Questões de Concurso Sobre crase em português

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Q1916242 Português


Leia o texto abaixo e responda a questão.



Tentação 


Clarice Lispector

Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. 
Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. 
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. 
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro.
Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela  passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos. Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos – lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. 
Mas ambos eram comprometidos. 
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina. 
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás. 
No trecho: “Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.”, há o uso correto do acento indicativo da crase. Nas alternativas abaixo também o uso do acento indicativo da crase está correto, EXCETO na alternativa:
Alternativas
Q1915843 Português
No que se refere ao correto uso da crase, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – Fomos à Pirapora.
II – Eles foram à Moldávia.
III – Os professores foram à Tailândia. 
Alternativas
Q1915523 Português

Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Observe a sentença retirada do texto “Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber”. Justifica-se o ‘a’ craseado, pois:
Alternativas
Q1915231 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão


Felicidade Clandestina

Clarice Lispector


Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão--postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se f icar vivendo com ele, comendo-o, dormindo--o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.
[...]
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa.[...]

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. [...] Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
[...]
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.
Leia as frases abaixo e assinale a alternativa INCORRETA quanto ao uso do acento indicativo da crase:
I - Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia
II - No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo
III - No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo
IV - Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo
Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESGRANRIO Órgão: ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR Provas: CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Administrador | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Assistente Social | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Biólogo | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Contador | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Economista | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Advogado | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro de Análise Probabilística de Segurança | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Civil | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Ambiental | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Designer | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Analista - Comunicação Social | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro de Produção | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro de Segurança do Trabalho | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Eletrônico | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Mecânico | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro de Telecomunicações | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Nuclear | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Eletricista | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Metalúrgico | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Arquivista | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Analista de Sistemas - Aplicação e Segurança de TIC | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Engenheiro Químico | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Físico - A | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Pedagogo | CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Químico |
Q1915130 Português
O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa na palavra destacada em:
Alternativas
Q1914938 Português
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da sentença:
Daqui ____ pouco, Ana chegará ____ Itália, sonho esperado ____ muito tempo, que finalmente passará ____ ser realizado.
Alternativas
Q1914404 Português
          A preocupação com o desenvolvimento das indústrias criativas ocorre de forma não intuitiva e direcionada há muitos anos. Em 1918, o presidente dos Estados Unidos da América, Woodrow Wilson, promoveu a nascente indústria cinematográfica, considerando que “o comércio vai atrás dos filmes”, uma afirmação clássica sobre o fato de que as indústrias criativas têm um significado que vai muito além do seu impacto econômico imediato. O governo australiano publicou, em 1994, um documento chamado Creative Nation, no qual já apresentava alguns posicionamentos oficiais sobre a pauta. Nele, afirmava que “uma política cultural também é uma política econômica” e que “o nível de nossa criatividade determina substancialmente nossa capacidade de adaptação aos novos imperativos econômicos”.

         Após as eleições para primeiro-ministro do Reino Unido, em 1997, foi realizado o primeiro mapeamento concreto e aprofundado sobre a economia criativa em uma nação. Esse mapeamento causou polêmica quanto à conceituação de indústria criativa. De acordo com a definição do governo inglês, as indústrias criativas são aquelas atividades que têm origem na criatividade, na habilidade e no talento individual e que potencializam a geração de riqueza e empregos por meio da geração e da exploração da propriedade intelectual. Os críticos que analisaram o projeto de Tony Blair/DCMS consideraram que as colocações deixaram o contexto muito aberto, pois poderia englobar áreas como engenharia e indústria farmacêutica, que não têm conexão com a economia criativa.

       Como em qualquer área de pesquisa, alguns cientistas apresentam visões bem controversas. O pesquisador estadunidense Richard Florida, por exemplo, trouxe o conceito de classe criativa. Segundo Florida, regiões metropolitanas com alta concentração de trabalhadores ligados a tecnologia, artistas, músicos, lésbicas e gays e o grupo definido por high bohemians são áreas com alto potencial de crescimento neste milênio. Na visão de Florida, as cidades devem posicionar-se de forma diferente no novo milênio e virar todos os holofotes para a economia criativa.

