Assim como os judeus eram vistos como raça inferior no mundo...
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Ano: 2017
Banca:
FUMARC
Órgão:
Prefeitura de Santa Luzia - MG
Prova:
FUMARC - 2017 - Prefeitura de Santa Luzia - MG - Professor de Educação Básica III - História |
Q1329298
História
Texto associado
Leia o texto abaixo. Ele servirá de base para a questão.
O Cogumelo Venenoso
Publicado em 1938, O cogumelo venenoso é um dos livros de texto para
as escolas em que transparecia com mais clareza a virulência antissemita difundida na sociedade alemã:
O pequeno Franz foi com sua mãe procurar cogumelos no bosque. [...]
Pelo caminho, a mãe diz:
- Olha, Franz, como acontece com os cogumelos no bosque, o mesmo
ocorre também com as pessoas na terra. Há cogumelos bons e pessoas boas.
Existem cogumelos venenosos, cogumelos maus, e pessoas más. E dessas pessoas é preciso ter cuidado como com os cogumelos venenosos, Entende?
- Sim, mãe, compreendo – diz Franz -, se confiarmos em pessoas más,
pode ocorrer uma desgraça, assim como se comermos um cogumelo venenoso,
podemos morrer!
- E sabe quem são essas pessoas más, esses cogumelos venenosos da
humanidade? – Pressiona a mãe. Franz demonstra segurança.
- Certamente, mamãe! Sei muito bem. São.... os judeus. Nosso professor
o diz com frequência na escola. [...]
- Exatamente! – Aplaude a mãe. E depois continua falando, muito séria.
- Os judeus são pessoas más. São como os cogumelos venenosos. E assim como é difícil muitas vezes distinguir os cogumelos venenosos dos bons, é
igualmente difícil reconhecer os judeus como pilantras e delinquentes. Como os
cogumelos venenosos se apresentam com as mais variadas cores, assim também
os judeus conseguem tornar-se irreconhecíveis assumindo os mais estranhos aspectos.
- Em que aspectos estranhos pensas? – Pergunta o pequeno Franz.
A mãe compreende que o menino não captou ainda totalmente o sentido.
E, imperturbável, continua explicando.
- Então, escuta! Há, por exemplo, o judeu ambulante. Com tecidos e todo
tipo de mercadoria possível vai de aldeia em aldeia. Elogia sua mercadoria como a melhor e menos cara. Na realidade é a pior e a mais cara. Não deves confiar
nele! [...] O mesmo ocorre com os judeus que criam animais, com os judeus dos
mercados, com os açougueiros, com os médicos judeus, com os judeus batizados
etc. Mesmo que finjam, mesmo que se mostrem gentis e, se mil vezes dizem que
querem apenas nosso bem, não podemos acreditar neles. São judeus e continuam
sendo judeus. São venenosos para nosso povo! [...] Do mesmo modo que com um
cogumelo venenoso se pode matar uma família inteira, um único judeu pode aniquilar uma aldeia inteira, uma cidade, até mesmo todo um povo.
Franz compreendeu a mãe.
- Mãe, todos os não judeus sabem que o judeu é perigoso como um cogumelo venenoso?
- Infelizmente, não, meu filho. Há muitos milhões de não judeus que ainda
não conheceram o judeu. E por isso devemos informá-los e deixá-los de sobreaviso com relação aos judeus. Devemos, porém, advertir também nossa juventude
sobre os judeus. Nossos meninos e meninas devem saber imediatamente quem
são os judeus. Devem saber que o judeu é o cogumelo venenoso mais perigoso
que pode existir. Como os cogumelos crescem em toda parte, assim também o
judeu se encontra em todos os países do mundo. Como os cogumelos venenosos
provocam muitas vezes graves desgraças, assim também o judeu é causa de miséria e sofrimento de infecção e morte.
(História Ilustrada do Nazismo/Volume 2: O poder e as consequências: 1933-1945. São Paulo: Larousse, 2009, p. 114)
Assim como os judeus eram vistos como raça inferior no mundo alemão do século
XX, no Brasil as questões raciais passavam, principalmente no século XIX, pelo
histórico da escravidão. O negro vindo da África era inferiorizado sob justificativa
racial, utilizado como mão de obra e tratado como coisa. Caio Prado Júnior, em
História Econômica do Brasil, ao tratar da substituição pelo trabalho livre analisa o
contexto de substituição da mão de obra.
A ideia do autor sobre a substituição do trabalho escravo no Brasil está corretamente apresentada na afirmativa: