Sobre a avaliação psicológica no contexto jurídico, analise ...
I. A realização de avaliações psicológicas no contexto Jurídico exige, por parte dos psicólogos, adaptação de seus procedimentos metodológicos às especificidades de sua atuação. A avaliação forense, mais especificamente, quando exercida como atividade pericial, assemelha-se em muitos aspectos daquela realizada no contexto clínico. A similaridade de tais padrões de avaliação acaba por diminuir os conflitos de papéis e, consequentemente, condutas antiéticas. lI. Enquanto na avaliação clínica o objetivo prioritário é o diagnóstico e a compreensão do mundo interno do paciente, na avaliação forense o resultado final deve ultrapassar tais dados, de forma a associar os achados clínicos com os construtos legais que a eles estão relacionados. O diagnóstico e a possível necessidade de tratamento são elementos importantes para a compreensão do caso, mas não a resposta final do trabalho do perito. III. Quanto à metodologia de trabalho nas avaliações realizadas no contexto jurídico, o aspecto mais importante é a preocupação que o psicólogo necessita ter com a validade das informações que recebe. No contexto jurídico, a compreensão do problema deve ultrapassar esta visão particular do sujeito avaliado. É de fundamental importância que o psicólogo confirme a compatibilidade das informações trazidas pelo periciado com os dados de realidade. IV. Echeburúa, Mufíoz e Loinaz (2011) salientam que os psicólogos devem utilizar os testes psicológicos como uma proteção diante das pressões dos agentes jurídicos em busca de dados objetivos. Considerando também que a estratégia combinada de entrevistas e testes deve ser colocada a serviço das necessidades especificas de cada sujeito, das circunstâncias concretas e do objetivo da avaliação.
É correto o que se afirma
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A alternativa correta é a C - apenas em II e III.
Vamos analisar cada afirmativa para entender por que esta é a resposta correta:
I. Afirmativa I: Esta afirmativa está incorreta. Ela menciona que a avaliação forense, quando exercida como atividade pericial, se assemelha à avaliação no contexto clínico, o que minimiza conflitos de papéis. No entanto, a prática forense tem objetivos e abordagens diferentes do contexto clínico. Na avaliação forense, o foco está na resposta a uma questão legal específica, enquanto na clínica, a ênfase é no diagnóstico e tratamento. As semelhanças nos métodos não diminuem necessariamente conflitos de papéis, pois cada contexto requer uma postura distinta do psicólogo.
II. Afirmativa II: Esta afirmativa está correta. Ela diferencia adequadamente os objetivos da avaliação clínica e da avaliação forense. Na forense, os achados clínicos devem ser associados aos construtos legais, indo além do simples diagnóstico. Isso é essencial para que o psicólogo forense forneça informações relevantes para o contexto jurídico e não apenas um diagnóstico clínico.
III. Afirmativa III: Esta afirmativa também está correta. Ela enfatiza a importância da validade das informações no contexto jurídico. O psicólogo deve garantir que as informações obtidas do periciado sejam compatíveis com a realidade e fundamentadas, superando a visão subjetiva do avaliado. Isso é crucial para a integridade e credibilidade da avaliação psicológica forense.
IV. Afirmativa IV: Embora a afirmativa discuta a importância de testes psicológicos e a combinação de estratégias, sua interpretação como uma "proteção" contra pressões dos agentes jurídicos não está suficientemente alinhada com a prática ética e flexível que se espera dos psicólogos forenses. A utilização de testes deve sempre servir às necessidades do caso, mas não como uma barreira defensiva contra pressões externas.
Portanto, somente as afirmativas II e III abordam corretamente os aspectos essenciais da avaliação psicológica no contexto jurídico, fazendo da alternativa C a correta.
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Corrigindo os erros das questões:
I- A avaliação forense, mais especificamente, quando exercida como atividade pericial, diferencia-se em muitos aspectos daquela realizada no contexto clínico. A não diferenciação de tais padrões de avaliação acaba por gerar conflitos de papéis e, consequentemente, condutas antiéticas. (Rovinski)
IV- Echeburúa, Muñoz e Loinaz (2011) salientam o cuidado dos psicólogos em NÂO utilizar os testes psicológicos como um escudo diante das pressões dos agentes jurídicos em busca de dados objetivos.
lI. Enquanto na avaliação clínica o objetivo prioritário é o diagnóstico e a compreensão do mundo interno do paciente, na avaliação forense o resultado final deve ultrapassar tais dados, de forma a associar os achados clínicos com os construtos legais que a eles estão relacionados. O diagnóstico e a possível necessidade de tratamento são elementos importantes para a compreensão do caso, mas não a resposta final do trabalho do perito.
III. Quanto à metodologia de trabalho nas avaliações realizadas no contexto jurídico, o aspecto mais importante é a preocupação que o psicólogo necessita ter com a validade das informações que recebe. No contexto jurídico, a compreensão do problema deve ultrapassar esta visão particular do sujeito avaliado. É de fundamental importância que o psicólogo confirme a compatibilidade das informações trazidas pelo periciado com os dados de realidade.
I. Falsa. A avaliação forense, embora compartilhe algumas semelhanças com a avaliação clínica, possui especificidades próprias, principalmente no que diz respeito aos objetivos e ao contexto no qual é realizada. Portanto, a similaridade entre avaliação forense e clínica não necessariamente diminui os conflitos de papéis ou condutas antiéticas.
II. Verdadeira. Na avaliação forense, o objetivo vai além do diagnóstico clínico, buscando associar os achados clínicos com os construtos legais pertinentes ao caso. O diagnóstico e a possível necessidade de tratamento são importantes, mas não são o foco principal da avaliação forense.
III. Verdadeira. No contexto jurídico, é fundamental que o psicólogo se preocupe com a validade das informações que recebe, confirmando sua compatibilidade com os dados da realidade. A compreensão do problema deve ir além da visão particular do sujeito avaliado, considerando os aspectos legais e as circunstâncias do caso.
IV. Falsa. Os testes psicológicos não devem ser utilizados apenas como uma proteção diante das pressões dos agentes jurídicos, mas sim como ferramentas para obter informações relevantes sobre o caso em questão. A estratégia combinada de entrevistas e testes deve ser adaptada às necessidades específicas de cada caso e ao objetivo da avaliação.
Portanto, as afirmativas II e III estão corretas.
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