No trecho “Já a mídia não tem um papel muito claro. Ela pref...
O JEITINHO BRASILEIRO expressa duas características. A positiva é a capacidade de adaptação em diferentes situações. Isso dá ao país uma flexibilidade política e uma capacidade de inovação invejáveis. O lado negativo é uma ambiguidade em relação às regras. Isso afeta o sistema político e as instituições, que por vezes operam com um certo desprezo pelas regras formais do jogo político. Esta flexibilidade também está ligada ao “familismo amoral”, um padrão moral que privilegia as relações familiares e permite um desrespeito às regras daquilo que é público. Essa é a dimensão do comportamento brasileiro que mais propicia a corrupção. Percorremos um importante caminho até considerar essas práticas negativas para o sistema político, mas ainda não conseguimos superá-las. Corrupção depende da percepção, já que quem é corrupto não o admite publicamente. Não existe método para classificá-la internacionalmente. Ela varia de acordo com a liberdade de imprensa e das instituições democráticas de cada país. Os índices, principalmente o da Transparência Internacional, não consideram essas dimensões. Então, vemos países com ótimas performances comparativas, mas sem mecanismos democráticos, como a Malásia. Hoje, o Brasil está distante de aceitar uma postura de “roubo, mas faço”. Mas esse sistema político se deslegitima quando a opinião pública percebe que ele não consegue tratar da corrupção no seu interior. O grande problema não é perceber a corrupção, mas puni-la. O combate está muito concentrado no Executivo, especialmente na Polícia Federal. Já a mídia não tem um papel muito claro. Ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes. Poderia ser mais transparente, acompanhar exaustivamente toda a tramitação e exercer uma pressão maior sobre o Judiciário para que as punições ocorram. Resposta de Leonardo Avritzer ao questionamento “O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção?”, publicada na Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 42, de março de 2009.
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Tema da Questão: Coesão e Coerência Textual
A questão apresentada envolve a escolha de um conectivo adequado para articular dois períodos, promovendo a coesão textual. Coesão é a ligação entre as partes do texto, que pode ser feita por conjunções, advérbios ou outros conectivos. Neste caso, o foco é encontrar um conectivo que faça sentido no contexto entre os dois períodos apresentados.
A frase a ser conectada é: "Já a mídia não tem um papel muito claro. Ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes."
Alternativa Correta: A - pois
O conectivo "pois" é uma conjunção que introduz uma explicação ou justificativa. No contexto da frase, ele funciona bem, pois a segunda sentença justifica a primeira, explicando por que a mídia não tem um papel claro: ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes. Logo, a frase ficaria: "Já a mídia não tem um papel muito claro, pois ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes."
Análise das Alternativas Incorretas:
B - contudo: "Contudo" é uma conjunção adversativa que indica contraste ou oposição. Não se aplica aqui, pois não há uma relação de oposição entre os dois períodos, mas sim de explicação.
C - portanto: "Portanto" é uma conjunção conclusiva, usada para apresentar uma consequência. Aqui, não estamos apresentando uma consequência, mas sim uma justificativa, por isso não é adequado.
D - quando: "Quando" é uma conjunção temporal, indicando tempo. Nesse contexto, não há relação de tempo entre as sentenças, o que torna essa opção incorreta.
A escolha correta do conectivo é fundamental para garantir que o texto mantenha a coerência e que a relação lógica entre as ideias seja clara para o leitor.
Estratégia para Questões Similares:
Para resolver questões que envolvem conectivos, é importante identificar a relação entre as ideias dos períodos que você está conectando. Pergunte a si mesmo: os períodos se explicam? Contrapõem-se? Estabelecem uma consequência? Isso ajudará a escolher o conectivo mais adequado.
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Comentários
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“Já a mídia não tem um papel muito claro. Ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes."
Pensei assim:
Ela prefere novos casos a seguir... porque não tem um papel muito claro, então, a segunda frase seria explicativa, dai marquei o pois que também pode ter sentido explicativo.
Gab : Letra A
Portanto - é conclusivo
Contudo - adversativo
Quando - causal ( esse poderia confundir) kkk
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