A fim de se estabelecer uma coesão adequada à norma padrão ...
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Ano: 2024
Banca:
MARANATHA Assessoria
Órgão:
Câmara de Altônia - PR
Prova:
MARANATHA Assessoria - 2024 - Câmara de Altônia - PR - Agente de Serviços Gerais |
Q2496503
Português
Texto associado
TEXTO PARA A QUESTÃO.
"Quando nasce um filho, nasce uma mãe e
uma culpa"
Nasce também a cobrança de quem sabe que
não pode realizar os sonhos e todas as
vontades, nem as suas, nem as dos filhos
Regina Teixeira da Costa | 19/05/2024
As redes sociais no Dia das Mães
bombaram. Zilhões de mensagens esperadas,
afinal somos todos filhos. E, muitas de nós,
mães. Portanto, nesse dia, expressamos os
melhores sentimentos e homenagens àquela
que nos deu à luz.
E não apenas nos pariu, foi além: nos
adotou e amparou. Nem todas puderam manter
consigo a sua cria, mas aquelas que as
acolheram e as aqueceram com o calor de seu
corpo, as amamentaram, falaram com elas,
transmitindo a linguagem, as humanizou. A
linguagem humaniza.
Enfim, assumiram a maternidade e
padeceram no paraíso, dizem. Mas o que isso
quer dizer? Quer dizer que ser mãe não é fácil,
pois implica assumir o cuidado e a
responsabilidade de um ser indefeso,
prematuro, que ainda dependerá dela por
muitos anos, antes de se tornar um adulto
independente.
As mensagens eram afetivas e emocionadas
nos lembrando os melhores momentos desta
relação da vida toda. A hora é de festejar e de
comemorar tudo que recebemos para ser o que
somos e o resultado de todo esse cuidado que
nos fez crescer.
Lendo os conteúdos das postagens, parece
que as coisas correram sempre de modo ideal.
A maternidade é uma relação sacralizada. E de
repente a gente esquece os momentos difíceis
e se lembra só da parte boa. Mas quem é mãe, tanto para quem é filho, sabe que as mães não
são perfeitas, são de carne e osso e muitas
vezes estão exaustas, sobrecarregadas e até
impacientes. Quando nasce um filho, nasce
uma mãe e uma culpa. Uma cobrança de quem
sabe que não pode realizar os sonhos e todas
as vontades, nem as suas, nem as dos filhos.
Sem dúvida, um olhar determina o lugar da
criança. [...] Desde bebê, no olhar da mãe, a
criança se reconhece de corpo inteiro, e esse
momento é de júbilo, porque ele assimila ser
ele próprio ali na imagem.
Filhos não são uma encomenda que
escolhemos conforme nosso agrado. São muito
mais pessoas que, crescendo, nos
surpreendem e, ao longo dos anos, vamos
conhecendo e entendendo. Eles não são o que
se espera.
Como filhos, muitas vezes precisamos, para
afirmar quem somos, decepcionar expectativas
e o desejo de nossos pais. Precisamos
contrariar o que planejaram para nosso futuro,
porque esse futuro quem decide é o próprio
sujeito. Sendo outra pessoa, nunca poderá
viver para realizar sonhos alheios, o que, para
muitos pais, é difícil de aceitar, e, para os filhos,
é difícil de praticar. Assumir o próprio desejo é
um ato que implica uma separação. Ou não
seria possível, para nenhum de nós, filhos, ter
vida própria e aprender a viver segundo nosso
desejo. Nem os pais podem tudo, nem os filhos;
somos pessoas comuns e limitadas que não
têm resposta para tudo.
Embora saibamos das dificuldades
atravessadas por todas as mães e os filhos
desde o nascimento até a vida adulta – e
mesmo depois que cada filho, tendo
conquistado sua independência, saia da família
de origem para viver a própria vida, formar seu
núcleo familiar ou mesmo uma produção
independente –, quando a relação foi
minimamente satisfatória, guardamos carinho e
respeito. E também algumas mágoas e
arrependimentos, mas a vida é isso... saber
superar.
Não importa como nasce cada filho; quando
nasce um filho, nasce uma mãe. E cada filho experimentará emoções, dificuldades e
alegrias. Portanto, é justo que celebremos
também o dia ________ ganhamos a vida.
COSTA, Regina Teixeira da. "Quando nasce um filho, nasce uma mãe e uma culpa". Estado de Minas, 19
de maio de 2024. Disponível em: https://www.em.com.br/colunistas/regina-teixeira-dacosta/2024/05/6860186-quando-nasce-um-filho-nasce-uma-mae-e-uma-culpa.html. Acesso em: 19 mai.
2024. Adaptado.
A fim de se estabelecer uma coesão
adequada à norma padrão da língua
portuguesa, a lacuna inserida no último
parágrafo do texto deve ser preenchida pela
seguinte expressão: