A questão social foi posta como alvo da intervenção do Esta...
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A alternativa correta é a B - no capitalismo monopolista, para preservação e controle da força de trabalho.
Vamos analisar o tema central da questão, que é a relação entre a questão social e a intervenção do Estado através de políticas sociais. Este é um tema crucial no contexto do serviço social, pois está diretamente ligado à forma como o Estado responde às desigualdades geradas pelo sistema capitalista.
Historicamente, a questão social surge com o desenvolvimento do capitalismo e as contradições inerentes a este sistema, como a desigualdade social, o desemprego e a exploração do trabalho. A intervenção do Estado se torna mais evidente e sistemática no período do capitalismo monopolista, quando há uma necessidade de preservar a estabilidade social e manter a força de trabalho controlada para sustentar o sistema econômico.
Segundo fontes acadêmicas, como Iamamoto (2007), é nesse período que o Estado começa a implementar políticas sociais de forma mais estruturada, visando gerenciar os conflitos sociais e garantir a reprodução da força de trabalho. Este cenário é amplamente discutido no campo do serviço social, em que se analisa o papel das políticas sociais como um mecanismo de controle e legitimação social.
Justificando a alternativa correta:
A alternativa B é a correta porque identifica corretamente o período em que a questão social se torna um alvo sistemático da intervenção estatal. Durante o capitalismo monopolista, o Estado assume um papel mais ativo na regulação social para garantir a continuidade do sistema capitalista, muitas vezes através da implementação de políticas sociais que visam mitigar os efeitos negativos do sistema, como a pobreza e a desigualdade.
Análise das alternativas incorretas:
A - A alternativa sugere que a questão social foi tratada desde o fim do escravismo, o que não é correto. Apesar de a desigualdade social existir, a intervenção sistemática e contínua do Estado ocorre mais tarde, no capitalismo monopolista.
C - O capitalismo concorrencial antecede o monopolista e não é caracterizado por uma intervenção sistemática do Estado. Nesse período, o liberalismo econômico ainda prevalecia, com pouca interferência estatal.
D - O Estado burocrático do pós-guerra na Inglaterra refere-se a uma reestruturação política e econômica, mas não marca o início da intervenção sistemática na questão social. Este período está mais relacionado ao Estado de bem-estar social.
E - A insurgência do modelo econômico mercantil precede o capitalismo industrial e, portanto, não coincide com o desenvolvimento das políticas sociais modernas.
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No início do século XX cresce o monopólio de empresas que se agrupam e controlam a produção e o mercado para venda de seus produtos, com fortes leis protecionistas, aumento da produtividade pelo desenvolvimento de novas técnicas de produção e novas alternativas energéticas. Essa nova forma de produção afeta principalmente as condições de vida dos operários e apresenta sequelas que desembocam em expressões da questão social, tais como desemprego, moradia insalubre, inexistência de direitos sociais. Apontamos, ainda, o posicionamento do Estado perante esse quadro conjuntural, que, para legitimar o capitalismo monopolista, implementa estratégias para sanar os problemas sociais. Essas resoluções são enquadradas na ótica de correção dos conflitos existentes entre a burguesia capitalista e os trabalhadores.
Maria Augusta Tavares ao discutir o tema "Acumulação, trabalho e desigualdades sociais" afirma:
A partir de 1870, o capital entra na sua fase de expansão e amadurecimento, a fase dos monopólios. Isso não significa que a concorrência é inteiramente cancelada, contudo, livre concorrência,no sentido preciso de franco liberalismo, só foi permitida à Inglaterra, por ter sido a primeira a industrializar-se. Na fase monopolista, toma forma a estrutura da indústria moderna e das finanças capitalistas. O surgimento das empresas de sociedade anônima, os cartéis e outras formas de combinação são expressões da concentração e centralização do capital. O capitalismo monopolista abrange o aumento de organizações monopolistas, a internacionalização do capital, a divisão internacional do trabalho, o imperialismo, o mercado mundial do capital, as mudanças na estrutura do poder estatal. Há uma reorganização da vida social, alterando papéis femininos e transferindo-se para o mercado quase todas as atividades tradicionalmente a cargo da família. Com isso, aumenta a necessidade de instituições, como escolas, hospitais, prisões, manicômios e, também, de assistência social. Não é por acaso que o surgimento do Serviço Social como profissão coincide com esse momento. (p.11 a 12).
Fonte:TAVARES M.A., Acumulação, trabalho e desigualdades sociais in “Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais” (CFESS, 2009)
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