Questões de Concurso Comentadas sobre português

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Q3068360 Português
Investir no oceano é mais que proteger o futuro

        O oceano proporciona ampla gama de benefícios a humanidade, tanto a pequenas comunidades de pescadores e comunidades costeiras quanto a grandes fazendas do interior, a quilômetros do mar. Ele absorve e distribui calor, regula o clima, equilibra temperaturas e influencia as chuvas em todo o planeta, tornando a Terra habitável. Além disso, produz oxigênio, provê alimento, promove o turismo, é rota para o comércio internacional e fonte de medicamentos, entre tantos outros benefícios. Esses são exemplos que reforçam a importância da conservação dos mares como responsabilidade de todos, para a saúde global, humana e ambiental e para impulsionar o desenvolvimento sustentável da economia azul.
         O conceito de economia azul foi reconhecido e definido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 2012. Mesmo assim, segue desconhecido por 86% dos brasileiros. Abrange atividades oceânicas que visam a melhoria do bem-estar humano e a equidade social, ao mesmo tempo que reduz significativamente os riscos ambientais e os danos ecológicos. Trata-se de um valor estimado em cerca de US$ 1,5 trilhão, o que representa 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o oceano representa a sétima maior economia do mundo, podendo dobrar seu potencial até 2030. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) compara que, se a economia do mar brasileira fosse um país, seria a segunda maior potência da América do Sul.
        Os dados de economia azul referem-se principalmente a atividades ligadas ao oceano, como transporte, operações portuárias, pesca artesanal e industrial, aquicultura, energia eólica offshore, turismo marítimo e costeiro, e biotecnologia marinha. Mesmo diante de tantas atividades, 25% dos brasileiros não conseguem indicar pelo menos uma, de acordo com a publicação Oceano sem mistérios: A relação dos brasileiros com o mar, da Fundação Grupo Boticário, Unifesp e UNESCO. Nesse sentido, a economia azul vai além das cifras, trata-se de um conhecimento que despertaria a importância dos mares para muita gente.
        O potencial oceânico que sustenta atividades da economia azul, como recreação, turismo, observação da vida selvagem e pesca, só se sustenta por meio de iniciativas que garantam a proteção de seus recursos e ecossistemas e uma governança adequada e sustentável. Os recifes de corais, por exemplo, podem gerar anualmente cerca de US$ 1,4 bilhão a partir do turismo na costa brasileira, além da economia de outros US$ 31 bilhões em danos evitados relacionados à proteção costeira, segundo outro volume da coleção Oceano sem mistérios: Desvendando os recifes de corais. Diante de benefícios que muitas vezes passam despercebidos, investimentos em pesquisas científicas e projetos ainda são escassos e não podem depender exclusivamente do poder público e do terceiro setor, devendo também sensibilizar o setor privado.
        Relatório da World Ocean Initiative, com informações da OCDE, aponta que, entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o número 14, “Vida na água”, que trata da necessidade de conservar e usar de forma sustentável o oceano, é o que atrai menor investimento (3,5%). Porém, a maré parece estar mudando: nove em cada dez investidores estão interessados em financiar a economia oceânica sustentável, segundo pesquisa da publicação Responsible Investor. Os projetos de maior interesse são voltados para a energia renovável, descarbonizar o transporte marítimo, o uso de materiais reutilizáveis e recicláveis, e aumentar a produção de frutos do mar de forma rastreada, com padrões de certificação. À medida que a maré muda, permanecem inexploradas oportunidades na restauração da qualidade ambiental e de ecossistemas, na recuperação de populações e estoques pesqueiros e no avanço das Soluções Baseadas na Natureza, áreas fundamentais para a prosperidade da economia oceânica sustentável.
        Apesar de ainda não ser protagonista nos investimentos em ciência oceânica, o Brasil tem desempenhado importante papel na condução da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Iniciativa que promove uma agenda abrangente de ações para melhorar e fortalecer a sustentabilidade marinha, envolvendo diferentes setores da sociedade, como poder público, academia, iniciativa privada e filantropia. Para avançar nesses esforços, em setembro, líderes filantrópicos de vários países estarão reunidos no 4º Diálogo das Fundações, no Rio de Janeiro (RJ), para definir os próximos passos de atuação em prol da sustentabilidade oceânica. O encontro visa fortalecer iniciativas colaborativas e impulsionar ações que promovam a saúde e a resiliência dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade do oceano.
        Pautada pela “ciência que precisamos para o oceano que queremos”, a Década do Oceano descreve sete resultados principais até 2030, incluindo o objetivo de um “oceano produtivo” como base para um abastecimento alimentar sustentável e uma economia oceânica próspera. Para alcançar esse objetivo, precisamos de esforços local e global, envolvendo financiamentos e investimentos de fontes diversas para promover soluções científicas e oceânicas transformadoras para o desenvolvimento sustentável, conectando as pessoas ao oceano. O potencial econômico dos nossos mares, alinhado com a ciência, será crucial para a resolução de desafios ambientais e sociais, promovendo o desenvolvimento sustentável e garantindo um oceano saudável para as atuais e futuras gerações.

