Considerando o período do Regime Militar no Brasil, julgue (...
Considerando o período do Regime Militar no Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.
A tese do pragmatismo responsável da política exterior do Brasil durante o Regime Militar baseava-se na autonomia do Itamaraty frente às questões internas.
Comentários
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Gabarito preliminar: CERTO
Gabarito oficial: ANULADA
Justificativa da banca: A ausência de informações relevantes na redação do item prejudicou seu julgamento objetivo.
A postura do Brasil durante o Regime Militar no campo da política externa era de um "gatinho", mas nas relações internas era de um "leão". E o Itamaraty conduzia a política externa de forma relativamente autônoma em relação às questões internas e ao regime autoritário, destacando-se pela diplomacia profissional e pelo pragmatismo.
Durante o governo de Ernesto Geisel, a política externa foi chamada de "Pragmatismo Responsável", com foco na diversificação das relações internacionais, especialmente com países em desenvolvimento, mas sem confrontar diretamente os interesses das grandes potências. O Governo Militar se esforçava para melhorar a imagem do país no exterior, destacando-se como uma nação pacífica, voltada para o desenvolvimento e aberta a parcerias econômicas e diplomáticas.
Internamente, o Regime Militar foi marcado por uma postura autoritária, repressiva e centralizadora.
O governo utilizou medidas de força, como censura, perseguição a opositores, tortura e controle das instituições, especialmente durante os anos de maior repressão (AI-5, de 1968, até o início da abertura política em 1978).
A tese do pragmatismo responsável era uma estratégia do governo militar para fortalecer as relações internacionais do Brasil, visando o desenvolvimento nacional e a soberania brasileira. O Itamaraty desempenhava um papel técnico e operacional dentro das diretrizes estabelecidas pelo governo.
PMAL/2024
HOPE! SERTÃO!
O Geisel, que estabeleceu sua PEB como pragmática, ecumênica e responsável, utilizou bastante dessa política externa para legitimar suas decisões internas. Logo, não há que se falar em autonomia do Itamaraty. Porém, há autores que defendem a ideia de autonomia baseados no "ato de Geisel haver restringido a implementação da política externa ao gabinete de Silveira, sem reuniões gerais ou mesmo consultas informais a outros diplomatas..."
Mas, afirmar que a tese do pragmatismo responsável baseava-se na autonomia do Itamaraty, é restringir bastante a compreensão e abrangência do conceito de pragmatismo ecumênico e responsável cunhado por Geisel. Assim, o gabarito deveria ser E.
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