Os resultados do exame do estado mental do paciente, de sua ...

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Q170186 Psicologia
Quanto aos objetivos de uma avaliação psicológica clínica, julgue
os itens seguintes.

Os resultados do exame do estado mental do paciente, de sua história clínica e pessoal permitem atender ao objetivo de classificação nosológica, isto é, do psicodiagnóstico propriamente dito. Nessa avaliação, o psiquiatra ou o psicólogo analisa a psicopatologia à luz de um modelo categórico, que subsidia o julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos, que classificam o paciente em uma categoria diagnóstica similar à de outros pacientes.
Alternativas

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A alternativa correta é Errado (E).

Para compreender por que essa é a resposta correta, vamos analisar o tema e os conhecimentos necessários envolvidos na questão. A questão aborda os objetivos de uma avaliação psicológica clínica, focando especificamente no psicodiagnóstico e no uso do exame do estado mental, da história clínica e pessoal do paciente.

O objetivo principal de uma avaliação psicológica clínica é compreender o funcionamento psicológico do paciente para formular um diagnóstico, planejar intervenções e prever resultados terapêuticos. A questão específica trata do processo de classificação nosológica, ou seja, o ato de classificar os sintomas do paciente dentro de uma categoria diagnóstica específica.

No enunciado, é mencionado que o profissional de saúde mental (psiquiatra ou psicólogo) utiliza um modelo categórico. Esse modelo é amplamente usado na psiquiatria e em algumas abordagens psicológicas para classificar transtornos mentais em categorias distintas, como descrito em manuais como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças).

Agora, vejamos por que a alternativa está errada:

O erro na afirmação está na suposição de que o psicodiagnóstico se resume à simples classificação nosológica. Embora a classificação seja uma parte importante do processo diagnóstico, o psicodiagnóstico é um processo mais amplo e complexo, que envolve a análise profunda do funcionamento psicológico do paciente, suas emoções, comportamentos, cognições e aspectos contextuais.

Além disso, não é apenas a presença de uma configuração de sintomas que determina o diagnóstico, mas também a compreensão das suas causas, consequências e a relação com a história de vida do paciente. Portanto, reduzir o psicodiagnóstico à classificação nosológica é simplificar um processo que, na verdade, é muito mais abrangente.

Alternativas incorretas:

  • Classificação Nosológica: Embora essencial, é apenas uma parte do psicodiagnóstico e não abrange toda a complexidade da avaliação psicológica.
  • Modelo Categórico: Útil, mas não exclusivo. O psicodiagnóstico pode envolver também modelos dimensionais e outras abordagens qualitativas.

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Comentários

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Na obra Psicodiagnóstico V, de Jurema A. Cunha, a autora elenca os objetivos do Psicodiagnóstico:

Classificação simples: O exame compara a amostra do comportamento do examinado com os resultados dos outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual.

Descrição: Ultrapassa a classificação simples, interpretando a diferença de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.

Classificação nosológica: Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos.

Os resultados do exame do estado mental do paciente, de sua história clínica e pessoal permitem atender ao objetivo de classificação nosológica, isto é, do psicodiagnóstico propriamente dito. Nessa avaliação, o psiquiatra ou o psicólogo analisa a psicopatologia à luz de um modelo categórico, que subsidia o julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos, que classificam o paciente em uma categoria diagnóstica similar à de outros pacientes.

Esta descrição não pertence a classificação nosológica, eis o erro da questão, uma vez que tal descrição se parece mais com a classificação simples.

Após ler Cunha acredito que encontrei o erro da questão: psicodiagnóstico propriamente dito

Está certo o que ela diz que "Os resultados do exame do estado mental do paciente, de sua história clínica e pessoal permitem atender ao objetivo de classificação nosológica". No livro ela aponta que a Classificação nosológica, a partir desses resultados, deve ser feita em pacientes não testáveis. Porém

Não obstante, quando o paciente apresenta condições para testagem, é possível se desenvolver um psicodiagnóstico em estrito senso: o psicólogo organiza seu plano de avaliação e lança mão de uma bateria de testes, para verificar cientificamente suas hipóteses, ou, ainda,(...) 

Ou seja, 

Para que haja psicodiagnóstico propriamente dito, ou em estrito sentido, é necessário o uso de testes. O que não aconteceu conforme a questão assinalou. 

Errado. A questão começa falando de classificação nosológica e termina falando em classificação simples..

A classificação nosológica é diferente de psicodiagnóstico propriamente dito.

A classificação nosológica utiliza um modelo categórico através do qual analisa-se a psicopatologia baseada na presença ou não de uma configuração de sintomas significativos, comparando o que o paciente tem de similar com outros pacientes na mesma categoria diagnóstica. Segundo Cunha, em Psicodiagnóstico V, esse tipo de análise não pode ser classificada como um psicodiagnóstico propriamente dito.

A classificação nosológica, facilita a comunicação entre profissionais, contribuindo para o levantamento de dados epidemiológicos de uma comunidade. Assim, deve ser usada, mas, num psicodiagnóstico, a tarefa não se restringe a conferir quais os critérios diagnósticos que são preenchidos pelo caso.

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