Vinnie de Oliveira. Economia criativa 4.0: o mundo não gira ao contrário.
Edição do Kindle (com adaptações)

Julgue o item seguinte, no que diz respeito às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.


A inserção do sinal indicativo de crase no vocábulo “a”, em “ligados a tecnologia” (terceiro período do último parágrafo), prejudicaria a correção gramatical do texto.



Alternativas
Q1914286 Português

Texto para o item.




Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

Quanto a aspectos linguísticos do texto, julgue o item.


O emprego do acento indicativo de crase em “às dores” (linhas 52 e 53) justifica-se pela regência do verbo “estar” (linha 52) e pela anteposição do artigo definido “as” ao substantivo “dores”. 

Alternativas
Q1914181 Português
Com base no texto 3 e na norma padrão escrita, considere as seguintes afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. Em “Um dos fatores que possibilitaram a transformação e o surgimento das línguas foi a navegação.”, o verbo em destaque pode ficar no singular, uma vez que a concordância plural nessa sentença é facultativa.
II. Em “[...] a língua portuguesa, que se transformou em meio às línguas indígenas, às africanas e às dos muitos imigrantes [...]”, o registro do acento indicativo de crase em destaque está incorreto, uma vez que se encontra diante de termo masculino.
III. Em “[...] que se transformou [...]”, o emprego da próclise é obrigatório, devido à ocorrência do pronome “que”.
IV. Os três registros de crase (linha 08) marcam a fusão da locução prepositiva “em meio a” com o artigo feminino plural “as” determinado pelo substantivo feminino plural “línguas”.
Alternativas
Q1914009 Português



Texto para o iten.




Internet: <www.nutrinewsbrasil.com> (com adaptações).

Em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.


Na linha 5, o emprego do acento indicativo de crase em “à soma” justifica-se pela regência da forma verbal “correspondem” e pela anteposição de artigo definido feminino ao vocábulo “soma”.
Alternativas
Q1913975 Português
Assinalar a alternativa em que o emprego da crase está INCORRETO:
Alternativas
Q1913970 Português

Os melhores assentos no avião para evitar infecções por vírus e bactérias


        Em períodos de surtos de doença, os aeroportos são os primeiros a perceber a epidemia. Foi assim com ______ gripe suína em 2009, com o ebola em 2014 e não é diferente com o coronavírus: vários passageiros usando máscaras, com álcool em gel na mão e se afastando de qualquer um que solte o mínimo espirro.

        Não é ______ toa. Espaços fechados e cheios de gente podem facilitar a disseminação desses vírus. Eles são transmitidos por gotículas de saliva que podem ficar em suspensão no ar ou se impregnar em superfícies.

        Para onde quer que você vá, algumas medidas de segurança e higiene sempre devem ser tomadas para evitar qualquer tipo de doença em viagens.

        Para os mais inquietos, é possível se prevenir ainda mais. O local do assento no avião pode determinar se você tem mais ou menos chances de pegar uma doença caso viaje com um paciente contaminado por um vírus ou bactéria.

        Não tem como adivinhar se você vai cair ao lado de alguém infectado. A solução é entrar em contato com o menor número de pessoas possível. Um estudo de 2018 da Universidade Emory, nos Estados Unidos, analisou a movimentação de passageiros dentro de voos transcontinentais – quem levanta mais do assento, vai ao banheiro e se aproxima mais de outros passageiros.

        Segundo o estudo, quem senta na janela tem cinco vezes menos encontros com outros passageiros, o que diminui as chances de entrar em contato com alguém infectado. O motivo para isso é intuitivo: quem senta na janela levanta bem menos do assento e só fica em contato próximo com quem está sentado ao lado.

(Fonte: Super Abril - adaptado.)

Assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto CORRETAMENTE:
Alternativas
Ano: 2022 Banca: UFSCAR Órgão: UFSCAR Prova: UFSCAR - 2022 - UFSCAR - Médico do Trabalho |
Q1913409 Português
O emprego do acento indicativo de crase é facultativo em:
Alternativas
Q1913316 Português
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, o uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
Alternativas
Q1912752 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Grande Barreira de Corais da Austrália sofre 'branqueamento massivo' 


Reconhecida como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Grande Barreira de Corais da Austrália está sofrendo um "branqueamento massivo", devido às altas temperaturas do mar - alertou o órgão que administra a reserva marinha.