(Janaína Bumbeer e Nicole Arbour. Disponível em: https://exame.com/colunistas/opiniao/investir-no-oceano-e-mais-que-proteger-o-futuro/ Em: 04 de setembro de 2024. Adaptado.)
Assinale, a seguir, a afirmativa em que o emprego da pontuação na organização e construção semântica do texto pode ser observado na enumeração de elementos do enunciado.
Alternativas
Q3068196 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.” (8º§) Conforme o contexto, as palavras sublinhadas são classificadas, respectivamente, como:
Alternativas
Q3068192 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.” (7º§) A palavra “embora” introduz ideia de: 
Alternativas
Q3068191 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
No seguinte fragmento: “Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades.” (1º§), a palavra “com” estabelece relação de: 
Alternativas
Q3068190 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
Das alternativas a seguir, assinale aquela cujo trecho tem sentido de possibilidade.
Alternativas
Q3068189 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
No excerto “A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental”. (2º§), as vírgulas foram usadas para:
Alternativas
Q3068188 Português
Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental

        Dias cinzentos e com altas temperaturas passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros nas últimas semanas. Com o agravamento dos incêndios ao redor do país, o clima mais seco do que o normal tomou conta das cidades. No início da semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta laranja de perigo para a baixa umidade em 12 estados do país, com níveis entre 12% e 20%. São Paulo também subiu ao topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo.
        A situação, que já traz sintomas físicos e aumenta os riscos à saúde, também tem impactos na saúde mental. O fenômeno ficou conhecido como “ansiedade climática”, condição caracterizada por sentimentos de impotência, angústia, mal-estar e medo em relação às mudanças do clima. “A seca traz uma sensação de impotência muito forte. Esse sentimento de desesperança pode, em muitos casos, evoluir para um quadro depressivo grave”, explica Arthur Guerra, professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
        No Brasil, mais de 60% dos jovens entre 16 e 25 anos se dizem “muito” ou “extremamente preocupados” com os efeitos das mudanças climáticas, segundo um estudo realizado em 2021 por pesquisadores do Reino Unido, Finlândia e Estados Unidos. Desde então, a situação tem ficado ainda pior.
      Como o terceiro país que mais utiliza redes sociais no mundo, esse tipo de preocupação pode ser intensificado no ambiente digital. “Se alimentar constantemente de informações falsas e verdadeiras gera um estresse gigantesco.”
     O especialista explica que algumas pessoas são naturalmente mais vulneráveis a esses impactos psicológicos, especialmente se já estão fragilizadas emocionalmente ou enfrentaram situações de estresse intenso no passado. “Quem já apresenta problemas como depressão, ansiedade, consumo de drogas ou dificuldades de relacionamento, tem maior chance de sofrer com a ansiedade climática. Nessas circunstâncias, a crise ambiental pode agravar o estado mental da pessoa.”
      Esses quadros estão se tornando cada vez mais comuns, acompanhando as mudanças e tragédias do clima em todo o mundo. “Estamos vivendo temperaturas extremas, queimadas no Brasil e outros eventos climáticos severos. Por serem incontroláveis, esses fenômenos geram uma sensação ainda maior de desamparo.”
     Embora não exista uma fórmula para resolver o problema, alguns hábitos podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade climática.
      Praticar atividades físicas, meditar, manter uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e limitar o uso de redes sociais são estratégias recomendadas. “Mesmo durante a seca, se for possível fazer exercícios como caminhadas, com bastante hidratação, já ajuda bastante.”
    Além de mudanças no estilo de vida, é importante buscar apoio médico para quem enfrenta os sintomas da ansiedade climática.
    O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo, é um serviço de saúde pública que oferece suporte psicológico em mais de duas mil unidades espalhadas pelo Brasil. “Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, podem ajudar quem estiver sofrendo com esse tipo de estresse”, diz Guerra, que também recomenda procurar um médico de confiança para discutir o tratamento adequado.

(Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/. Acesso em: setembro de 2025.) 
No título “Ansiedade climática: como a seca pode afetar sua saúde mental”, os dois-pontos deixam explícito que ocorre uma relação de:
Alternativas
Q3068130 Português
Considere atentamente a crônica a seguir, escrita por Rachel de Queiroz e publicada originalmente na década de 1980, para responder à questão.

