Militante do Partido Comunista Brasileiro, Ferreira Gullar v...
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Português
Militante do Partido Comunista Brasileiro, Ferreira Gullar
viu-se obrigado a se exilar, nos anos 70, primeiro no Chile e
depois na Argentina. Em 1975, estava em Buenos Aires quando
compôs aquela que é considerada sua obra-prima, o
longuíssimo Poema Sujo, que contém a estrofe:
o homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade
"Sentia necessidade de escrever tudo o que eu podia dizer, pois pensava que podia morrer naquela época. Afinal, uma ditadura militar havia se instalado no Brasil, depois no Chile, onde me exilara, e posteriormente na Argentina, onde eu estava. Foi nesse estado de espírito de não ter para onde correr que nasceu o poema. Na verdade, o poema não é político, mas um resgate do que eu havido vivido até então. É claro que tem a minha infância, tem São Luís ... O poema vai resgatar toda a minha experiência de vida, na medida do possível, mas ele é na realidade reflexão sobre aquelas coisas. Ele não é simplesmente 'ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida'... É uma reinvenção da própria vida. Uma coisa é você ter vivido, e outra coisa é você refletir sobre o que você viveu..."
No mês passado, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra.
(João Barile. Revista Bravo! Abril, n. 158, outubro de 2010, p. 26, com adaptações)
Os versos transcritos do Poema sujo traduzem
o homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade
"Sentia necessidade de escrever tudo o que eu podia dizer, pois pensava que podia morrer naquela época. Afinal, uma ditadura militar havia se instalado no Brasil, depois no Chile, onde me exilara, e posteriormente na Argentina, onde eu estava. Foi nesse estado de espírito de não ter para onde correr que nasceu o poema. Na verdade, o poema não é político, mas um resgate do que eu havido vivido até então. É claro que tem a minha infância, tem São Luís ... O poema vai resgatar toda a minha experiência de vida, na medida do possível, mas ele é na realidade reflexão sobre aquelas coisas. Ele não é simplesmente 'ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida'... É uma reinvenção da própria vida. Uma coisa é você ter vivido, e outra coisa é você refletir sobre o que você viveu..."
No mês passado, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra.
(João Barile. Revista Bravo! Abril, n. 158, outubro de 2010, p. 26, com adaptações)
Os versos transcritos do Poema sujo traduzem