Assinale a alternativa correta, a respeito da aposentadoria ...
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A questão aborda o tema da aposentadoria espontânea e suas implicações na cessação do contrato de trabalho, especialmente no que tange à Continuidade do contrato de trabalho e às indenizações devidas.
Para entender essa questão, é importante lembrar que a aposentadoria por si só não extingue automaticamente o contrato de trabalho. Isso foi um entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou inconstitucional o parágrafo 2º do artigo 453 da CLT, introduzido pela Lei n. 9.528/97. Esse parágrafo tratava a aposentadoria como uma modalidade de extinção do contrato de trabalho sem direito a indenização, o que o STF considerou inconstitucional, pois contraria o artigo 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que garante a multa de 40% sobre o FGTS em caso de despedida sem justa causa.
Justificativa da Alternativa Correta (E):
A alternativa E está correta porque descreve precisamente a decisão do STF que declarou inconstitucional o parágrafo 2º do art. 453 da CLT. A decisão do STF garantiu que a aposentadoria não poderia ser considerada uma modalidade de despedida arbitrária ou sem justa causa, sem indenização. Assim, a multa de 40% sobre o FGTS deve ser aplicada quando o contrato de trabalho é encerrado, mesmo após a aposentadoria espontânea.
Análise das alternativas incorretas:
- A: Incorreta. A alternativa sugere que a aposentadoria extingue o contrato de trabalho mesmo que o empregado continue trabalhando, o que não é verdade segundo o entendimento do STF. A multa de 40% do FGTS é devida.
- B: Incorreta. Esta opção afirma que a aposentadoria extingue o contrato de trabalho, salvo se o empregado continuar a trabalhar. No entanto, a aposentadoria não extingue automaticamente o contrato, independentemente da continuidade do trabalho.
- C: Incorreta. A concessão de aposentadoria, independentemente do tempo de serviço, não extingue o contrato de trabalho automaticamente.
- D: Incorreta. Embora mencione a possibilidade de readmissão condicionada a concurso público, não aborda diretamente a questão da extinção do contrato de trabalho pela aposentadoria espontânea.
Exemplo Prático:
Imagine um empregado que se aposenta por tempo de contribuição, mas continua trabalhando na mesma empresa. De acordo com o STF, se o empregador decidir demiti-lo sem justa causa após a aposentadoria, ele terá direito à multa de 40% sobre o FGTS acumulado em todo o período trabalhado, inclusive o anterior à aposentadoria.
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Art. 453, CLT - No tempo de serviço do empregado, quando readmitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se aposentado espontaneamente. (Redação dada pela Lei nº 6.204, de 29.4.1975)
§ 2º O ato de concessão de benefício de aposentadoria a empregado que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, ou trinta, se mulher, importa em extinção do vínculo empregatício.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)(Vide ADIN 1.721-3).
OJ-SDI1-361 APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CON-TRATO DE TRABALHO. MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO (DJ 20, 21 e 23.05.2008)
A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.
§ 1º. Na aposentadoria espontânea de empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista é permitida sua readmissão desde que atendidos aos requisitos constantes do art. 37, XVI, da Constituição, e condicionada à prestação de concurso público.
§ 2º. O ato de concessão de benefício de aposentadoria a empregado que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, ou 30 (trinta), se mulher, importa em extinção do vínculo empregatício.
Na vigência dos dispositivos celetistas citados, o entendimento era de que quando o empregado aposentava-se espontaneamente, automaticamente o seu contrato de trabalho era extinto, e se o empregado continuasse trabalhando na empresa, estava configurado um novo contrato de trabalho, com início de vigência após a data da aposentadoria. Desta forma, se fosse demitido sem justa causa após a aposentadoria, a multa de 40% do FGTS incidiria somente sobre os depósitos efetuados após a aposentadoria, ou seja, somente sobre os depósitos efetuados na vigência do “novo contrato de trabalho”.
No caso dos empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista, com a aposentadoria espontânea, obrigatoriamente havia e extinção do contrato de trabalho, com o efetivo desligamento do empregado, que, cuja readmissão estava condicionada a prestação de novo concurso público em atendimento os requisitos do art. 37, XVI, da CRFB/88.
OCORRE QUE O STF JULGOU INCONSTITUCIONAIS OS §§ 1º E 2º DO ART. 453 DA CLT E DECIDIU NO SENTIDO DE QUE A APOSENTADORIA ESPONTÂNEA NÃO É CAUSA DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
Logo em seguida, o TST resolveu o impasse quanto aos efeitos trabalhistas propriamente ditos ao editar a OJ 361 da SDI-1:
A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.
I – É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos monetariamente ocorridos na vigência do contrato de trabalho. Art. 18, § 1º, da Lei n 8.036/1990 e art. 9º, §§ 1º, do Decreto nº 99.684/1990.
ALTERNATIVA A INCORRETA: a aposentadoria espontânea não extingue o contrato de trabalho, o empregado, por sua livre opção, pode permanecer trabalhando na empresa após a aposentadoria, seu contrato de trabalho permanece incólume, e se demitido por justa causa terá direito à multa de 40% calculado sobre todos os depósitos corrigidos monetariamente que foram efetuados em sua conta vinculada do FGTS durante todo o seu contrato de trabalho na empresa (tanto anterior como posterior à sua jubilação).
ALTERNATIVA B INCORRETA: o erro desta alternativa está em afirmar como regra que a aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho, o que não é verdade.
ALTERNATIVA C INCORRETA: não importa se a aposentadoria foi integral ou não, em qualquer caso, não há extinção do vínculo empregatício quando da aposentadoria espontânea do empregado.
ALTERNATIVA D INCORRETA: esta alternativa apresenta a literalidade do § 1º do art. 453 da CLT, e está incorreta simplesmente porque o STF o declarou inconstitucional. Sua redação dava a entender que extinguia-se o contrato de trabalho quando o empregado das empresas públicas e das sociedades de economia mista se aposentavam espontaneamente, sendo hoje o entendimento diametralmente oposto, no sentido da continuidade do mesmo contrato de trabalho, não havendo a obrigatoriedade do desligamento do empregado.
ALTERNATIVA E CORRETA: não precisa dizer mais nada né? Esta alternativa traz o fundamento que levou o STF a declarar a inconstitucionalidade do § 2º do art. 453 da CLT.
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