Dentre as psicoterapias para o alcoolismo, encontra-se o Mo...

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Q111999 Psicologia
Dentre as psicoterapias para o alcoolismo, encontra-se o Modelo de Tratamento Integrado, defendido por Drake e colaboradores (1998), o qual sugere que os profissionais (ou o grupo multidisciplinar de profissionais de um mesmo contexto) promovam intervenções integradas, dirigidas
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Alternativa correta: C - às patologias psiquiátricas e ao transtorno por uso de substâncias.

O tema central da questão é o Modelo de Tratamento Integrado para o alcoolismo, desenvolvido por Drake e colaboradores em 1998. Esse modelo promove a ideia de que as intervenções devem ser integradas e realizadas por um grupo multidisciplinar de profissionais, abordando tanto as patologias psiquiátricas quanto o transtorno por uso de substâncias.

Vamos analisar por que a alternativa C é a correta e por que as outras são incorretas:

Alternativa A: à remissão dos pacientes em curtíssimo prazo, uma vez que o tratamento investe nas condições comórbidas.
Esta alternativa está incorreta porque o Modelo de Tratamento Integrado não foca na remissão em curtíssimo prazo. Ele busca uma abordagem contínua e integrada, considerando que o tratamento do alcoolismo e das psicopatologias comórbidas demanda tempo e intervenções contínuas.

Alternativa B: às facilidades destes pacientes em vincular-se a um serviço e manterem adesão ao tratamento.
Embora a adesão ao tratamento seja importante, esta alternativa não captura a essência do Modelo de Tratamento Integrado. O foco principal é o tratamento simultâneo das patologias psiquiátricas e do transtorno por uso de substâncias, e não apenas a facilidade de vinculação ao serviço.

Alternativa C: às patologias psiquiátricas e ao transtorno por uso de substâncias.
Esta é a alternativa correta. O Modelo de Tratamento Integrado, conforme descrito por Drake e colaboradores, recomenda intervenções que tratem de forma conjunta as patologias psiquiátricas e o transtorno por uso de substâncias. Esse modelo enfatiza a necessidade de uma abordagem holística e integrada para alcançar resultados mais eficazes.

Alternativa D: às questões mais concretas e não às intervenções motivacionais.
Esta alternativa está equivocada porque o Modelo de Tratamento Integrado não exclui as intervenções motivacionais. Pelo contrário, ele considera todas as abordagens terapêuticas relevantes, incluindo aquelas que visam aumentar a motivação dos pacientes para o tratamento.

Alternativa E: às ações em contexto domiciliar e nunca ambulatorial.
Esta alternativa é incorreta. O Modelo de Tratamento Integrado não especifica que as ações devem ocorrer exclusivamente em um contexto domiciliar. As intervenções podem ser realizadas tanto em contextos domiciliares quanto ambulatoriais, dependendo das necessidades dos pacientes.

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Osher & Kofoed propuseram abordagem integrada para pacientes comórbidos que incluem os seguintes fatores: estratégias para aumentar a aderência ao tratamento, persuasão acerca da relação entre abuso de substâncias e transtorno psiquiátrico e tratamento concomitante dos dois distúrbios para aliviar qualquer conflito entre as duas modalidades de tratamento.40 Outros autores também sugerem que o tratamento integrado de pacientes com comorbidade psiquiátrica tem um melhor resultado do que o tratamento seqüencial ou o paralelo, com uma abordagem abrangente, incluindo manejo da crise aguda por equipe multidisciplinar e por terapeuta individual, aguardando a desintoxicação com abstinência por no mínimo duas semanas.41-43 O pior prognóstico dos pacientes dependentes químicos que apresentam comorbidade psiquiátrica pode ser atribuído, em grande parte, à abordagem tradicional, que trata a dependência em um serviço e o transtorno psiquiátrico associado em outro.41

Serviços voltados ao atendimento de pacientes dependentes têm pouca segurança e experiência em trabalhar com pacientes psicóticos, pacientes bipolares ou com graves transtornos de personalidade e acreditam que seu tratamento está além de suas possibilidades.44 Por esta razão, existem propostas para programas específicos, que permitam às equipes de saúde mental desenvolver formas efetivas de lidar com tais pacientes, visando conscientizá-los da necessidade de se tornarem abstinentes, melhorar sua aderência ao tratamento e reorganizar suas redes sociais.45 No Brasil, até o momento, são poucos os estudos que investigaram essa questão, mas há indicações de que a comorbidade entre transtornos mentais graves e abuso ou dependência de álcool ou drogas seja um problema relevante.46-48 Alguns autores enfatizam a necessidade de incluir no tratamento, além dos itens aqui citados, também programas psicoeducacionais para atendimento familiar.

ALVES, Hamer; KESSLER, Felix  and  RATTO, Lilian Ribeiro Caldas. Comorbidadeuso de álcool e outros transtornos psiquiátricos. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2004, vol.26, suppl.1, pp. 51-53. ISSN 1516-4446.

Apenas para acrescentar mais um conceito que usualmente temos contato, mas pouco trabalhamos sua definição e conceitos correlatos.



Comorbidade patogênica ocorre quando duas ou mais doenças estão etiologicamente relacionadas; 


comorbidade diagnóstica ocorre quando as manifestações da doença associada forem similares às da doença primária; 


comorbidade prognóstica ocorre quando houver doenças que predispõem o paciente a desenvolver outras doenças. Comorbidades podem ser diagnosticadas a partir de um trauma, que afetará os envolvido na questão pública, os profissionais envolvidos e a família da vítima.

[...] de acordo com o Modelo de Tratamento Integrado defendido por Drake e colaboradores (1998). Esse modelo sugere que os profissionais, ou o grupo multidisciplinar de profissionais de um mesmo contexto, promovam intervenções integradas, dirigidas às patologias psiquiátricas e ao transtorno por uso de substâncias.

Outros preceitos do Modelo de Tratamento Integrado devem ser enfatizados:

* Este modelo costuma ser realizado no contexto ambulatorial, preferencialmente;

* O conhecimento sobre os transtornos por uso de substâncias (TUS) deve permear as diversas aplicações dos programas de saúde mental, tais como "gerenciamento de caso", aconselhamento individual, intervenções de grupo, psicoeducação familiar, manejo psicofarmacológico, organização financeira, acompanhamento domiciliar e reabilitação vocacional. Esses aspectos abrangem características específicas e refletem uma noção adequada dos dianósticos co-mórbidos;

* A dificuldade destes pacientes em vincular-se a um serviço e manterem adesão ao tratamento também deve ser abordada;

* Os profissionais que integram os programas de tratamento devem reconhecer que em tas condições co-mórbidas a perspectiva de remissão dos pacientes deve ser de longo prazo;

* Os programas desenvolvidos para atender aos pacientes que apresentam a co-morbidade devem abranger também intervenções motivacionais, destinadas àqueles pacientes que ainda não reconhecem a necessidade de tratamento ou não desejam tratar-se.

 

CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias:Abordagens atuais. Artmed, 2008, p.589

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