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Q2525195 Português

Muita lógica para nada?


1     Muitas pessoas, ao longo da história, já esbravejaram contra a tentativa de racionalização e organização do pensamento por meio da lógica. Desde Sócrates, que via os sofistas como um grupo que se aproveitava da argumentação para confundir o povo e distorcer a verdade, até os pós-modernos (que desacreditam da própria noção de verdade e da lógica), temos visto todo tipo de argumentação contra a argumentação. E dentre os muitos exemplos que existem nesse sentido, talvez uma das mais espirituosas seja essa frase de Dostoiévski:


2     O homem tem tal predileção por sistemas e deduções abstratas que está disposto a distorcer intencionalmente a verdade, a negar a evidência dos seus sentidos só para justificar sua lógica. (Dostoiévski)


3     Por mais que pareça estranho esse tipo de desapreço pelo racional, especialmente se o que nos define como seres humanos é justamente a capacidade de organizar o pensamento, é importante considerar que a descrença na lógica decorre muitas vezes da observação do uso da racionalização para distorcer a realidade ou ganhar debates fingindo a verdade a que não se tem. Uma das coisas que Nietzsche criticava na filosofia era justamente a quantidade gigantesca de autores que, fingindo agir em nome da razão, lutavam impiedosamente para defender suas paixões. Nada de errado com as paixões, obviamente, o problema é não assumir a real intenção da filosofia: se esconder atrás de argumentos lógicos apenas para convencer os leitores de crenças e desejos muito particulares.


4     Não acho que a lógica é um problema. Mas concordo que devemos ponderar sobre sua utilização, pensando especialmente sobre o fato de que, muitas vezes, a ausência de argumentos sistematizados pode trazer benefícios evidentes (e a arte é o melhor exemplo disso). Por outro lado, vale ponderar também sobre o fato de que a lógica por si só não é sinal de verdade. Afinal, um bom argumento é aquele que tem a forma correta, não o conteúdo. E quem estuda lógica (olha só a utilidade dela aqui) geralmente consegue perceber essa diferença.


Extraído de: https://marcosramon.net/posts/muita-logica-para-nada/

No período “Não acho que a lógica é um problema” (4º parágrafo), a oração em destaque é:
Alternativas
Q2525194 Português

Muita lógica para nada?


1     Muitas pessoas, ao longo da história, já esbravejaram contra a tentativa de racionalização e organização do pensamento por meio da lógica. Desde Sócrates, que via os sofistas como um grupo que se aproveitava da argumentação para confundir o povo e distorcer a verdade, até os pós-modernos (que desacreditam da própria noção de verdade e da lógica), temos visto todo tipo de argumentação contra a argumentação. E dentre os muitos exemplos que existem nesse sentido, talvez uma das mais espirituosas seja essa frase de Dostoiévski:


2     O homem tem tal predileção por sistemas e deduções abstratas que está disposto a distorcer intencionalmente a verdade, a negar a evidência dos seus sentidos só para justificar sua lógica. (Dostoiévski)


3     Por mais que pareça estranho esse tipo de desapreço pelo racional, especialmente se o que nos define como seres humanos é justamente a capacidade de organizar o pensamento, é importante considerar que a descrença na lógica decorre muitas vezes da observação do uso da racionalização para distorcer a realidade ou ganhar debates fingindo a verdade a que não se tem. Uma das coisas que Nietzsche criticava na filosofia era justamente a quantidade gigantesca de autores que, fingindo agir em nome da razão, lutavam impiedosamente para defender suas paixões. Nada de errado com as paixões, obviamente, o problema é não assumir a real intenção da filosofia: se esconder atrás de argumentos lógicos apenas para convencer os leitores de crenças e desejos muito particulares.


4     Não acho que a lógica é um problema. Mas concordo que devemos ponderar sobre sua utilização, pensando especialmente sobre o fato de que, muitas vezes, a ausência de argumentos sistematizados pode trazer benefícios evidentes (e a arte é o melhor exemplo disso). Por outro lado, vale ponderar também sobre o fato de que a lógica por si só não é sinal de verdade. Afinal, um bom argumento é aquele que tem a forma correta, não o conteúdo. E quem estuda lógica (olha só a utilidade dela aqui) geralmente consegue perceber essa diferença.


Extraído de: https://marcosramon.net/posts/muita-logica-para-nada/

Assinale a opção abaixo em que não ocorreu um erro de regência verbal: 
Alternativas
Q2524504 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

VELOSO, Caetano. Livros. Disponível em: https://www.letras.mus. br/caetano-veloso/81628/. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]
Considerando o contexto da canção, o verso “Apontando pra a expansão do Universo” pode ser reescrito, sem perda de sentido, como:
Alternativas
Q2524503 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

VELOSO, Caetano. Livros. Disponível em: https://www.letras.mus. br/caetano-veloso/81628/. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]
No verso “Mas os livros que em nossa vida entraram”, há uma relação de regência verbal classificada como
Alternativas
Q2524496 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Os pequeninos

Ouvi certa vez uma conversa inesquecível. A esponja de doze anos não a esmaeceu em coisa nenhuma. Por que motivo certas impressões se gravam de tal maneira e outras se apagam tão profundamente?

Eu estava no cais, à espera do Arlanza, que me ia devolver de Londres um velho amigo já de longa ausência. O nevoeiro atrasara o navio.

– Só vai atracar às dez horas — informou-me um sabe-tudo de boné.

Bem. Tinha eu de matar uma hora de espera dentro dum nevoeiro absolutamente fora do comum, dos que negam aos olhos o consolo da paisagem distante. A visão morria a dez passos; para além, todas as formas desapareciam no algodoamento da névoa. Pensei nos fogs londrinos que o meu amigo devia trazer na alma e comecei a andar por ali à toa, entregue a esse trabalho, tão frequente na vida, de “matar o tempo”. Minha técnica em tais circunstâncias se resume em recordar passagens da vida. Recordar é reviver. Reviver os bons momentos tem as delícias do sonho.

Mas o movimento do cais interrompia amiúde o meu sonho, forçando-me a cortar e a reatar de novo o fio das recordações. Tão cheio de nós foi ele ficando que o abandonei.

LOBATO, Monteiro. Os pequeninos. Disponível em:
https://contobrasileiro.com.br/os-pequeninos-conto-de-monteiro-
lobato/. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento] 
Monteiro Lobato constrói esse fragmento do conto com uma mescla de linguagem conotativa e denotativa.
A linguagem denotativa pode ser observada no trecho:
Alternativas
Respostas
26: D
27: E
28: C
29: C
30: B