Voto nulo, a pior opção para o eleitor

        Esses meninos que se bateram tanto pelo voto aos dezesseis anos, esses outros, mais velhos, que foram às ruas nas passeatas durante as campanhas pelas eleições diretas; todos os cidadãos que exigiam nos palanques o seu direito de votar, como é que agora renunciam a tudo e se embalam com a ideia leviana do voto nulo? Ninguém entende.
        Jogam fora esse direito de votar – quer dizer, o seu direito de escolher os homens e mulheres que vão mandar em todos nós. Não sabem esses tolos que estarão cometendo um crime contra si mesmos e contra o Brasil nesse ato estúpido de votar nulo, votar em branco, votar num bicho do jardim zoológico, como o rinoceronte Cacareco, anos atrás, ou o macaco Tião agora; ou o mosquito, no Espírito Santo. Ninguém lembra (ou será que não sabem?) de quanto sangue foi derramado, quanta prisão, forca, fuzilamentos, esquartejamentos – quantos mártires tivemos na nossa história por amor desse direito de cidadania. Que agora se despreza e se quer atirar no lixo, votando em bichos brutos, em anticandidatos ou simplesmente votando em branco.
        Para que hoje você, pobre ou rico, negro, índio ou branco, moço ou velho, homem ou mulher, pudesse votar livremente, morreu muita gente. Recordo o nome do Bequimão, no Maranhão, enforcado. Felipe dos Santos, em Minas Gerais, enforcado, arrastado, esquartejado. O Tiradentes, enforcado e esquartejado, no Rio de Janeiro, com os seus membros mutilados expostos ao longo da estrada de Minas e a cabeça degolada em poste de ignomínia naquela mesma Vila Rica onde o seu “crime” fora cometido. E Frei Caneca, no Recife. E Tristão Gonçalves, Carapinima e Bolão, no Ceará, fuzilados pelos imperiais na repressão à Confederação do Equador. Isso só para recordar os mais famosos. Muito mais que esses foram os esquecidos, os sem nome, que deram vida, sangue, haveres, por amor dessa cidadania que você atira fora – como se ela não passasse de uma piada!
        Cada voto que você não dá, que você estraga e anula, para mostrar que está desenganado ou está com raiva, sim, cada voto que se perde é um voto a mais que se conta para os politiqueiros, para os caudilhos inimigos da nossa liberdade e dos nossos direitos. Voto ruim, candidato ruim, só se combate com voto bom, voto certo. É um pelo outro, não há mais opção. Se na nossa terra o candidato a prefeito ou vereador não merece confiança, não é votando em branco ou votando em bicho que você derruba esse mau candidato. Pelo contrário: o seu voto é nulo mesmo, não será contado. Mas o voto que o candidato ruim comprou ou ganhou com suas falsas promessas, esse voto será contado e acaba elegendo o sujeito. Por culpa de quem? Por culpa de você mesmo, que não se opôs, naquelas mesmas urnas, com o seu voto consciente contra o voto errado dos outros.
        Eleição é assunto muito sério. O voto é a única arma que nós temos para defender o nosso direito. Se o povo vota errado, o culpado não é o voto. O culpado é quem não soube votar.
        Em tempo de eleição o poder não está nas mãos do governo, nem dos políticos. Não veem como nessa hora eles nos bajulam, nos adulam, nos fazem promessas, tentam nos comprar, nos ameaçar, nos seduzir de qualquer modo? É porque, de voto na nossa mão, o poder somos nós. Nós é que fazemos e desfazemos. Que escolhemos ou escorraçamos. Nós é que somos o rei, em dia de eleição. Nós, com aquela cruzinha riscada junto ao nome da nossa escolha, com o voto secreto enfiado na urna, nós – só nós e mais ninguém – é que vamos decidir se o Brasil muda ou fica nesta tristeza e nesta confusão em que está, a fome nos batendo à porta, a inflação, como lobisomem, nos comendo a carne e o futuro à nossa frente fechado e preto como um dia sem sol.

(“Voto nulo, a pior opção para o eleitor”, por Rachel de Queiroz, com adaptações)
Ainda no terceiro parágrafo, ao se referir ao “crime” de Tiradentes, a escritora optou por apresentar esse substantivo entre aspas. Isso se deu porque, nesse caso, a autora do texto:
Alternativas
Q3067886 Português
Leia o texto adiante e, em seguida, responda:

Um quadro
(Sérgio Porto)

Até bem pouco caminhava de um lado para o outro. Depois sentou-se algum tempo e deixou-se ficar, respirando fundo a cada instante, em pleno estado de expectativa. Mas já agora levantase, vai ao bar e começa a preparar uma bebida. Mede a dose (forte) e atravessa a sala em direção à cozinha, em busca de gelo e água.

Faz tudo isso automaticamente, sem pensar. E volta a sentar-se no sofá da sala; desta vez de pernas cruzadas e copo na mão. Sorve um gole grande e desce-lhe pelo corpo uma dormência boa, uma quase carícia.

Nervoso? Não, não está nervoso. Apenas – é claro – este não é um momento qualquer.

Ao segundo copo está, por assim dizer, ouvindo o silêncio. Há barulhos que aumentam a quietude da noite: piano bem longe, assovio de alguém que passa, buzina numa esquina distante, latido de cachorro no morro, pio de ave, o mar. As luzes estão apagadas e a claridade que vem de fora projeta-se contra a parede e ilumina o quadro.

É um velho quadro a óleo, representando um homem de meiaidade, com barbas grisalhas e basto bigode. Está há tanto tempo pendurado na parede que raramente repara nele. Um dia – faz muitos anos – perguntou quem era. Disseram-lhe que era o fundador da família, um antepassado perdido no tempo, que um pintor da época retratara sabe lá Deus por quantos patacos.

“Ele é o pai do pai do pai do pai do pai de meu pai”, pensou.

Por que, na partilha dos bens, sobrara-lhe o quadro é coisa que não sabe explicar. Quando os irmãos se separaram e deixaram a casa que seria demolida, talvez tivesse apanhado o “velho dos bigodes” (que é como o chamavam os meninos) e metido em um dos caixotes.

Agora estava ali a fazer-lhe companhia, espiando-o com seus olhos mansos em nada diferentes dos de seus semelhantes, outros avós, de outras famílias, em outras molduras.

Seu olhar calmo, de uma meiguice que os homens de hoje esqueceram de conservar, quanta coisa já contemplou? Quantos dramas, comédias, gestos, atitudes, festas, velórios? Quantas famílias de sua família?

Por certo viu moças que feneceram, homens que já não são mais. Assistiu impávido a batizados e casamentos, beijos furtivos, formaturas. Na sua longa experiência de emoldurado provavelmente pouco se comoveu com as comemorações e os lamentos, fracassos ou júbilos dos que transitaram, através dos tempos, frente às muitas paredes em que o colocaram.

