Para René Spitz (2013), as relações objetais se estabelecem

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Para René Spitz (2013), as relações objetais se estabelecem
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A alternativa correta é a Alternativa B.

René Spitz foi um importante psiquiatra e psicanalista que estudou o desenvolvimento emocional infantil, especialmente as fases iniciais da vida e a formação das relações objetais, que são as primeiras relações significativas que o bebê estabelece com os cuidadores. Essas relações são fundamentais para o desenvolvimento psicológico saudável.

Vamos analisar cada uma das alternativas para entender melhor:

Alternativa A: Afirma que as relações objetais se estabelecem por ocasião do nascimento da criança, uma vez que o bebê nasce programado para estabelecê-las ao primeiro contato físico com a mãe. Esta alternativa está incorreta porque, segundo Spitz, as relações objetais não se formam imediatamente ao nascimento. O que acontece ao nascimento são os primeiros contatos, mas as relações objetais se desenvolvem com o tempo e através de diversas interações.

Alternativa B: Correta. Diz que as relações objetais se estabelecem por volta do 6º mês, quando a mãe é percebida como um objeto inteiro, independentemente das necessidades insatisfeitas do bebê. Spitz descreveu que, por volta do sexto mês, o bebê começa a perceber a mãe como um objeto total e não apenas como a soma de partes gratificantes (como o seio, por exemplo). Nesse período, o bebê desenvolve a capacidade de diferenciar pessoas específicas e formar vínculos emocionais com elas.

Alternativa C: Afirma que as relações objetais se estabelecem por ocasião da resposta-sorriso, indicativa de que o bebê reconhece o rosto da mãe e reage a ele sorrindo. Embora a resposta-sorriso seja um marco importante no desenvolvimento infantil e possa ocorrer por volta dos 2 a 3 meses, ela não representa o estabelecimento completo das relações objetais, que ocorre mais tardiamente.

Alternativa D: Sugere que as relações objetais se formam com a primeira mamada, na medida em que o seio materno passa a satisfazer os desejos e as necessidades do bebê. Esta alternativa está incorreta porque, apesar de a alimentação ser crucial para a sobrevivência e bem-estar do bebê, as relações objetais requerem um desenvolvimento mais amplo de interação e reconhecimento que vai além das necessidades fisiológicas imediatas.

Alternativa E: Propõe que as relações objetais se estabelecem durante a gestação, quando a mãe se conscientiza da presença do bebê em seu corpo e reage afetivamente a essa experiência. Embora o vínculo afetivo da mãe com o bebê possa começar na gestação, as relações objetais do bebê com a mãe se desenvolvem após o nascimento através de interações diretas e contínuas.

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Spitz (1996) descreveu 3 etapas no desenvolvimento do bebê:

Estágio não objetal, o estágio pré-objetal e o estabelecimento do objeto libidinal.

No estágio não objetal, o comportamento do bebê é inteiramente passivo em relação ao mundo.

O início do estágio pré-objetal é marcado pela reação do sorriso: o bebê sorri ao ver o rosto de um adulto. Essa fase representa o início de um comportamento ativo.

O estabelecimento do objeto libidinal é marcado pela ansiedade dos 8 meses: entre o 6.º e o 8.º mês, o bebê, diante de uma pessoa estranha, mostra-se ansioso e a rejeita. Presume-se que seja uma reação desprazerosa à ausência da mãe. A aquisição dessa capacidade de distinguir a mãe de um estranho representa que há uma verdadeira relação objetal; a mãe tornou-se o objeto libidinal do bebê.

Fonte:Cheniaux Junior, Elie, 1965. Manual de psicopatologia / Elie Cheniaux. - 5. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.

LETRA: B

René Spitz aponta três estágios de desenvolvimento que estão diretamente relacionados com o aparecimento de organizadores psíquicos. O primeiro estágio (Pré-Objetal) se dá do nascimento até por volta dos três meses, quando observa-se uma indiferenciação por parte da criança em relação ao mundo externo. A partir dos três meses, em geral a criança começa a expressar os primeiros sorrisos, simbolizando a base das relações sociais e o começo da separação de si com o mundo externo (apesar da relação com os objetos ainda ser indiferenciada). À esse período (dos 03 aos 08 meses, aproximadamente) Spitz nomeou de Estágio Precursor do Objeto. O último estágio ocorre somente a partir do 8º mês e é chamado de Estágio do Objeto Libidinal, onde aparece o 2º organizador psíquico: o medo de estranhos. A criança já consegue se diferenciar da mãe e diferenciar o que é mãe e o que é não-mãe. O medo de perder o objeto libidinal a faz ficar ansiosa. A partir do 2º ano, quando a criança aprende a falar (e a entender o conceito da palavra "não") as relaçoes objetais se solidificam.

