Certo paciente de 58 anos de idade, vítima de AVC isquêmico...

Vamos analisar a questão e a alternativa correta para entender melhor o tema proposto.

**Tema central**: A questão trata do protocolo de morte encefálica (ME) em um paciente com AVC isquêmico troncoencefálico. A morte encefálica é um estado em que ocorre a perda completa e irreversível das funções cerebrais, e para sua determinação são seguidos critérios específicos e rigorosos. Um aspecto importante do protocolo é a manutenção de parâmetros hemodinâmicos adequados, como a pressão arterial.

**Conhecimento necessário**: Para resolver esta questão, é preciso compreender o protocolo de morte encefálica, que inclui a necessidade de manter a pressão arterial sistêmica, seja a pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg, ou a pressão arterial média (PAM) maior ou igual a 65 mmHg.

Alternativa correta: C - certo

A alternativa correta é "C - certo". Isso porque, de acordo com o protocolo de morte encefálica, é realmente necessário manter a pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou a pressão arterial média maior ou igual a 65 mmHg. Essa manutenção é crucial para garantir que não haja influências externas que possam afetar a avaliação neurológica, garantindo que qualquer ausência de função seja devido à morte encefálica e não a alterações reversíveis ou tratáveis.

Por que a alternativa "E - errado" não é válida:

A alternativa "E - errado" não é válida porque não há erro na afirmação dada no enunciado sobre os parâmetros de pressão arterial que precisam ser mantidos durante a avaliação para morte encefálica. Esses parâmetros fazem parte das diretrizes e protocolos estabelecidos para assegurar uma avaliação precisa e correta da condição do paciente.

Espero que essa explicação tenha ajudado a esclarecer suas dúvidas sobre a questão! Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

A alternativa está certa.

Um dos pré-requisitos para a realização do protocolo de Morte Encefálica (ME), conforme a Resolução CFM nº 2.173/2017, é a estabilidade hemodinâmica do paciente. Isso inclui a manutenção da pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 100 mmHg ou da pressão arterial média (PAM) maior ou igual a 65 mmHg para adultos. Essa medida visa garantir a perfusão adequada dos órgãos para a realização dos exames e testes necessários para a confirmação da ME, além de otimizar as condições para uma eventual doação de órgãos.

No caso apresentado, o paciente apresenta PA = 110 mmHg x 80 mmHg, o que indica uma PAS de 110 mmHg e, calculando a PAM [(2x pressão diastólica) + pressão sistólica]/3 = [(2x80) + 110]/3 = 90 mmHg. Portanto, o paciente atende ao critério hemodinâmico para o protocolo de ME.

É importante destacar que outros pré-requisitos devem ser atendidos, como:

• Lesão encefálica de causa conhecida e irreversível: No caso, AVC isquêmico troncoencefálico.
• Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico: Como hipotermia (o paciente apresenta TAX retal = 35,5 ºC, que está dentro da faixa aceitável, embora idealmente acima de 36,5°C), distúrbios metabólicos ou uso de drogas depressoras do sistema nervoso central (o paciente está sem sedação há 10 dias).
• Temperatura corporal: Superior a 35°C (o paciente apresenta 35,5°C, o que está no limite inferior, sendo ideal otimizar este parâmetro para garantir a fidedignidade dos exames).
• Saturação arterial de oxigênio: Acima de 94% (o paciente apresenta SatO2 = 100%).

Além disso, a ausência de reflexos de tronco encefálico (pupilas médio-fixas sem resposta fotomotora, reflexos corneopalpebral e de tosse ausentes) e o coma Glasgow 3T são achados compatíveis com ME, mas não suficientes para o diagnóstico. É necessário realizar o teste de apneia e, dependendo do contexto, exames complementares.

Em resumo, a manutenção da PAS ≥ 100 mmHg ou PAM ≥ 65 mmHg é um critério essencial no protocolo de ME, e o paciente do caso clínico atende a esse critério, tornando a afirmação correta.