Em 1850 morava numa fazenda, casa do bisavô. Depois, ao findar o século, noutra fazenda, de terras menos pródigas, foi testemunha muda e permanente de um lento caso de morte.

“Meu avô”, pensou o que esperava, dando mais um gole na bebida. Será que pressentira a chegada da morte? A saúde do velho esvaindo-se, apagando-se lentamente, como um chio. As intermináveis noites de apreensão, a tosse quebrando o silêncio, angustiando os que esperavam. Depois não foi preciso esperar mais. Depois mais nada.

Mais nada ou tudo outra vez, que um dos filhos levou consigo o “velho dos bigodes” para novas contemplações; de outras paredes para outros descendentes. 

O telefone toca violentamente. O que aguarda a notícia salta para ele e com voz rouca atende:

- Seu filho já nasceu – informa a voz do outro lado. E acrescenta:

- Tudo vai bem.

O homem volta sereno para o bar. Enche novamente o copo, agora a título de comemoração. Levanta-o à altura do peito, mas na hora de beber lembra-se do velho do quadro e saúda-o sem dizer qualquer palavra. Não fosse o nervosismo de há pouco e também os uísques que tomara, seria capaz de jurar que o “velho dos bigodes” sorrira. Manchete, 23/01/1957.

PORTO, Sérgio. O homem ao lado: crônicas / Sérgio Porto 1ª edição. – São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
Releia e responda: “Assistiu impávido a batizados e casamentos, beijos furtivos, formaturas.” Dê a classe gramatical da palavra grifada:
Alternativas
Q3067785 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Moda é política e reflete as transformações no mundo


        Se você fosse presidente do Brasil, que tipo de roupa usaria? Terninho com tênis como a Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos? As cores fortes dos blazers da ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel? Vestiria um jeans, de vez em quando, para mostrar conexão com as ruas? Ou biojoias e roupas nacionais, de marcas que ensaiam práticas sustentáveis, para ressaltar a consciência em relação ao meio ambiente e apoiar o design local?

        A cada eleição no Brasil, torço muito para ser surpreendida com candidatas mulheres assumindo governos, dominando o Congresso, em sintonia com os anseios contemporâneos e com as necessidades sociais do país – de preferência, usando a moda para ajudá-las a expressar suas convicções e propósitos.

        Acho triste ver políticos se vestindo de forma pasteurizada. O uso obrigatório do terno no Congresso tem a ver com isso, já que a moda autêntica expõe verdades – convenientes ou não. Enquanto estão de terno, aparentemente são todos iguais. Imponentes, trabalhando dentro das convenções e mantendo a estrutura patriarcal que, infelizmente, domina nossa sociedade e se reflete no governo.

        Como diria Costanza Pascolato, as aparências realmente não enganam. Repare que, quando alguém tenta se disfarçar usando uma roupa sem convicção, seu estilo nunca parece ajustado. Ao contrário: em geral, a pessoa acaba transmitindo uma imagem incoerente, falsa.

       É que a moda joga na cara nossas intenções e crenças, mesmo quando não nos damos conta disso. Assim, pode funcionar como armadilha para os políticos (honestos) que, seguindo orientações de seus marketeiros, repetem uma fórmula que não lhes cabe no vestuário – e, enquanto fingem ser quem não são, acabam escondendo suas verdades.

      [...]

        Difícil de escapar quando o Regimento Interno do Congresso, em vigor entre 2019 e 2023, aconselha às congressistas que usem tailleurs ou vestidos e sapatos sociais. Essa orientação ao público feminino tem origem no fato de que as mulheres só puderam começar a usar calças compridas no plenário (pasmem!) em 1997. Ainda hoje, o uso de jeans, tênis e sandálias rasteiras é estritamente proibido por lá.

       Espelho de uma época, a moda reflete as transformações do mundo, do novo movimento feminista à urgência por diversidade, da equidade racial às causas LGBTQIAP+. Na posse da vice-presidente norte- -americana, Kamala Harris, o grande destaque foi a variedade de looks – a maioria de designers negros e mulheres – em tons de roxo, alusão ao movimento sufragista, desfilados por convidadas e pela própria.

        Recentemente também, o movimento Time’s Up, criado por atrizes, diretoras e produtoras de Hollywood, denunciou abuso e assédio sexual no meio, no Globo de Ouro de 2018, com todas de preto no tapete vermelho.

        Moda é exatamente sobre isso. Podemos nos vestir sem pensar o que nossas escolhas significam, ou fazer das roupas uma voz para defender nossos ideais. Não só os políticos, mas cada um de nós. Vale na vida, no look de tomar vacina ou votar – mas vale mais ainda na hora de escolher as pessoas que vão representar você a partir de janeiro. E sempre.


(Texto adaptado. Maria Rita Alonso, Revista Marie Claire, 16/02/2022. Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/Blogs/Maria-Rita-Alonso/noticia/2022/02/ moda-e-politica-e-reflete-transformacoes-no-mundo.html)

Assinale a alternativa em que a palavra estrangeira é popularmente utilizada em língua portuguesa por meio do processo de formação por derivação sufixal. 
Alternativas
Q3067449 Português
Leia o texto a seguir:



Por que a geração Z e os millennials não atendem mais o telefone


"Olá, esta é a caixa postal de Yasmin Rufo. Por favor, não deixe mensagem, pois não vou ouvir, nem ligar de volta."

