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Q1922646 Psicologia
       Ângela, de 6 anos de idade, mora com os pais e o irmão mais velho. Apresenta desenvolvimento cognitivo adequado para a faixa etária e não há queixas escolares a seu respeito. Entretanto, de acordo com a genitora, a criança tem muito medo de trovão: “Toda vez que ameaça chover, tudo vira de cabeça pra baixo. Ela grita, chora, se esconde debaixo da mesa, debaixo da cama... É uma confusão. Agarra minha mão ou de quem estiver em casa e não desgruda mais. Chega a machucar. A gente percebe que o coração dela acelera. Só acalma quando a chuva passa” (sic). Em face das dificuldades encontradas para lidar com essa situação, os responsáveis de Ângela procuram atendimento especializado.

Considerando esse caso clínico hipotético, as contribuições da psicopatologia, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) e os níveis de atenção à saúde, julgue os itens a seguir. 


Os prejuízos decorrentes do quadro clínico apresentado estão associados à capacidade de Ângela evitar a situação disparadora. 

Alternativas

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Alternativa Correta: C - certo

Vamos entender a questão e a justificativa para essa resposta.

O caso clínico apresentado descreve uma criança, Ângela, que demonstra um intenso medo de trovões. Esse medo é tão significativo que provoca reações físicas e emocionais intensas, como gritar, chorar, se esconder, agarrar-se aos membros da família e até machucar-se. É importante destacar que o medo de trovão não é incomum em crianças, mas a intensidade das reações de Ângela indica que há um potencial transtorno de ansiedade.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5) e a Classificação Internacional das Doenças (CID-10), um transtorno de ansiedade pode ser diagnosticado quando os medos ou ansiedades da criança são excessivos e desproporcionais em relação ao perigo real. Além disso, esses medos causam prejuízos significativos no funcionamento diário, seja em casa, na escola ou em outras atividades.

Neste cenário, a questão aborda diretamente os prejuízos decorrentes do quadro clínico de Ângela, destacando como essa ansiedade impacta sua vida. A frase "Os prejuízos decorrentes do quadro clínico apresentado estão associados à capacidade de Ângela evitar a situação disparadora" sugere que Ângela está tentando evitar a situação que provoca medo (no caso, trovões), mas essa tentativa de evitar a situação causa ainda mais sofrimento e impacto negativo em sua rotina.

Justificativa para a alternativa correta:

C - certo: A alternativa está correta porque a descrição do caso clínico destaca que Ângela apresenta um comportamento de evitação (esconder-se debaixo da mesa, agarrar-se aos pais) em resposta ao medo de trovões. Segundo a psicopatologia, especialmente com base no DSM-5 e CID-10, a evitação é um critério central para diagnósticos de transtornos de ansiedade. Portanto, os prejuízos que Ângela experimenta estão diretamente ligados à sua tentativa de evitar a situação disparadora (trovões), confirmando a veracidade da afirmação.

Alternativas incorretas:

Neste contexto, não há outras alternativas apresentadas na questão original, mas podemos entender que a justificativa para a alternativa correta é sólida. Se houvesse alternativas incorretas, provavelmente seriam aquelas que não reconhecem a relação entre o comportamento de evitação e os prejuízos causados pela ansiedade.

Espero que essa explicação tenha esclarecido bem a questão para você. Se precisar de mais alguma ajuda, estou à disposição!

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Comentários

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ALGUÉM AJUDA?

Os prejuízos decorrentes do quadro clínico apresentado estão associados à capacidade de Ângela evitar a situação disparadora.

De acordo com o DSM V, os prejuízos , na vida de Ângela, estão associado à capacidade de evitar a situação fóbica , ou seja, ela assume uma postura de ESQUIVA ATIVA, a qual a ajuda a evitar o sofrimento, pode limitar suas possibilidades de vida, causando prejuízo. Por exemplo, não sair de casa em dias chuvosos, objetivando não se expor à situação temida.

Texto que embasou meu raciocínio:

O indivíduo evita ativamente a situação, ou, se não consegue ou decide não evitá-la, a situação ou objeto evoca temor ou ansiedade intensos (Critério C). Esquiva ativa significa que o indivíduo intencionalmente se comporta de formas destinadas a prevenir ou minimizar o contato com objetos ou situações fóbicas (p. ex., pega túneis em vez de pontes em sua ida diária para o trabalho devido ao medo de alturas; evita entrar em um quarto escuro pelo medo de aranhas; evita aceitar um trabalho em um local em que um estímulo fóbico é mais comum). Os comportamentos de esquiva são com frequência óbvios (p. ex., um indivíduo que tem medo de sangue recusando-se a ir ao médico), mas às vezes são menos óbvios (p. ex., um indivíduo que tem medo de cobras recusando-se a olhar para figuras que se assemelham ao contorno ou à forma de cobras). Muitas pessoas com fobias específicas sofreram durante muitos anos e alteraram suas circunstâncias de vida com o objetivo de evitar o objeto ou situação fóbica o máximo possível (p. ex., uma pessoa diagnosticada com fobia específica, animal, que se muda a fim de residir em uma área desprovida do animal temido em particular). Consequentemente, elas não mais experimentam medo ou ansiedade em sua vida diária. Em tais circunstâncias, os comportamentos de esquiva ou a recusa persistente de se engajar em atividades que envolveriam exposição ao objeto ou situação fóbica (p. ex., recusa repetida em aceitar ofertas para viagens a trabalho devido ao medo de voar) podem ser úteis para a confirmação do diagnóstico na ausência de ansiedade ou pânico explícito.

(DSM V, P.198-199)

Para mim, ela não tem capacidade de evitar a situação disparadora. Pra mim, ela é incapaz. Por isso marquei errado.

Alguém me ajuda?

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