Questões de Concurso Comentadas sobre português para diretor adjunto de unidade escolar

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Q1071855 Português

Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz, para responder à questão.


      De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de metal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente, amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando-se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.

      O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional. Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogando3 pelo céu.

      Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma bandeira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou: “Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ouvir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada, num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.

(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)


1. blimp: dirigível

2. librando-se: flutuando, equilibrando-se

3. vogando: flutuando 

Assinale a afirmação correta sobre o conteúdo do texto.
Alternativas
Q891238 Português

Leia o trecho a seguir. 


No passado, a mão de obra oriunda do campo era absorvida ________ indústria. Em um passado mais recente, o setor de serviços encarregou-se ___________ ocupar boa parte dos trabalhadores que perderam espaço na indústria, que tem investido sistematicamente _________ automatização e outras tecnologias. Atualmente, dispersos ___________diferentes campos de atuação, o desafio dos trabalhadores consiste _________ se adaptar à era da internet e da informática.


Considerando as regras de regência verbal e nominal, conforme a norma-padrão da língua, as lacunas do texto devem ser preeenchidas, correta e respectivamente, com

Alternativas
Q891237 Português

                                 Destruindo Riqueza


      A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nesse processo, libera mão de obra.

      Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.

      Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.

      A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó­ rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você possa ter, mas são subutilizados.

      Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.

      É claro que isso só dá certo se não forem criadas regula­ ções desnecessárias que embaracem os acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.

                      (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a reescrita da frase “A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a eliminar” permanece coerente com as ideias do texto e correta quanto à pontuação, de acordo com a norma-padrão da língua.
Alternativas
Q891236 Português

                                 Destruindo Riqueza


      A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nesse processo, libera mão de obra.

      Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.

      Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.

      A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó­ rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você possa ter, mas são subutilizados.

      Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.

      É claro que isso só dá certo se não forem criadas regula­ ções desnecessárias que embaracem os acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.

                      (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Considere a seguinte passagem do texto:


•  É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os acertos voluntários entre as partes.


Substituindo-se a expressão em destaque por um pronome, a redação estará correta quanto ao pronome e sua colocação, de acordo com a norma-padrão da língua, em:

Alternativas
Q891235 Português

                                 Destruindo Riqueza


      A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nesse processo, libera mão de obra.

      Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.

      Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.

      A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó­ rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você possa ter, mas são subutilizados.

      Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.

      É claro que isso só dá certo se não forem criadas regula­ ções desnecessárias que embaracem os acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.

                      (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa cujo termo para, em destaque, expressa ideia de finalidade.
Alternativas
Respostas
26: D
27: B
28: A
29: C
30: A