Infelizmente, esta não é a mensagem da minha caixa postal. Mas eu certamente gostaria que fosse, bem como a maior parte dos jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e dos millennials (nascidos entre 1981 e 1995).

Uma pesquisa recente concluiu que 25% das pessoas com 18 a 34 anos de idade nunca atendem o telefone. Os participantes responderam que ignoram o toque, respondem por mensagens de texto ou pesquisam o número online se for desconhecido.

A pesquisa do site Uswitch envolveu 2 mil pessoas. Ela também concluiu que cerca de 70% das pessoas com 18 a 34 anos preferem mensagens de texto a chamadas telefônicas.

Para as gerações mais velhas, falar ao telefone é normal. Meus pais passaram a adolescência brigando com seus irmãos pelo telefone fixo no corredor, o que só fazia com que toda a família ouvisse as suas conversas.

Já a minha adolescência foi passada em mensagens de texto. Fiquei obcecada por elas desde o momento em que ganhei meu Nokia cor-de-rosa de presente de aniversário, com 13 anos de idade.

Eu passava todas as noites depois da escola redigindo textos de 160 caracteres para os meus amigos.

Eu retirava todas as vogais e espaços desnecessários, até que a mensagem parecesse um grupo de consoantes aleatórias que os próprios serviços de inteligência teriam dificuldade de decifrar. Afinal, eu nunca iria pagar a mais para escrever 161 caracteres.

E, em 2009, as ligações telefônicas do meu celular custavam uma fortuna. "Nós não demos este telefone para você fofocar com suas amigas a noite inteira", relembravam meus pais sempre que recebiam minha conta telefônica, todos os meses.

Foi assim que surgiu uma geração de pessoas que só se comunicam por texto. As ligações por telefone celular eram para emergências e o telefone fixo era usado raramente para falar com os avós.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cwyw96x064eo. Acesso em: 31 ago. 2024.

Na palavra “INFELIZMENTE”, há:
Alternativas
Q3067447 Português
Leia o texto a seguir:



Por que a geração Z e os millennials não atendem mais o telefone


"Olá, esta é a caixa postal de Yasmin Rufo. Por favor, não deixe mensagem, pois não vou ouvir, nem ligar de volta."

Infelizmente, esta não é a mensagem da minha caixa postal. Mas eu certamente gostaria que fosse, bem como a maior parte dos jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e dos millennials (nascidos entre 1981 e 1995).

Uma pesquisa recente concluiu que 25% das pessoas com 18 a 34 anos de idade nunca atendem o telefone. Os participantes responderam que ignoram o toque, respondem por mensagens de texto ou pesquisam o número online se for desconhecido.

A pesquisa do site Uswitch envolveu 2 mil pessoas. Ela também concluiu que cerca de 70% das pessoas com 18 a 34 anos preferem mensagens de texto a chamadas telefônicas.

Para as gerações mais velhas, falar ao telefone é normal. Meus pais passaram a adolescência brigando com seus irmãos pelo telefone fixo no corredor, o que só fazia com que toda a família ouvisse as suas conversas.

Já a minha adolescência foi passada em mensagens de texto. Fiquei obcecada por elas desde o momento em que ganhei meu Nokia cor-de-rosa de presente de aniversário, com 13 anos de idade.

Eu passava todas as noites depois da escola redigindo textos de 160 caracteres para os meus amigos.

Eu retirava todas as vogais e espaços desnecessários, até que a mensagem parecesse um grupo de consoantes aleatórias que os próprios serviços de inteligência teriam dificuldade de decifrar. Afinal, eu nunca iria pagar a mais para escrever 161 caracteres.

E, em 2009, as ligações telefônicas do meu celular custavam uma fortuna. "Nós não demos este telefone para você fofocar com suas amigas a noite inteira", relembravam meus pais sempre que recebiam minha conta telefônica, todos os meses.

Foi assim que surgiu uma geração de pessoas que só se comunicam por texto. As ligações por telefone celular eram para emergências e o telefone fixo era usado raramente para falar com os avós.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cwyw96x064eo. Acesso em: 31 ago. 2024.

“Meus pais passaram a adolescência brigando com seus irmãos pelo telefone fixo no corredor, o que só fazia com que toda a família ouvisse as suas conversas” (5º parágrafo). Nesse trecho, as palavras destacadas são classificadas, respectivamente, como:
Alternativas
Q3067044 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Baleia colossal descoberta no Peru pode ser o animal mais pesado de todos os tempos

