Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre travessão em português

Foram encontradas 891 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2504841 Português
Após a leitura da crônica abaixo, responda à questão.

Um pé de milho

    Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana aconteceu com o meu pé de milho.
    Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim – mas descobri que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa. Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um amigo e declarou desdenhosamente que aquilo era capim. Quando estava com dois palmos, veio um outro amigo e afirmou que era cana.
    Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança suas folhas além do muro e é um esplêndido pé de milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho sozinho, em um canteiro espremido, junto do portão, numa esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrealistas – mas na lógica de seu crescimento, tal como vi numa noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo empinado, de crinas ao vento – e em outra madrugada, parecia um galo cantando.
    Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou. Há muitas flores lindas no mundo, e a flor de milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que me fazem bem. É alguma coisa que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da terra. Eu não sou mais um medíocre homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico lavrador da rua Júlio de Castilhos.
(BRAGA, Rubem, Melhores crônicas - Seleção Carlos Ribeiro. São Paulo: Global, 2013)
A respeito do emprego do travessão (–) e dos dois pontos (:) nos três fragmentos abaixo, avalie as justificativas apresentadas. 
Imagem associada para resolução da questão

I- Nas três situações o emprego dos dois tipos de pontuação tem motivação semelhante: enfatiza-se a última informação, independentemente de a oração vir introduzida por conectivo ou vir justaposta. II- O uso dos travessões nas estruturas oracionais se justifica igualmente por se tratar de orações coordenadas; ou seja, dois atos de fala independentes em que a segunda parte corresponde a um comentário. III- A motivação do uso dos dois pontos se deve à necessidade de um esclarecimento, o que faz da segunda oração uma oração independente, não sendo, porém, uma estrutura de natureza coordenada, mas substantiva apositiva.
É CORRETO o que se apresenta como justificativa apenas em:
Alternativas
Q2466961 Português
        Quando se fala que o surgimento da escrita não foi apenas a aquisição de mais um modo de expressão, mas também uma revolução, é porque ela mudou toda uma forma de organizar os pensamentos. Na cultura oral, a memória é que determina o conhecimento, portanto só sabemos o que podemos recordar, como pontuou o filósofo e historiador cultural Walter Ong. Dessa forma, o pensamento foi moldado a partir da repetição oral, dos padrões rítmicos ou de alguma forma mnemônica, e de um ritmo mais lento na evolução dos acontecimentos.
         Quando o suporte sai do corpo da pessoa e vai para a argila, a cerâmica, a pedra, mais tarde para o pergaminho e o papel — suportes que criam a possibilidade de a pessoa retomar a leitura para relembrar ou refletir sobre um acontecimento —, a própria elaboração do pensamento e a transmissão do conhecimento são afetadas. Para além disso, sendo a leitura em suporte escrito uma atividade individualizada, solitária na maioria das vezes, ela modifica a relação de comunicação que se tinha antes na cultura oral, na qual há unidade entre quem fala e quem ouve.

O resultado disso teria sido tão impactante que Ong classifica a escrita como uma tecnologia ainda mais extrema que a impressão e os computadores, por exemplo. “A escrita, a impressão e os computadores são todos meios de tecnologizar a palavra. A escrita é, de certo modo, a mais drástica das três tecnologias. Ela iniciou o que a impressão e os computadores apenas continuam, a redução do som dinâmico a um espaço mudo, o afastamento da palavra em relação ao presente vivo, único lugar em que as palavras faladas podem existir. Ao contrário da linguagem natural, oral, a escrita é inteiramente artificial”, escreveu ele.

Renata Penzani. Por que a escrita é a grande revolução da humanidade?
Internet:<www.companhiadasletras.com.br>  (com adaptações).

Julgue o item seguinte, relativo aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente.


No primeiro período do segundo parágrafo, seriam preservadas a correção gramatical e a coerência das ideias do texto caso o trecho “suportes que criam a possibilidade de a pessoa retomar a leitura para relembrar ou refletir sobre um acontecimento” fosse isolado por vírgulas em vez dos travessões.

