O trecho seguinte alude aos limites de uma estratégia de cr...

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Q1922600 Economia

O trecho seguinte alude aos limites de uma estratégia de crescimento financiada por poupança externa.


Quando um país decide aceitar essa proposta de “crescimento com poupança externa”, a primeira consequência é a apreciação da taxa de câmbio. Em seguida, do lado da oferta, ocorre o aumento artificial dos salários, e, em consequência, o aumento do consumo interno [...]. Do lado da demanda, o resultado é o mesmo: a apreciação da moeda provoca a diminuição das oportunidades de investimento lucrativo voltadas para a exportação; caem os investimentos e, em termos keynesianos, cai a poupança interna. Mais amplamente, o endividamento externo provoca uma sucessão de três males: primeiro, temos uma elevada taxa de substituição da poupança interna pela externa, grande parte das entradas de capitais financiando o consumo ao invés do investimento; segundo, temos o aumento do endividamento externo que leva o país a uma condição de fragilidade externa e à política desastrosa do confidence building, a aceitar sem crítica as recomendações de nossos credores e concorrentes; e, terceiro, temos a crise de balanço de pagamentos.

BRESSER-PEREIRA, L.C. Déficits, câmbio e crescimento. O Estado de São Paulo, São Paulo, mar.2010. Adaptado.


De acordo com o autor, um país que se guia por uma estratégia de “crescimento com poupança externa” 

Alternativas

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Questão tratando do tema de dependência da poupança externa e suas consequências na economia de um país, tema de Economia Política. Vamos verificar as alternativas propostas:

A) ERRADA: Segundo o autor, o crescimento com poupança externa implica, sim, em apreciação da taxa de câmbio, porém haverá elevação do consumo das famílias e não redução;

B) ERRADA: Ao contrário, o investimento tende a cair, especialmente os investimentos voltados para a exportação devido à apreciação cambial;

C) ERRADA: O resultado com a poupança interna é o mesmo do item anterior, isto é, há uma redução e não aumento;

D) CERTA: Exatamente, segundo o autor, há "uma elevada taxa de substituição da poupança interna pela externa", o que gera maior dependência externa de recursos para o país e, ainda, ao "aumento do endividamento externo que leva o país a uma condição de fragilidade externa e à política desastrosa do confidence building";

E) ERRADA: Muito pelo contrário, o câmbio apreciado reduz a competitividade das exportações, causando, inclusive, queda do investimento voltado para a exportação.

GABARITO DO PROFESSOR: LETRA D.

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Comentários

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Isso se deu principalemnte no governo FHC (Plano Real).

Para reduzir a inflação, permite-se a importação.

Para importar, é necessário um câmbio apreciado.

Para apreciar o câmbio, uma das formas é obter poupança externa (investimento direto no país), na conta financeira do BP.

Como a poupança é dada pela fórmula S = Sint + Sext, sendo Sext o foco da política, a Sint (poupança interna) é pequena, o que se traduz em consumo puro.

Como o consumo é exagerado nesse caso (por conta dos importados), não há investimento (pois S = I).

Sem investimento, o país não cresce (que foi o que ocorreu no governo FHC).

Trata-se de uma crítica da ala desenvolvimentista, encabeçada por Bresser-Pereira, para quem o câmbio deveria ser depreciado, de forma a obter reservas via exportação, e assim subsidiar a poupança interna, para o ulterior investimento e crescimento nacional.

GABARITO: C

Bons estudos!

Isso é mais interpretação de texto

Resolução: https://youtu.be/-zaej6ZpAbs

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