Cortella (1998) aponta três concepções básicas da relação en...

Alternativa correta: D - tem um papel político/pedagógico.

Ao abordar a questão da relação entre escola e sociedade, estamos nos aprofundando no entendimento de como a educação pode atuar dentro de um contexto maior, influenciando e sendo influenciada por ele. O filósofo e educador Mario Sergio Cortella oferece uma visão chamada de otimismo crítico, na qual se reconhece que a educação desempenha um papel duplo: ela pode perpetuar valores e práticas existentes (função conservadora), mas também pode ser um vetor para a mudança e inovação (função inovadora).

Entender essa dualidade é essencial para quem atua na área educacional. No otimismo crítico, reconhece-se que a educação não está isolada das forças sociais e políticas ao seu redor. Isso nos leva diretamente à alternativa correta:

D - tem um papel político/pedagógico.

Essa alternativa está correta porque destaca a natureza intrínseca da educação conforme entendida na concepção de otimismo crítico. O educador não é visto apenas como um transmissor de conhecimento, mas como alguém que desempenha um papel ativo na sociedade, moldando e sendo moldado por ela. Ele possui a responsabilidade de não apenas informar, mas também de formar cidadãos críticos, conscientes e capazes de participar ativamente na sociedade.

Especificamente, o termo "político" aqui é utilizado no sentido amplo, indicando a participação na polis, ou seja, na cidade, na sociedade e na comunidade, não se restringindo apenas à política partidária. O termo "pedagógico", por sua vez, remete ao processo de ensino e aprendizagem, à condução do desenvolvimento humano e intelectual do aluno.

Portanto, a visão de Cortella implica que o educador deve estar ciente de sua relevância social e do impacto de suas ações, promovendo uma educação que busca não somente a transmissão de conteúdos, mas também o desenvolvimento do pensamento crítico e da consciência social. Isso é o que fundamenta a ideia do papel político/pedagógico do educador na sociedade.

Gabarito: d

otimismo ingênuo:  atribui à escola uma missão messiânica e onde o educador é um sacerdote, portador de uma vocação. Na relação com a Sociedade, a compreensão é a de que a Educação é a alavanca do desenvolvimento e do progresso. É otimista porque valoriza a escola, mas é ingênua, pois atribui a ela uma autonomia absoluta na sua inserção social e na capacidade de extinguir a pobreza e a miséria que não foram por ela originalmente criadas. 

pessimismo ingênuo: a escola é reprodutora da desigualdade social, nela, o educador é um agente da ideologia dominante, um funcionário das elites. A relação com a sociedade é que a escola é um aparelho ideológico do Estado, determinada pelas elites sociais que controlam a sociedade. À escola cabe “fazer a cabeça”, disciplinar, controlar e, para isso, foi invadida por uma hierarquia do setor industrial, com diretores, supervisores, inspetores, etc, fragmentando o poder interno. Assim, não há nenhuma autonomia. O Pessimismo vem por conta do papel unicamente discriminatório da Escola, desvalorizando-a como ferramenta para a conquista da justiça social; a ingenuidade vem da sectarização, ao obscurecer a existência de contradições no interior das instituições sociais, atribuindo-lhes um perfil exclusivamente conservador. 

otimismo crítico:  aponta para a natureza contraditória das instituições sociais, ou seja, a educação teria uma função conservadora e inovadora ao mesmo tempo. Se a escola pode, sim, servir para reproduzir as injustiças, é também capaz de ser instrumento para mudanças. O educador tem um papel político-pedagógico e tem, assim uma autonomia relativa e é a quem cabe construir coletivamente os espaços efetivos de inovação.

Fonte: https://holisticambiental.jimdo.com/educa%C3%A7%C3%A3o/resumos-de-livros/m%C3%A1rio-s%C3%A9rgio-cortella-a-escola-e-o-conhecimento-fundamentos-epistemol%C3%B3gicos-e-pol%C3%ADticos/