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Terapeuta junta quase 40 livros de colorir e coleção
vira objeto de estudo
Os livros de colorir para adultos se tornaram um fenômeno de vendas, mas enquanto alguns não se tornam fãs tão adeptos, a terapeuta Simone Mascarenhas aproveitou a sua coleção pessoal para usá-la como objeto de estudo. Após ganhar o primeiro exemplar em abril deste ano, a moradora de Sorocaba (SP) já possui 40 livros do tipo. “Achei interessante. Fui comprando outros para colorir e estudar esse movimento com um foco mais sociológico.”
Simone tem 46 anos e conta que dedica até duas horas diárias, geralmente à noite, para a atividade. Ela também busca por vídeos na internet que trazem ideias e inspiração para colorir. A mesa espaçosa com dezenas de lápis de cor organizados em potes mostram um gosto antigo que voltou a integrar a rotina da terapeuta. “Já fiz cursos de desenho e pintura, mas já faz uns 30 anos que estudei isso. Agora que retomei o hobby, estou relembrando as técnicas e até estudando de novo.”
A febre dos livros de colorir chamou a atenção de Simone, não só pela retomada de uma atividade que lhe dava prazer, mas também pela mudança de comportamento que tem observado nas pessoas. “A partir do momento em que adotam esses livros de colorir como um hobby, as pessoas deixam um pouco de lado as redes sociais e param de se preocupar com a vida dos outros para prestar mais atenção em si mesmas, conhecer gente nova, desenvolver a criatividade e até despertar um lado artístico”, explica.
Segundo a terapeuta, a atividade contribuiu para melhorar a qualidade das relações. “Melhorou a interação familiar porque os pais estão sentando com os filhos para pintar o livro. Tenho visto idosos pintando, se divertindo e achei isso muito bacana. Os temas dos desenhos tendem a despertar a vontade de pesquisar, aprender, conhecer e até viajar”, ressalta Simone.
Os benefícios também puderam ser percebidos na rotina dela. “Na correria do dia a dia, a gente se esquece de prestar atenção em coisas novas. Agora eu sempre passo na livraria para ver e comprar as novidades que me agradam. Pintar me distrai e estimula minha curiosidade porque eu quero saber que flor é aquela, que lugar é aquele do desenho e ‘quebro a cabeça’ até achar os nomes para saber mais a respeito”.
Perfeccionismo
Os livros, lançados no Brasil no final de 2014, têm temas que vão desde a natureza até histórias em quadrinhos, mas são os que reproduzem mandalas que ficam entre os preferidos da terapeuta.
Os materiais utilizados para pintar são os mais variados: lápis de cor, canetinhas, tintas e o que mais a criatividade permitir. “Já vi pessoas usando vários [materiais], como glitter e até maquiagem, algo que nunca pensei em usar para pintar. Sempre estou experimentando coisas novas também e misturo materiais no mesmo desenho. Mas sou perfeccionista, se erro uma parte, fico irritada”, revela Simone.
Livro próprio
Entre a pintura de um jardim e outro, Simone plantou uma ideia na cabeça: a de criar seu próprio livro. Mas, por enquanto, o projeto ainda é apenas uma semente. Um sonho que, segundo ela, resolveria defeitos encontrados em alguns exemplares. “Alguns livros não têm papel de boa qualidade e poucos deles indicam quais são os materiais adequados para pintar. É frustrante quando estraga a página. Outra falha é que não trazem os nomes das flores, lugares e outras coisas”, aponta a terapeuta.
Questionada sobre um possível tema, ela não hesita. “Por que não comidas, frutas coloridas? Percebo nos desenhos de alguns títulos que foram feitos com cuidado, tem amor e carinho no trabalho. Gostaria de criar um que fosse bem feito, que ajudasse as pessoas e informasse, evitando o consumismo exacerbado dos materiais porque, muitas vezes, o vendedor não sabe indicar o correto”, completa.
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba- jundiai/noticia/2015/07/terapeuta-junta- quase-40-livros-de-colorir-e-colecao-vira- objeto-de-estudo. html
Em ‘“Achei interessante. Fui comprando outros para colorir e estudar esse movimento com um foco mais sociológico’”, as aspas foram empregadas no texto