Uma inspeção aérea mostrou que esse fenômeno tem ocorrido em vários recifes, "confirmando um episódio massivo de branqueamento, o quarto desde 2016", anunciou a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais. 

Os cientistas afirmam que a mudança climática e o consequente aquecimento dos oceanos estão entre as principais causas do branqueamento dos corais, que acontece quando esses organismos, submetidos ao estresse térmico, expulsam as algas que vivem em seus tecidos e dão a eles suas cores brilhantes.

Os corais podem se recuperar desse branqueamento, embora precisem de tempo e de temperaturas mais moderadas, disse este órgão. 

"Os padrões climáticos nas próximas duas semanas continuam sendo críticos para determinar o alcance global e a severidade do branqueamento de coral no Parque Marinho", afirmou.

Lar de cerca de 1.500 espécies de peixes e 4.000 tipos de moluscos, a Grande Barreira de Corais da Austrália é o maior sistema de recifes do mundo, com uma extensão de mais de 2.300 quilômetros ao longo da costa nordeste da Austrália.

Esta notícia surge quatro dias depois do início de uma missão da Unesco para determinar se este ecossistema listado como Patrimônio da Humanidade está sendo suficientemente protegido pelo governo australiano da mudança climática.

Este relatório deve servir ao Comitê do Patrimônio Mundial para decidir, em junho, se deve colocar este ecossistema na lista de lugares "ameaçados".

De acordo com a diretora-executiva do órgão australiano de ação climática Climate Council, Amanda McKenzie, os oceanos do mundo atingiram temperaturas recordes no ano passado. Para ela, a única maneira de enfrentar o problema é combater a mudança climática.

Um aumento médio de +1,5°C acima dos níveis pré-industriais deixaria mais de 99% dos recifes de coral do mundo sem condições de se recuperarem das ondas de calor marinhas cada vez mais frequentes, como advertiu um grupo de pesquisadores, no mês passado, no periódico PLOS Climate.


(Disponível em: https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/grande-barreira-de-corais-da-austr%C3%A1lia-sofre-branqueamento-massivo/arAAVu8F6?ocid=winp1taskbar. Adaptado.)

'[...] submetidos ao estresse térmico, expulsam as algas que vivem em seus tecidos e dão a eles suas cores brilhantes'.
Alterando algumas palavras na frase, teremos a seguinte situação quanto ao uso ou não da crase. 
Alternativas
Q1912712 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão


O que é gaslighting e como reconhecer que você está sendo manipulado 

Mais conhecida como uma forma de manipulação emocional em relacionamentos, a prática pode conferir abuso psicológico em diversos âmbitos.

É muito comum, nas relações interpessoais, que haja algum atrito, algum desentendimento ou discordância. Mas, quando este contexto é palco para uma pessoa distorcer as percepções do outro para ganhar poder, ainda mais de maneira sistêmica, estabelece-se uma maneira de abuso psicológico chamada gaslighting. O termo tem origem no filme Gaslight, de 1944, estrelado por Charles Boyer e Ingrid Bergman. Na trama, o marido tenta enlouquecer sua esposa, diminuindo e piscando as luzes (que eram movidas a gás) em sua casa e, então, ele nega quando a mudança das luzes é apontada pela esposa.

É uma forma extremamente eficaz de abuso emocional, que faz com que a vítima questione seus próprios sentimentos, instintos e sanidade. Em um relacionamento tóxico, por exemplo, uma vez que um parceiro abusivo tenha prejudicado a capacidade da vítima de confiar em suas próprias percepções, é mais provável que ela permaneça na relação. As técnicas de gaslighting podem incluir o questionamento da sanidade do outro, assumindo que a pessoa está "louca"; fingir a não compreensão do assunto ou reclamação; menosprezar ou desconsiderar os sentimentos da outra pessoa e, até mesmo, negar a existência da situação. Isso pode ocorrer em relações amorosas, familiares, políticas, de trabalho e em outras instâncias.