Uma baleia colossal antiga descoberta no Peru pode ser o animal mais pesado já registrado, de acordo com um novo estudo. Com uma massa corporal estimada de 85 a 340 toneladas, o peso da agora extinta Perucetus colossus é equivalente ou superior ao da baleia azul, que foi indiscutivelmente considerada o animal com a maior massa corporal até agora, disse Giovanni Bianucci, principal autor do estudo publicado em 02 de agosto, na revista Nature.
O esqueleto parcial de Perucetus, composto por 13 vértebras, quatro costelas e um osso do quadril, é estimado em 17 a 20 metros de comprimento. O espécime fóssil é menor do que o de uma baleia azul de 25 metros de comprimento − mas sua massa esquelética ainda potencialmente excedeu a de qualquer mamífero ou vertebrado marinho conhecido, incluindo seu parente gigante, de acordo com o estudo.
Além disso, Perucetus provavelmente pesava duas a três vezes mais que a baleia azul, que hoje pesa até 149,6 toneladas. "Perucetus poderia pesar quase duas baleias azuis, três argentinossauros (um dinossauro saurópode gigante), mais de 30 elefantes africanos e até 5 mil pessoas", disse Bianucci, que é professor associado de paleontologia no departamento de ciências da Terra da Universidade de Pisa, na Itália.
Perucetus provavelmente nadou lentamente devido à sua enorme massa corporal e estilo de natação, que era ondulatório e anguiliforme, o que significa que seu corpo flexível se movia em ondas curvas da cabeça à cauda.
Os ossos do Perucetus "são extremamente densos e compactos", disse Bianucci. "Esse tipo de espessamento e peso do esqueleto − chamado paquiosteosclerose − que o Perucetus compartilha com os sirênios não é encontrado em nenhum cetáceo vivo". Os sirênios são grandes mamíferos herbívoros aquáticos, como peixes-boi, vacas marinhas e dugongos.
O peso e o tamanho do Perucetus podem ter sido adaptações evolucionárias à vida em águas costeiras rasas e agitadas, disse ele, "onde um esqueleto particularmente pesado atua como um 'lastro'" para a estabilidade.
A descoberta é o resultado mais recente da "intensa atividade" de um grupo diverso de pesquisadores que começou em 2006 no Vale Ica, no sul do Peru, "em uma das mais importantes assembleias de vertebrados fósseis da Era Cenozóica", que ocorreu cerca de 66 milhões anos atrás, disse Bianucci.
Outros espécimes encontrados anteriormente nesta área incluem "Peregocetus pacificus, o cetáceo quadrúpede mais antigo que chegou ao Oceano Pacífico, Mystacodon selenesis, o ancestral mais antigo das baleias modernas e o enorme cachalote macropredador Livyatan melvillei", acrescentou.
"A extrema massa esquelética do Perucetus sugere que a evolução pode gerar organismos com características que vão além da nossa imaginação", disse Bianucci.

Extraindo um gigante

A primeira vértebra do Perucetus foi descoberta pelo paleontólogo peruano Mario Urbina Schmitt há mais de 10 anos, disse Bianucci. Schmitt, coautor do estudo, é pesquisador e coletor de campo no departamento de paleontologia de vertebrados do Museu de História Natural da Universidade Nacional de San Marcos, em Lima.
A escavação da Formação Paracas silte-argilosa "demorou vários anos devido à rocha dura, ao fato de o fóssil estar dentro do núcleo da montanha, ao tamanho extremo dos ossos e às duras condições ambientais do deserto de Ica", explicou.
Com aproximadamente 39 milhões de anos, o Perucetus colossus é novo para a família dos basilosaurídeos dentro da ordem Cetacea, que inclui baleias, golfinhos e botos. O nome da gigantesca criatura denota sua origem geográfica, Peru; "cetus", a palavra latina para baleia; e "kolossós", que em grego antigo significa "grande estátua".

Retirado e adaptado de: CNN. Baleia colossal descoberta no Peru pode ser o animal mais pesado de todos os tempos, aponta estudo. CNN. Disponível em: perruppooe-eero-animmaa-mais-ppesado-dde-od dos-os-temmpoos scoberta-no-peru-pode-ser-o-animal-mais-pesado-de-todos-os-tempos/ Acesso em: 07 ago., 2023.
Assinale a alternativa que apresenta correta pontuação:
Alternativas
Q3067014 Português
Qual das opções abaixo não faz parte de uma estratégia argumentativa:
Alternativas
Q3067011 Português
Qual das palavras a seguir é um exemplo de neologismo:
Alternativas
Q3067010 Português
Possui o mesmo radical a seguinte sequência de palavras:
Alternativas
Q3066893 Português
O texto adiante também é de autoria do escritor Cristovão Tezza. Leia-o e, em seguida, responda:

BLOGUEIRO DE PAPEL
(Cristovão Tezza)