Assim, podemos dizer que a interiorização da mãe como objeto libidinal tem início na angústia do 8º mês, quando a criança entra no terceiro estágio do desenvolvimento (Estágio do Objeto Libidinal). Esse período pode variar entre os 6 e os 8 meses, aproximadamente.

A letra A não está correta, pois segundo Spitz, os processos psíquicos não existem ao nascer. É algo que vai sendo adquirido no primeiro ano através de protótipos do psiquismo.

A letra C trata do 1º organizador psíquico (aparecimento do sorriso), momento em que a criança ainda não consegue fazer a distinção entre si e o mundo externo.

As letras D e E tratam da primeira mamada e do período gestacional, respectivamente; momento em que a criança está completamente indiferenciada.

Resposta letra B

 Estágios do Desenvolvimento:

Spitz descobriu que no processo de estabelecimento das relações objetais a criança passa por três estágios: pré-objetal; objeto precursor, objeto real. O bebê não somente aumenta ou diversifica suas respostas, ele confere ao objeto um novo significado na medida do seu desenvolvimento.

• 1º Estágio - Pré-Objetal

Idade: até 3 meses: Inicia-se com o nascimento e termina em torno do 3º mês. A interação da criança com o ambiente externo é fisiológica; não existe vontade ou qualquer representação psíquica ou consciência. A criança não se distingue do meio, ou seja, não existe um objeto. Ela recebe os estímulos externos, e devido ao seu mecanismo de proteção interna, e nem os percebe.

O rosto humano estabelece-se, assim, como o primeiro sinal de memória do bebê, pois é o que mais a criança vê em uma situação que mobiliza afeto. Nenhum outro objeto é foco de atenção da criança neste período e/ou capaz de provocar a resposta ao sorriso. As emoções primárias, fome, sede, prazer e desprazer, são precursores do afeto. O sorriso surge apenas à figura humana, não acontecendo para objetos.

2º Estágio - Precursor do Objeto

Idade: 3 aos 8 meses: O surgimento do tônus muscular leva à sustentação da cabeça e do tronco, e posteriormente, a criança consegue manter-se sentada e com capacidade de pegar e largar objetos voluntariamente.

O bebê de quatro meses pode ser visto tocando a boca, os dedos, até mesmo junto com a mamadeira, observando seus dedos no momento de preensão. Em torno do 6º mês, muitas vezes é visto tocando os próprios pés, interessando-se pelos membros inferiores.

A relação com a mãe é especial, sendo que a criança mostra desconforto quando abandonada pela mãe, o que ainda não acontece quando é privada de algum brinquedo. Surge a reação de medo entre o 4º e 6º mês aproximadamente, dirigido a um objeto, pessoa ou coisa, com a qual a criança teve uma experiência negativa.

• 3º Estágio - Objeto Real

Idade: 8 a 12 meses: Tem início quando a criança prefere a mãe, apresentando sinais visíveis de ansiedade diante de um estranho. Criança e mãe comunicam-se cada vez mais de forma direcionada e os gestos da mãe passam a ter significado para a criança e vice-versa. O primeiro desse sinal é o balançar de cabeça indicativa de “não”. A partir do 8º mês, mais ou menos, se a mãe interrompe a atividade da criança dizendo “não” e balançando a cabeça, a criança para a atividade evidenciando o entendimento do sinal.

A partir daí surge a linguagem na vida da criança. No início composta de palavras incompletas, até aproximadamente 18 meses. Em regra sua linguagem expressa suas necessidades e representa um pedido de ajuda. Só mais tarde inicia-se a comunicação com ajuda de símbolos verbais. Quando o bebê pronuncia “mamã”, isto pode significar muitas coisas e até frases, como: “estou com fome”; “quero água”; “tire-me daqui”.

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