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Q3057122 Medicina
        Um homem de 48 anos de idade compareceu, assintomático e sem queixas, a uma consulta de rotina em uma unidade básica de saúde. Era previamente hígido, sem história familiar patológica pregressa digna de nota, sedentário e com ingesta rica em carboidratos e gorduras. No exame físico, percebeu-se que era normal, sem alterações dignas de nota. O índice de massa corpórea era de 37,8 kg/m2 . Apresentou os seguintes resultados em exames complementares: glicemia de jejum de 116 mg/dL e hemoglobina glicada A1C de 6,3%.

Com base no caso clínico hipotético apresentado e nos conhecimentos suscitados por ele, julgue o item.


Em adultos jovens a apresentação clínica é suficiente para determinar a classificação do diabetes mellitus entre tipos 1 ou 2 dispensando-se exames adicionais como dosagem de autoanticorpos, mesmo em casos atípicos. 

Alternativas

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A alternativa correta é Errado (E).

O caso clínico apresentado aborda um paciente de 48 anos que está assintomático e não possui queixas específicas. No entanto, seus exames laboratoriais mostram glicemia de jejum de 116 mg/dL e hemoglobina glicada de 6,3%. Esses valores indicam pré-diabetes, conforme os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Diabetes.

Vamos explorar mais sobre a necessidade de exames adicionais para classificar o diabetes mellitus:

1. Tipos de Diabetes: Os principais tipos de diabetes são o tipo 1 e o tipo 2. O diabetes tipo 1 geralmente se manifesta em crianças e adultos jovens e é caracterizado por destruição autoimune das células beta do pâncreas, necessitando de insulina exógena. Já o diabetes tipo 2 é mais comum em adultos e está associado à resistência à insulina e, frequentemente, à obesidade.

2. Importância da Classificação: Diferenciar os tipos de diabetes é essencial para definir o tratamento adequado. No caso do diabetes tipo 1, a administração de insulina é crucial, enquanto no tipo 2, mudanças no estilo de vida e medicamentos orais podem ser suficientes inicialmente.

3. Exames Adicionais: Em casos atípicos, ou quando a apresentação clínica não é clara, a dosagem de autoanticorpos pode ser necessária para diferenciar entre os tipos de diabetes. Este é um ponto fundamental para a classificação correta, mesmo em adultos jovens que apresentem características sugestivas de diabetes.

No contexto da questão, a afirmação de que a apresentação clínica é suficiente para classificar o diabetes sem exames adicionais é incorreta. Em casos atípicos, como adultos jovens que podem ter características de ambos os tipos de diabetes, exames como a dosagem de autoanticorpos são importantes para uma classificação precisa.

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Comentários

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Analisando a afirmação sobre o diagnóstico de diabetes mellitus

A afirmação está ERRADA.

Justificativa:

A classificação do diabetes mellitus em tipo 1 ou tipo 2 não se baseia apenas na apresentação clínica, especialmente em adultos. A classificação precisa considerar diversos fatores, incluindo:

  • Idade de início: Embora o diabetes tipo 1 possa ocorrer em adultos, é mais comum em crianças e adolescentes. O diabetes tipo 2, por sua vez, é mais frequente em adultos e está fortemente associado à obesidade e à resistência à insulina.
  • Fatores de risco: A presença de fatores de risco como obesidade, sedentarismo e histórico familiar de diabetes tipo 2 são mais sugestivos de diabetes tipo 2.
  • Exames complementares: A dosagem de autoanticorpos (como anti-GAD, anti-IA-2 e anti-insulina) é fundamental para o diagnóstico do diabetes tipo 1. A presença desses autoanticorpos confirma a natureza autoimune da doença.

Por que a afirmação está errada?

  • Apresentação clínica atípica: A apresentação clínica do diabetes pode variar e não é sempre típica. Alguns pacientes com diabetes tipo 1 podem apresentar sobrepeso ou obesidade, enquanto alguns pacientes com diabetes tipo 2 podem ser magros.
  • Importância dos autoanticorpos: A dosagem de autoanticorpos é crucial para diferenciar o diabetes tipo 1 do tipo 2, especialmente em casos com apresentação clínica atípica ou em adultos mais jovens.
  • Outros exames: Além dos autoanticorpos, outros exames podem ser úteis para o diagnóstico diferencial, como a dosagem de C-peptídeo e a avaliação da função beta-pancreática.

No caso do paciente:

O paciente apresenta alguns fatores de risco para diabetes tipo 2, como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada. No entanto, a presença de autoanticorpos ainda precisa ser investigada para confirmar o diagnóstico e diferenciar o diabetes tipo 1 do tipo 2.

Conclusão:

A classificação do diabetes mellitus em tipo 1 ou tipo 2 requer uma avaliação completa do paciente, incluindo a história clínica, exame físico e exames complementares. A afirmação de que a apresentação clínica é suficiente para o diagnóstico é simplista e pode levar a erros diagnósticos.

Recomendações:

  • Dosagem de autoanticorpos: Solicitar a dosagem de autoanticorpos para confirmar ou descartar o diabetes tipo 1.
  • Outros exames: Avaliar a necessidade de outros exames complementares, como a dosagem de C-peptídeo e a avaliação da função beta-pancreática.
  • Acompanhamento regular: O paciente deve ser acompanhado regularmente pelo médico para monitorar os níveis de glicose e ajustar o tratamento, se necessário.

Em resumo:

A classificação do diabetes mellitus é um processo complexo que exige uma avaliação multifatorial. A afirmação de que a apresentação clínica é suficiente para o diagnóstico é incorreta e pode levar a erros diagnósticos. A dosagem de autoanticorpos é fundamental para diferenciar o diabetes tipo 1 do tipo 2.

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