    Antigamente a desgraça das crianças na escola eram os gibis. Coisa pesada, só péssimos exemplos: o Tio Patinhas, aquela figura mesquinha, de um egoísmo atroz, interesseiro e aproveitador, explorador de parentes; o histérico Pato Donald, um eterno fracassado a infernizar os sobrinhos; Mickey, um sujeitinho chato, namorado da também chatíssima Minnie; Pateta, um bobalhão sem graça. O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe. Walt Disney, esse complexo mundo freudiano, sob um certo ângulo, ou esse paladino do imperialismo capitalista, sob outro, foi a minha iniciação nas letras.
    O tempo passou, os marginais de Disney substituíram-se pelos integrados Cebolinha e seus amigos, todos vivendo pacificamente vidas normais, engraçadas e tranquilas em casas com quintal – e o vilão da escola passou a ser a televisão. Foram duas décadas, a partir dos anos 1970, agora sim, ágrafas. Com a conivência disfarçada de pais e mães (um alívio!), as crianças passavam horas diante da telinha. Estudar, que é bom, nada – é o que diziam. Acompanhei essa viagem desde a TV Paraná, canal 6, com transmissões ao vivo (não havia videoteipe) no estúdio da José Loureiro. Eu colecionava a revista TV Programas, assistia ao seriado Bat Masterson e aguardava ansioso a chegada de Chico Anysio, todas as quartas. Depois vieram a TV em cores, as redes nacionais, o barateamento do mundo eletrônico, e a famigerada telinha passou a ser o próprio agente civilizador do país – boa parte do Brasil via uma torneira pela primeira vez no cenário de uma novela das oito.
    E agora, com a internet, a palavra escrita voltou inesperada ao palco de uma forma onipresente. Não há uma página na internet sem uma palavra escrita; não há um só dia em que não se escreva muito no monitor, e não se leia outro tanto. Os velhos diários dos adolescentes de antanho voltaram em forma de blogues – a intimidade trancada na gaveta de ontem agora se escancara para o mundo. E, com ela, a maldição: ora já se viu – em vez de estudar, dá-lhe Orkut!
    Tio Patinhas era melhor? Não sei dizer, mas acho que há vilões muito mais graves que a internet. E sou suspeito, também fascinado pela novidade. É verdade que nunca me converti aos blogues, que sugam tempo e precisam ser alimentados todo dia, como gatos e cachorros. Mas cá estou eu, enfim, blogueiro a manivela, inaugurando minha vida de cronista.
[01/04/2008]
TEZZA, Cristovão. Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.
Releia e responda: “Quem escreve cartas é sempre um “narrador”, alguém a distância, e não uma pessoa ao vivo.” A colocação do sinal de aspas, na palavra destacada, pode incidir sobre a significação dessa palavra ou remeter a algum sentido implícito na construção em que ela está inserida. As afirmações adiante se reportam ao destaque deste sinal na palavra, porém APENAS UMA DELAS está CORRETA. Assinale-a:
Alternativas
Q3066888 Português
O texto adiante também é de autoria do escritor Cristovão Tezza. Leia-o e, em seguida, responda:

BLOGUEIRO DE PAPEL
(Cristovão Tezza)


    Antigamente a desgraça das crianças na escola eram os gibis. Coisa pesada, só péssimos exemplos: o Tio Patinhas, aquela figura mesquinha, de um egoísmo atroz, interesseiro e aproveitador, explorador de parentes; o histérico Pato Donald, um eterno fracassado a infernizar os sobrinhos; Mickey, um sujeitinho chato, namorado da também chatíssima Minnie; Pateta, um bobalhão sem graça. O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe. Walt Disney, esse complexo mundo freudiano, sob um certo ângulo, ou esse paladino do imperialismo capitalista, sob outro, foi a minha iniciação nas letras.
    O tempo passou, os marginais de Disney substituíram-se pelos integrados Cebolinha e seus amigos, todos vivendo pacificamente vidas normais, engraçadas e tranquilas em casas com quintal – e o vilão da escola passou a ser a televisão. Foram duas décadas, a partir dos anos 1970, agora sim, ágrafas. Com a conivência disfarçada de pais e mães (um alívio!), as crianças passavam horas diante da telinha. Estudar, que é bom, nada – é o que diziam. Acompanhei essa viagem desde a TV Paraná, canal 6, com transmissões ao vivo (não havia videoteipe) no estúdio da José Loureiro. Eu colecionava a revista TV Programas, assistia ao seriado Bat Masterson e aguardava ansioso a chegada de Chico Anysio, todas as quartas. Depois vieram a TV em cores, as redes nacionais, o barateamento do mundo eletrônico, e a famigerada telinha passou a ser o próprio agente civilizador do país – boa parte do Brasil via uma torneira pela primeira vez no cenário de uma novela das oito.
    E agora, com a internet, a palavra escrita voltou inesperada ao palco de uma forma onipresente. Não há uma página na internet sem uma palavra escrita; não há um só dia em que não se escreva muito no monitor, e não se leia outro tanto. Os velhos diários dos adolescentes de antanho voltaram em forma de blogues – a intimidade trancada na gaveta de ontem agora se escancara para o mundo. E, com ela, a maldição: ora já se viu – em vez de estudar, dá-lhe Orkut!
    Tio Patinhas era melhor? Não sei dizer, mas acho que há vilões muito mais graves que a internet. E sou suspeito, também fascinado pela novidade. É verdade que nunca me converti aos blogues, que sugam tempo e precisam ser alimentados todo dia, como gatos e cachorros. Mas cá estou eu, enfim, blogueiro a manivela, inaugurando minha vida de cronista.
[01/04/2008]
TEZZA, Cristovão. Um operário em férias, organização e apresentação Christian Schwartz; ilustrações Benett. – Rio de Janeiro: Record, 2013.
Releia e responda: “O estranho é que não havia propriamente “família” – os tios e tias misteriosos, todos sem pai nem mãe.” De acordo com as regras atinentes ao processo de formação de palavras, qual é o processo em que se enquadra a palavra grifada?
Alternativas
Q3066880 Português

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda:


Bichectomia, homoeomorfo e ninfoplastia

(Ruy Castro*)



    Nas últimas semanas, comecei a estranhar a incidência de palavras como sofrência, refrescância e picância no vocabulário das pessoas. Referiam-se respectivamente a sofrimento, refresco e picante. Não que estivessem erradas. Afinal, se temos ardência, ignorância e superabundância, por que não, como no mundo do futebol, valência, volância e centroavância, referindo-se aos valores (qualidades) de um jogador e às posições de volante e centroavante?

