De acordo com o texto 41A2-I e com as tendências pedagógicas...

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Q2364881 Pedagogia
Texto 41A2-I


      De acordo com Rajagopalan, a língua inglesa se tornou uma espécie de “língua mundi” ou “world english”. É uma “novi-língua” em plena acepção desse termo popularizado por George Orwell. Ela já escapou das mãos dos ingleses, dos norte-americanos, dos australianos, dos neozelandeses, enfim, de todos aqueles que, até bem pouco tempo atrás, eram tidos como proprietários do idioma.

      Para Siqueira, ensinar essa língua híbrida e franca que é o inglês demanda uma visita diária a novas fronteiras, que, por sua vez, geram novas prioridades, entre as quais se destacam as pedagogias mais adequadas para tal realidade. Portanto, estabelece-se como desafio a implementação de práticas pedagógicas que ressignifiquem o ensino de língua inglesa, tendo como enfoque, por conseguinte, o seu caráter híbrido e multifacetado.

      É importante também salientar que o ensino de língua inglesa à luz das premissas do inglês como língua franca (ILF) não objetiva rechaçar a importância do inglês comumente tido como hegemônico nem, muito menos, estabelecer ou enfatizar a dicotomia entre língua padrão e não padrão. Na verdade, essa dicotomia corroboraria ainda mais a hegemonia da língua padrão.

      No que tange ao ensino de língua inglesa, de acordo com Milroy, o que de fato precisa prevalecer no contexto escolar brasileiro é a busca pela maior viabilização de práticas pedagógicas que também promovam o caráter heterogêneo da língua, visto que um efeito importante da padronização para o senso comum é o desenvolvimento da crença em uma única forma de língua correta. Tal ideologia gera juízos carregados de preconceitos e de discriminação em termos de raça e classe social.

      Nessa direção, Gimenez, Calvo e El Kadri destacam que a comunicação com outros falantes não nativos de inglês ao redor do mundo é um motivo relevante para se aprender inglês. Além disso, outras variedades da língua inglesa que não apenas as norte-americanas ou a britânica precisam ser apresentadas aos alunos no desenvolvimento das habilidades receptivas e das de compreensão, assim como os temas trazidos para a sala de aula — os quais abrangem questões sociais de alcance global — precisam ser ampliados. Além disso, faz-se necessária uma maior conscientização sobre o papel das línguas nas sociedades e, especialmente, do inglês como língua de comunicação internacional, bem como sobre sua expansão no mundo e sua vinculação com a atual globalização econômica.

      Como bem sublinha Siqueira, ensinar e aprender inglês como língua franca implica colorir as salas de aula com diversos sotaques oriundos de lugares distantes, trazendo as vozes dos guetos, das minorias, dos imigrantes com suas tradições culturais de diferentes continentes, como a África, a Ásia e a América, e até do interior das grandes metrópoles dos países hegemônicos de língua inglesa.


Flávia Matias da Silva. O ensino de língua inglesa sob uma perspectiva intercultural:
caminhos e desafios. Internet: <scielo.br/> (com adaptações).
De acordo com o texto 41A2-I e com as tendências pedagógicas contemporâneas, o ensino da língua inglesa
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