O texto a seguir é o excerto de uma entrevista concedida pel...
O texto a seguir é o excerto de uma entrevista concedida pela antropóloga Lilia Schwarcz para a Revista da Cultura.
Lilia, uma antropóloga como você, que se debruça sobre a história intrincada do Brasil, se permite ter esperanças?
Muita! Não parece, mas o Brasil: Uma biografia é um livro muito esperançoso. A Heloisa [Starling] e eu sempre dissemos que é uma biografia, porque, como todo personagem, tem momentos que a gente gosta do Brasil, tem momentos que a gente não gosta. Tem momentos que a gente aposta e tem momentos que não aposta tanto. O que é interessante é que, quando nós estávamos terminando o livro, a gente sabia que as coisas estavam acontecendo. O livro é muito esperançoso, porque a gente diz aí: “Um novo capítulo da república vai começar”. E a gente diz: “A democracia vai muito bem, está muito forte, constituída, segura, saudável; a república é que vai mal”. E conversando com a Heloisa agora, tenho dito que a gente precisa escrever sobre a democracia, porque eu, particularmente, acho que ela não vai bem.
Revista da Cultura. Entrevista, ed. 107, p. 26.
A leitura da resposta dada pela antropóloga permite inferir que