Abaixo à guitarra! Havia uma rivalidade muito e...
Abaixo à guitarra!
Havia uma rivalidade muito estimulada pela TV Record também, que tinha um monopólio dos musicais da época, televisão não tinha novela, o forte da televisão era o musical e a Record tinha sob contrato 90% da música brasileira. Todo dia tinha um programa musical e a Record tinha interesse que os programas de televisão fossem para os jornais, para as rádios, para a vida das pessoas; então era engraçado porque na época se dizia que a MPB era a música brasileira e a Jovem Guarda era a música jovem. E a gente pensava: Meu Deus do céu, por que não pode haver uma música jovem e brasileira ao mesmo tempo? Uma pergunta óbvia, mas que era pertinente nesse tempo a ponto das pessoas organizarem uma passeata em plena ditadura militar, com tanta coisa para protestar! Organizar uma passeata com 300, 400 pessoas, com faixa, cartaz e as pessoas gritando: “Abaixo à guitarra! Abaixo à guitarra!” A guitarra elétrica como símbolo do imperialismo ianque, aqueles clichês do velho comunismo que estavam muito ativos na época.
(Nelson Motta. Uma noite em 67. 2010.)
A “Passeata Contra a Guitarra Elétrica”, ocorrida em 17 de julho de 1967, partindo do Largo de São Francisco para o antigo Teatro Paramount, o “Templo da Bossa” marcou a polarização entre dois grupos participantes do Fino da Bossa e da Jovem Guarda, programas da TV Record. Assinale, a seguir, os possíveis presentes entre os manifestantes da passeata.
Gabarito comentado
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Alternativa correta: B - Elis Regina, Jair Rodrigues, Geraldo Vandré e Edu Lobo.
A questão abordada envolve um evento marcante na história da música brasileira: a "Passeata Contra a Guitarra Elétrica", ocorrida em 17 de julho de 1967. Para entender melhor o contexto, é importante conhecer a rivalidade entre dois grandes movimentos musicais da época, a MPB (Música Popular Brasileira) e a Jovem Guarda. Esses movimentos estavam em constante disputa, especialmente no cenário promovido pela TV Record, que na época dominava a programação musical televisiva.
A MPB era tida como a verdadeira música brasileira, enquanto a Jovem Guarda era vista como música jovem e estrangeira, por conta da presença intensa da guitarra elétrica, associada ao rock'n'roll e, por conseguinte, ao imperialismo cultural ianque. Essa polarização culminou na passeata mencionada, onde o uso da guitarra elétrica foi simbolicamente rejeitado por parte dos músicos para proteger a "pureza" da música nacional.
Para resolver a questão, é essencial reconhecer os artistas vinculados a esses movimentos. A alternativa correta, B - Elis Regina, Jair Rodrigues, Geraldo Vandré e Edu Lobo, reflete os artistas que historicamente participaram ativamente dessa passeata e estavam alinhados com a defesa da MPB. Vamos justificar cada um deles:
- Elis Regina: Grande ícone da MPB, conhecida por sua voz potente e engajamento político.
- Jair Rodrigues: Também associado à MPB e conhecido por parcerias famosas, como com Elis Regina.
- Geraldo Vandré: Compositor e cantor de músicas de protesto, fortemente ligado à resistência política e cultural da época.
- Edu Lobo: Outro grande nome da MPB, conhecido por suas composições refinadas e engajamento com a causa da música brasileira tradicional.
As outras alternativas misturam artistas da Jovem Guarda com a MPB, o que não condiz com a realidade histórica do evento. Por exemplo:
Alternativa A inclui Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, todos grandes nomes da Jovem Guarda, movimento que adotava a guitarra elétrica e, portanto, não participaria da passeata contra ela.
Alternativa C e D seguem a mesma linha, misturando nomes que não se alinham com a proposta da passeata.
Portanto, para resolver essa questão corretamente, é fundamental ter conhecimento sobre os movimentos musicais da década de 1960 no Brasil e saber identificar os artistas que representam cada corrente.
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