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Q2114204 Pedagogia
O paradigma racionalista-mecanicista introduzido no conhecimento científico por Descartes tem pautado até os dias de hoje as sociedades, em especial, o mundo ocidental. O método cartesiano fragmentou o conhecimento e, com isso, as ciências se enveredaram pelo caminho da especialização e o todo ficou perdido. Contudo, as sociedades chegaram a um nível de complexidade que o pensamento científico dominante já não responde mais aos inúmeros questionamentos e demandas do mundo atual. O pensamento complexo, por sua vez, rompe com a fragmentação e a simplificação do conhecimento, pois alcança uma compreensão do mundo de uma maneira global, articulando a religação, a contextualização e a globalização dos saberes adquiridos.
(Disponível em: https://revistas.brazcubas.br)
A partir das ideias do trecho acima, é correto afirmar que a superação do paradigma dominante de uma ciência baseada na fragmentação do conhecimento pode ser alcançada por meio 
Alternativas

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A alternativa correta é a letra C - da interdisciplinaridade.

O texto apresenta uma crítica ao paradigma racionalista-mecanicista, que se originou a partir do pensamento de Descartes. O método cartesiano, ao tentar compreender o mundo, baseou-se na fragmentação do conhecimento e na especialização das ciências, o que contribuiu para uma visão de mundo segmentada e isolada. Essa abordagem resultou em uma perda de visão integrada e holística dos fenômenos.

Entretanto, o contexto atual, marcado por sua complexidade e interconexões, demanda uma nova abordagem, e é aí que entra o pensamento complexo. Esse pensamento busca uma compreensão mais ampla, que não se limita a partes isoladas, mas sim que considera as relações e o contexto de forma global. A interdisciplinaridade, mencionada na alternativa correta, refere-se exatamente à prática de integrar conhecimentos de diversas disciplinas para resolver problemas complexos, promovendo uma visão mais completa e conectada.

Dessa forma, a superação do paradigma da fragmentação do conhecimento pode ser alcançada por meio da interdisciplinaridade, pois ela permite a articulação entre diferentes áreas do saber, o que está alinhado com as ideias do pensamento complexo. Ela rompe com as barreiras entre as disciplinas e fomenta o diálogo e a troca de informações, o que é essencial para entender e agir no mundo complexo em que vivemos.

As outras alternativas não são corretas porque a superação do paradigma da fragmentação não é alcançada por meio do conhecimento especializado (alternativa B), que é parte do problema, nem pelas disciplinas escolares (alternativa A) que, se isoladas, podem contribuir para a continuidade da fragmentação. O conhecimento dominante (alternativa D) é justamente o que tem pautado a fragmentação, e o paradigma cartesiano (alternativa E) é a base do problema, não a solução.

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Comentários

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O enunciado da questão coloca o racionalismo de Descartes (método cartesiano) como responsável pela fragmentação do conhecimento no mundo atual. Esta forma de pensar os saberes pode ser explicada pela ideia de “relógio de Descartes”. O filósofo comparava o conhecimento humano como um relógio antigo: cada engrenagem deveria funcionar adequadamente. Em outras palavras, o conhecimento deveria ser dividido em partes e cada fragmento deveria funcionar adequadamente para a compreensão dos fenômenos. Por outro lado, esta forma de pensar o saber humano fragmenta o conhecimento e dificulta o pensamento da totalidade dos fenômenos. Esta é a crítica realizada por Edgar Morin no século XX. O enunciado pede um contraponto a esta fragmentação dos saberes.

A alternativa A está incorreta. As disciplinas escolares fragmentam o conhecimento, pois cada matéria possui um recorte específico.

A alternativa B está incorreta. O conhecimento especializado é fragmentário, porque aborda saberes detalhados e pouco integrativos.

A alternativa C está correta. A interdisciplinaridade fornece a conexão dos diferentes saberes. Esta ideia é oposta ao método cartesiano: não fragmentar os saberes e conversar sobre os diferentes pontos em comum.

A alternativa D está incorreta. O conhecimento dominante é cartesiano. O enunciado pele uma oposição à proposição de Descartes.

A alternativa E está incorreta. O enunciado pele uma oposição à proposição de Descartes e não a repetição do método cartesiano.

Fonte: Estratégia

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