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Q901365 Administração Geral

Em relação à satisfação, à motivação e ao envolvimento no trabalho, julgue o seguinte item.


O gestor que pretenda usar a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow para diagnosticar o nível atual de necessidades dos seus empregados a fim de determinar iniciativas com vistas a satisfazê-las deve ter cautela, pois não há respaldo científico para as cinco categorias da teoria, tampouco para a ideia de preponderância.

Alternativas

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A questão em análise aborda diretamente a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Essa Teoria comportamental reforçou o sistema motivacional a partir dos estudos de Maslow, os quais afirmam que as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e de influência, denominada escala de necessidades. Segundo a Teoria da Hierarquia das Necessidades, o indivíduo não vai se sentir estimulado a suprir uma necessidade se a necessidade anterior não for satisfeita. Maslow apresenta uma pirâmide para representar essas necessidades, começando pela base, são as necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autorrealização. 
A alternativa nos questiona sobre a cientificidade ou não das ideias de Maslow. Para responder a essa pergunta, preciso recorrer a artigos científicos da área. Transcreverei, abaixo, uma parte do artigo do professor Paulo Coelho Castelo Branco (2017) que aborda com detalhes parte da biografia de Maslow (destaco que não achei na bibliografia para concursos públicos detalhes como os que apresentarei):
“Em 1951, Maslow recebeu o convite para trabalhar como presidente do Departamento de Psicologia da Universidade de Brandeis, em Waltham, Massachusetts. Ao se mudar, resolveu submeter-se a uma psicoterapia analítica adleriana, empreendendo um trabalho pessoal para lidar com a mágoa que tinha dos pais. Maslow chegou a reconciliar-se com o seu pai, porém nunca conseguiu perdoar à mãe pelos maus tratos (Hall, 1968). Em Brandeis, ele desenvolveu estudos sobre motivação, personalidade e autorrealização, os quais chamaram a atenção de Douglas McGregor, um professor de Administração do Massachusetts Institute of Technology, que passou a divulgar as ideias maslownianas no mundo dos negócios. Os dois se tornaram amigos e passaram a empreender trabalhos conjuntos sobre gerenciamento, trabalho autorrealizável, criatividade e liderança (Stephens, 1965/2003). Devido aos investimentos de John Rockefeller III, um magnata filantropo, Maslow conseguiu uma fonte de aplicabilidade sobre os seus estudos no circuito empresarial e desenvolveu, na prática, sua teoria sobre a hierarquia das necessidades básicas. Com a interveniência de Maslow e da Fundação Rockefeller, Kurt Goldstein chegou a trabalhar em Brandeis, em 1957-1958, e exerceu profunda influência sobre o psicólogo interveniente que lhe dedicou a obra Toward a Psychology of Being (1962). Em 1966, Maslow foi eleito presidente da American Psychological Association (APA).
As sobrecargas do trabalho e da presidência da APA, somadas à saúde cardíaca debilitada, levaram Maslow a se afastar da universidade e do meio acadêmico, em 1968. Contudo, em 1969, ele aceitou o convite para ser resident fellow da Fundação Laughlin, em Menlo Park, Califórnia (Hall et al., 1957/2000), e montou um escritório em Sand Hill Road, lugar conhecido como o berço estadunidense das ideias empresariais criativas. Nesse local, o psicólogo humanista popularizou suas perspectivas sobre empresas e gestão de pessoas que foram difundidas no Vale do Silício (Stephens, 1965/2003). Em 1970, após aceitar um cargo superior de residência da Saga Administrative Corporation, Maslow sofreu um ataque cardíaco enquanto se exercitava caminhando em Menlo Park, vindo a óbito.
Conforme esse esboço biográfico, em suma, percebemos que Maslow iniciou a sua carreira na Psicologia Experimental, com um interesse paralelo à Psicanálise adleriana, à Psicologia da Gestalt e Organísmica e à Antropologia Cultural. Na década de 1950, em específico, Maslow (1971/1975) relatou ter dificuldades para publicar as suas ideias e pesquisas sobre motivação, autorrealização e necessidades básicas em periódicos acadêmicos reconhecidos pela APA, em razão de suas ideias serem recusadas por diversos avaliadores. Possivelmente, o motivo dessa dificuldade ocorreu por Maslow não continuar nenhuma tradição de Psicologia Comportamental, da Gestalt ou da Psicanálise".
Em face do exposto, percebe-se que Maslow não conseguiu fazer uma publicação científica e aceita pela academia sobre suas ideias escritas na Teoria da Hierarquia das Necessidades. Portanto, a alternativa em análise está correta. 
GABARITO DO PROFESSOR: “CERTO".

FONTES:
RIBAS, Andréia Lins. Gestão de Pessoas para concursos. 3­ª Ed. – Brasília: Alumnus, 2015.
Branco, Paulo Coelho Castelo. Psicologia Humanista de Abraham Maslow: Recepção e Circulação no Brasil. Phenomenological Studies - Revista da Abordagem Gestáltica – XXIII (2): 189-199, mai-ago, 2017.

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Comentários

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Gabarito: Certo

De fato, uma das críticas da Teoria de Maslow está pautada no fato de que não há comprovação empírica/científica de que os empregados devam satisfazer primeiramente as necessidades da base da pirâmide (fisiológica, segurança) para que só depois consigam satisfazer as necessidades do topo (realização pessoal e estima). Além disso, cada indivíduo pode classificar as suas necessidades em uma hierarquia diferente, de acordo com fatores como sua realidade pessoal e seus anseios. Assim, nada impede que eles se importem mais com as necessidade sociais e não levem tanto em consideração as necessidades fisiológicas. Por fim, deve-se destacar que nem todos visam chegar ao topo da pirâmide (autorrealização), o que torna a aplicação da teoria frágil e criticada por muitos estudiosos, que falam principalmente sobre a possibilidade de uma necessidade motivar o indivíduo ao mesmo tempo.

Sampaio (2005), alerta sobre o que pode acontecer na prática quando uma empresa adota a teoria de Maslow como subsídio para sua política de gestão:
 
Há dois empregos possíveis. Um deles é acreditar na hierarquia das necessidades a pirori – como pirâmide – e implementar inúmeras ações e programas. Não chega a ser desastroso, mas a empresa perderá a oportunidade de criar condições reais para aumentar a satisfação e o comprometimento dos empregados. Outra situação é aceitar que a motivação tem as diversas dimensões apontadas por Maslow, que variam da remuneração e da segurança do emprego à realização pessoal e à aprendizagem das pessoas, e admitir que sua inobservância pode criar insatisfação. Vista dessa forma, a teoria de Maslow é benéfica, pois ajuda muito a entender o que necessitam e desejam os diversos colaboradores de uma organização e como agir para motivá-los.

Fontes: https://pt.scribd.com/document/283555386/Teorias-de-Motivacao-e-Suas-Criticas
http://sistema.semead.com.br/13semead/resultado/trabalhosPDF/703.pdf

Lembrando a pirâmide de hierarquia de necessidades, segundo Maslow:

1º) Necessidades fisiológicas;

2º) Segurança;

3º) Sociais;

4º) Estima;

5º) Realização.

O próprio Alderfer, aluno de Maslow, já dizia isso.

E a experiência de Hawthorne?

 

Essa foi Tensa!

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