Alternativas
Ano: 2024 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES Provas: CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Tributos Municipais | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Analista de Sistemas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Arquiteto | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Assistente Social | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Defesa do Consumidor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Meio Ambiente | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Obras | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Posturas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal de Transportes | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Auditor Fiscal Sanitário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Bibliotecário | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Biólogo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Contador | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrimensor | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Agrônomo | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Ambiental | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Civil | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Minas | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro de Trânsito e Tráfego | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Eletricista | CESPE / CEBRASPE - 2024 - Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim - ES - Engenheiro Florestal |
Q2464255 Português

Texto CB2A1


        Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.

        Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

        — Não é ninguém, é o padeiro!

        Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”

        Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...

        Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

        Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”

         E assobiava pelas escadas.


Rubem Braga. O padeiro (com adaptações). 

Julgue o item subsequente, em relação a estruturas linguísticas do texto CB2A1.


Estaria mantida a correção gramatical do texto caso se substituíssem por vírgula tanto o travessão empregado no primeiro parágrafo quanto o empregado no sexto parágrafo. 

Alternativas
Q2462385 Português
O poder do pensamento positivo

    Livrar-se de pensamentos intrusivos, sentimentos pessimistas e crenças negativas é um desafio e tanto para muitos. Procurar maneiras de driblar esses obstáculos – e realmente lutar contra eles – pode significar se desviar do que já foi estabelecido como rotina e ser, portanto, desconfortável. No entanto, estes pensamentos de medo e de sentir-se com as mãos atadas poderão atrair ciclicamente as mesmas circunstâncias.
    A vida é como um algoritmo de redes sociais: quanto mais você demonstra gostar de um sentimento, mais dele você enxergará nas situações que se apresentarem a você. E, aqui, defino que “gostar” não significa necessariamente uma decisão consciente de predileção genuína, mas sim a percepção que o próprio inconsciente tem das suas manifestações, baseada em frequência. Ou seja, quanto mais associações negativas você fizer, mais acostumado você estará com eles, e mais seu cérebro entenderá que deve mantê-los.
    Independentemente de gostar, tudo o que acontece é resultado de escolhas feitas no passado. Muitas pessoas fazem escolhas inconscientes e, por isso, acham que não estão agindo ou, de fato, escolhendo algo. O próprio fato de se abster de certas decisões é, em si, uma decisão.
     O ato de observar com mais atenção as próprias atitudes e reações é o primeiro passo para contornar esse ciclo vicioso, pois transfere todo o processo do campo do inconsciente para o campo do consciente. Com o entendimento de que o futuro é resultado das escolhas feitas no presente, cria-se a condição para que as mudanças necessárias sejam feitas sem demora. Como disse Einstein, “insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”.
     Tudo depende de que escolhas se deseja fazer. As pessoas podem não saber bem o que desejam, mas podem, por oposição, saber o que não querem. “Eu não quero ficar doente”; “Eu não quero essa dor de cabeça.” “Eu não quero arranjar despesas.” Mais produtivo que focar nas negativas é estabelecer uma lista de prioridades e do que se pretende fazer para alcançá-las. Assim, toma-se consciência sobre as próprias escolhas e seus objetivos. É preciso ter maestria na arte de transformar o que não quer naquilo que quer.

(Nuno Paiva, Hoje em dia. Em: 29/02/2024.)
O uso do duplo travessão no primeiro parágrafo do texto poderia ser, de acordo com a norma culta:
Alternativas
Q2449787 Português
Lei que determina detectores de metais em rodoviárias no Rio está há 27 anos “parada” no papel 





                                                             rio-esta-ha-27-anos-parada-no-papel/– texto adaptado especialmente para esta prova).
Os símbolos das linhas 05 e 13 podem ser substituídos, respectivamente, por quais sinais de pontuação?
Alternativas
Respostas
1: B
2: C
3: C
4: B
5: B