfumaçamento.
Medicina Legal - Geinval Veloso -2017
Ferimentos de entrada nos tiros a curta distância
A zona ou orla de esfumaçamento é decorrente do depósito deixado pela fuligem que circunscreve a ferida de entrada, formado pelos resíduos finos e impalpáveis da pólvora combusta. É também chamada de zona de falsa tatuagem, pois, lavando-se, ela desaparece. Está sempre presente nesses tipos de ferimentos, a não ser quando a região do corpo está protegida pelas vestes que retêm o depósito de fuligem.
Ferimentos de entrada nos tiros encostados.
Estes tiros ainda podem ser caracterizados pelo sinal do “schusskanol”, representado pelo esfumaçamento das paredes do conduto produzido pelo projétil entre as lâminas interna e externa de um osso chato, a exemplo dos ossos do crânio.
Procurei em todo o livro de Genival e só encontrei essa infromação sobre "esfumaçamento" em tiro encostado. O autor trata a "zona" de esfumaçamento como sendo em tiro a curta distancia(queima a roupa)
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