No dia 29 de junho de 2021, Maria, nascida em 20 de maio de ...

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Q1911925 Direito Penal
No dia 29 de junho de 2021, Maria, nascida em 20 de maio de 1944, foi vítima de um golpe, entregando a um estelionatário 10 mil reais, após ser induzida a erro pelo golpista. Hesita em procurar a polícia, mas o fato é comunicado à autoridade policial por uma vizinha da vítima.
A propósito do início do inquérito policial que apura o crime de estelionato, no caso em questão, é correto afirmar que a autoridade policial
Alternativas

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Para resolver a questão apresentada, precisamos compreender o tema central: a ação penal no crime de estelionato. Aqui, a discussão gira em torno de saber se é necessário haver representação da vítima para que a autoridade policial possa instaurar um inquérito.

Legislação Aplicável:

O crime de estelionato está previsto no artigo 171 do Código Penal. Recentemente, com a edição da Lei nº 13.964/2019, houve uma alteração significativa: a ação penal para o crime de estelionato passou a ser, em regra, pública condicionada à representação. Contudo, existem exceções, como no caso de a vítima ser maior de 70 anos, em que a ação penal é pública incondicionada.

Exemplo Prático:

Imagine que João, de 72 anos, seja vítima de um golpe similar ao de Maria. Neste caso, a polícia pode iniciar o inquérito sem precisar da representação de João, devido à sua idade.

Justificativa da Alternativa Correta:

A alternativa B está correta. Ela afirma que a autoridade policial pode instaurar inquérito independentemente da representação da ofendida, pois o estelionato praticado contra maior de 70 anos é de ação penal pública incondicionada. Esta exceção é claramente prevista para proteger pessoas idosas, considerando sua maior vulnerabilidade.

Análise das Alternativas Incorretas:

A - Incorreta. Embora o crime de estelionato, em geral, exija representação, no caso de vítimas com mais de 70 anos, a ação é pública incondicionada.

C - Incorreta. A regra geral para o crime de estelionato é que a ação penal é condicionada à representação, exceto em casos específicos como o da vítima idosa.

D - Incorreta. Nem toda investigação pode ser iniciada de ofício. No caso do estelionato, exige-se representação, exceto nas exceções legais.

E - Incorreta. O crime de estelionato não é de ação penal privada. A ação é pública, mas condicionada à representação, salvo exceções.

Essa questão destaca a importância de estar atualizado com mudanças legislativas e de entender as exceções previstas na lei.

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Estelionato

        Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

       Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

 § 5º Somente se procede mediante representação, salvo (ação penal púb. incondicionada) se a vítima for:           

 I - a Administração Pública, direta ou indireta;           

 II - criança ou adolescente;           

 III - pessoa com deficiência mental; ou           

 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.           

LEMBRE-SE: A norma que promoveu a modificação da ação penal do crime de estelionato tem natureza de norma heterotrópica, mista ou híbrida - ou seja, apresenta tanto natureza penal quanto natureza processual. Normas que alteram a ação penal de determinado crime consistem em normas heterotópicashibridas ou mistas, é dizer, são aquelas normas que possuem tanto conteúdo material quanto conteúdo processual. Quanto a essas normas, serão aplicáveis os princípios que regem a lei penal, notadamente os princípios de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna, bem como da irretroatividade da lex gravior.

Neste sentido, a alteração da ação penal do crime de estelionato, de ação penal pública incondicionada para ação penal pública condicionada à representação (como regra), consiste em lex mitior (benéfica ao réu), na medida em que restringe ainda mais o exercício do ius puniendi do Estado (condiciona a persecução penal à representação da vítima ou de quem tenha qualidade para representá-la ou sucedê-la).

Em sendo norma penal benéfica, RETROAGIRÁ.

A controvérsia que hoje existe é sobre a EXTENSÃO DA RETROAÇÃO. Neste contexto, temos o seguinte panorama:

a) Retroage para aos inquéritos policias, não alcançando ações penais em curso, nas quais já fora ofertada a peça acusatória. STJ. 3ª Seção. HC 610.201/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021 (Info 691).

STF. 1ª Turma. HC 187341/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/10/2020 (Info 995).

b) Retroage aos inquéritos policiais e ações penais em curso, desde que não transitadas em julgado. STF. 2ª Turma. HC 180421 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/6/2021 (Info 1023).

cai nessa não reparei nas datas apresentadas pela questão .

Vou dormir já consegui ler 1994 onde é 1944.

demorei mais pra fazer o cálculo do q resolver a questão kk

levanta a mão quem tbm marcou letra A pq não fez o cálculo.

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