Sobre as síndromes psiquiátricas, informe se é verdadeiro (...

A alternativa correta é: A - F – V - V – F – F.

Vamos agora explorar cada uma das afirmações para entender por que essa é a sequência correta:

( ) As funções psíquicas mais afetadas nos transtornos psico-orgânicos são nível de consciência, inteligência, atenção, psicomotricidade e pensamento.

Esta afirmação é falsa. Embora os transtornos psico-orgânicos realmente afetem várias funções psíquicas, a formulação acima é muito geral. Os transtornos psico-orgânicos são mais tipicamente caracterizados pelo comprometimento da memória e de outras funções cognitivas, como a orientação e o juízo crítico, além de alterações de humor e comportamento.

( ) Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são os que mais apresentam alterações da atenção.

Esta afirmação é verdadeira. Todos esses transtornos podem incluir alterações na capacidade de atenção. O TDAH, em especial, é amplamente definido pelo déficit de atenção. A esquizofrenia e os transtornos do humor frequentemente afetam a atenção devido a uma ampla gama de sintomas psicóticos ou de humor.

( ) No estado de êxtase, há perda das fronteiras entre o eu e o mundo exterior. Nesse caso (que também pode ser classificado como transtorno da consciência do eu), o sujeito sente como se estivesse fundido ao mundo exterior.

Esta afirmação é verdadeira. O estado de êxtase é realmente caracterizado por essa fusão e perda de limites entre o eu e o exterior, sendo uma experiência intensa e muitas vezes espiritual.

( ) A psicose reativa caracteriza-se, portanto, por um delírio geralmente organizado e sistematizado, às vezes com temática complexa, que permanece como que “encistado”, “cristalizado”, em um domínio da personalidade do doente.

Esta afirmação é falsa. A psicose reativa normalmente envolve delírios menos organizados e é mais aguda e relacionada a fatores desencadeantes externos, ao invés de permanecer "cristalizada".

( ) A depressão endógena é uma depressão crônica, geralmente de intensidade leve, muito duradoura. Começa no início da vida adulta e persiste por vários anos.

Esta afirmação é falsa. A descrição feita se refere mais à distimia, uma forma crônica de depressão leve. A depressão endógena, por outro lado, costuma ser mais intensa e está relacionada a fatores internos, com episódios que podem ser graves e incapacitantes.

Espero que esses comentários tenham ajudado a esclarecer as alternativas e a lógica por trás de cada uma delas. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Correções:

1. Funções mais afetadas nos transtornos psicorgânicos: consciência, atenção, orientação, memória, inteligência, linguagem
2. Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), esquizofrenia e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são os que mais apresentam alterações da atenção
3. No estado de êxtase, há perda das fronteiras entre o eu e o mundo exterior. Nesse caso (que também pode ser classificado como transtorno da consciência do eu), o sujeito sente como se estivesse fundido ao mundo exterior
4. Psicose Reativa Breve: se caracteriza pelo aparecimento abrupto dos sintomas psicóticos sem a existência de sintomas pré-mórbidos e, habitualmente, seguindo-se a um estressor psicossocial
5. A depressão endógena é identificada como uma ocorrência espontânea, que não guarda relação com precipitantes psicossociais, estando na dependência de uma base que residiria no organismo, enquanto que no deprimido não endógeno se verificaria a precipitação da depressão a partir de um desencadeamento psicossocial, ela ocorrendo em reação a este. Ao contrário da afirmação da questão, os sintomas são mais graves e intensos.

Resposta: Letra A (F-V-V-F-F)

Referências:

COSER, O. A depressão em suas diversas formas clínicas. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2003. 170 p. Coleção Loucura & Civilização. ISBN: 85-7541-030-X. Available from SciELO Books

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 440p.