    O fato é que palavras antes nunca usadas estão entrando no nosso dia a dia como se não pudéssemos mais passar sem elas. Quem terá sido o primeiro a falar esta ou aquela? Como ela se propagou? Ninguém estranhou ao ouvi-la? Ou fez de conta que sabia do que se tratava? Eis algumas:

    Animicidade, aristopopulismo, bichectomia, bioestilador, cleptocracia, conspiritualidade, criptoassalto, cromoterapia, despolarização, ecocídio, economocrata, fibroplastia, flavorizante, hipergamia, hipomania, homoemorfo, hotelificação, informata, jogoteca, labioplastia, ludopatia, mastopexia, mentoria, microagulhamento, microfocagem, nepobaby, ninfoplastia, normopata, opinódromo, oxidativo, pornotortura, probiótico, reflexologia, reformômetro, romantasia, sináptico, sologamia, subótimo, supramáximo, tiktokização, tocofobia, e turbidez.

     Colhi todas essas palavras dos jornais dos últimos 30 dias, em textos que não se deram ao trabalho de defini-las. Note bem, todas são plausíveis, têm formação perfeita, e basta conhecer seus componentes para captar o seu significado, mas, que são esdrúxulas, são – e não me refiro a trocadilhos como jesuscidência, patriotário e neopentelhocostal, divertidos, mas, como todo trocadilho, infames.

    Confesso que boiei em algumas palavras e, ao ir ao dicionário, me surpreendi. Aliás, é o que lhe acontecerá se você for buscar o significado de, digamos, bichectomia, homoeomorfo ou ninfoplastia. Mas quero ver se algum deles nos dirá do que se tratam aruspicatório, carboxiterapia, criolipólise, fotoblastia, incretinomimético, mastócito, melasmítico, microbiota, lipocavitação, orofacial, picossegundo, tecarterapia e tranexâmico.


* Jornalista e escritor, Ruy Castro é autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, e membro da Academia Brasileira de Letras Edição Digital do jornal Folha de São Paulo, de 22 de setembro de 2024.

Marque a alternativa CORRETA, de acordo com o texto:
Alternativas
Q3066879 Português

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda:


Bichectomia, homoeomorfo e ninfoplastia

(Ruy Castro*)



    Nas últimas semanas, comecei a estranhar a incidência de palavras como sofrência, refrescância e picância no vocabulário das pessoas. Referiam-se respectivamente a sofrimento, refresco e picante. Não que estivessem erradas. Afinal, se temos ardência, ignorância e superabundância, por que não, como no mundo do futebol, valência, volância e centroavância, referindo-se aos valores (qualidades) de um jogador e às posições de volante e centroavante?

    O fato é que palavras antes nunca usadas estão entrando no nosso dia a dia como se não pudéssemos mais passar sem elas. Quem terá sido o primeiro a falar esta ou aquela? Como ela se propagou? Ninguém estranhou ao ouvi-la? Ou fez de conta que sabia do que se tratava? Eis algumas:

    Animicidade, aristopopulismo, bichectomia, bioestilador, cleptocracia, conspiritualidade, criptoassalto, cromoterapia, despolarização, ecocídio, economocrata, fibroplastia, flavorizante, hipergamia, hipomania, homoemorfo, hotelificação, informata, jogoteca, labioplastia, ludopatia, mastopexia, mentoria, microagulhamento, microfocagem, nepobaby, ninfoplastia, normopata, opinódromo, oxidativo, pornotortura, probiótico, reflexologia, reformômetro, romantasia, sináptico, sologamia, subótimo, supramáximo, tiktokização, tocofobia, e turbidez.

     Colhi todas essas palavras dos jornais dos últimos 30 dias, em textos que não se deram ao trabalho de defini-las. Note bem, todas são plausíveis, têm formação perfeita, e basta conhecer seus componentes para captar o seu significado, mas, que são esdrúxulas, são – e não me refiro a trocadilhos como jesuscidência, patriotário e neopentelhocostal, divertidos, mas, como todo trocadilho, infames.

    Confesso que boiei em algumas palavras e, ao ir ao dicionário, me surpreendi. Aliás, é o que lhe acontecerá se você for buscar o significado de, digamos, bichectomia, homoeomorfo ou ninfoplastia. Mas quero ver se algum deles nos dirá do que se tratam aruspicatório, carboxiterapia, criolipólise, fotoblastia, incretinomimético, mastócito, melasmítico, microbiota, lipocavitação, orofacial, picossegundo, tecarterapia e tranexâmico.


* Jornalista e escritor, Ruy Castro é autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, e membro da Academia Brasileira de Letras Edição Digital do jornal Folha de São Paulo, de 22 de setembro de 2024.

Dadas as assertivas:

I. Podem ocorrer transformações na configuração de um idioma, ao longo do tempo, e uma delas pode incidir na renovação de seu repertório vocabular;
II. No que diz respeito à organização lexical de uma língua, os trocadilhos têm a mesma estrutura e composição dos neologismos; e
III. Os neologismos especificados no texto, ainda que sejam estranhos, apresentam plausibilidade na sua composição e significação.

Está(Estão) correta(s) a(s) seguinte(s) assertiva(s), de acordo com o texto:
Alternativas
Respostas
101: B
102: A
103: D
104: A
105: D
106: D
107: C
108: A
109: E
110: E
111: D
112: B
113: C
114: E
115: A
116: E
117: B
118: B
119: E
120: B