Um artigo da American Sociological Review, publicado em 2019, afirma que uma pessoa que usa técnicas de gaslighting também pode usar, intencionalmente, estereótipos negativos de gênero, raça, etnia, sexualidade, nacionalidade ou idade de uma pessoa para manipulá-la. Para superar esse tipo de abuso, é importante começar a reconhecer os sinais e, eventualmente, aprender a confiar em si mesmo novamente. Uma vez possível nomear essa dinâmica, há como trabalhar para mudá-la ou sair dela. De acordo com a autora e psicanalista Robin Stern, em artigo publicado no periódico Psychology Today, alguns dos sinais são: constante questionamento do próprio comportamento; sensação de confusão e loucura no trabalho; desculpar-se constantemente com os familiares, parceiros, chefes; esconder informações de amigos e familiares para não precisar explicar ou dar desculpas, entre outros.

Atos de abuso emocional, como o gaslighting, tendem a ocorrer ao lado de outros tipos de abuso. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência, pode pedir ajuda por meio do telefone 190 da Polícia Militar ou ligar para a Central de Atendimento à Mulher, por meio do número 180.


(Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2022/03/o-que-e-gaslighting-e-como-reconhecer-que-voce-esta-sendo-manipulado.html. Adaptado.)

'A mulher ou alguém que esteja presenciando alguma situação de violência, pode pedir ajuda por meio do telefone 190 da Polícia Militar ou ligar para a Central de Atendimento à Mulher, por meio do número 180'.
Na presente frase, nas expressões 'A mulher', 'para a Central', 'Atendimento à Mulher', a presença dos vocábulos 'A', 'a' e 'à' são exemplos de:
Alternativas
Q1912366 Português
Leia um trecho do livro de memórias Balão cativo, de Pedro Nava, para responder à questão. 

   Meu tio Modesto e seus amigos Briggs iam frequentemente ao cinema e sempre ao Velo. Eu, ainda adolescente, com eles. Íamos de segunda classe, quinhentos-réis por cabeça, porque só a gente besta do bairro ia de primeira e sentava-se espaçadamente em cadeiras tristonhas. Galegos apatacados*, proprietários, senhoras de chapéu de plumas, moças preciosas...
   Na segunda classe, os intervalos entre as partes do filme eram uma alegria de amendoins, pipocas, sorvete-iaiá e baleiro-balas. Todos se cumprimentavam, as senhoras davam adeusinho, os meninos falavam e corriam e subia aquele ruído de conversas misturado aos pios do flautim, aos gemidos do violino, às bolhas sonoras do saxofone regulados pela batida do pianista. Do lado de fora, a campainha batia sem parar chamando para entrar; só calando depois do início dos filmes cômicos e dos dramas.
   Sempre nos sentávamos com todo o cuidado: ponta esquerda o Briggs, depois sua mulher, depois minha tia e, na ponta direita, meu tio Modesto. Era a defesa contra os bolinas que infestavam os cinemas da cidade.
   Meu tio me instruía a ficar na fila de trás e vigiar os mal-criados que costumavam cutucar as senhoras ou soprar-lhes o pescoço. Os bolinas eram tratados pelas mais discretas a golpes de espetos de broche, alfinetes de cabeça e grampos de chapéu. Isto as discretas, porque as escandalosas davam o brado. Ao grito de bolina! bolina! respondia o lincha da plateia. As luzes se acendiam e o canalha era corrido a murros e pontapés, para enfim, moído e sangrando, cair nos braços da polícia na sala de espera. Essas execuções eram frequentes no Velo.
   Terminada a sessão, saíamos devagar para casa. Outro sorvete na beira da calçada. Os jardins despejavam lufadas cariocas de jasmim-do-cabo, magnólias e madressilvas. O céu baixinho, baixinho. A gente, se quisesse, podia segurar os galhos da treva, baixá-los e colher nas suas pontas as frutas de prata das estrelas.

(Pedro Nava. Balão cativo. Ateliê Editorial. São Paulo, 2000. Adaptado)

*apatacados: ricos
Considere a frase.
Havia jardins com jasmim-do-cabo, magnólias e madressilvas ________ quais se desprendia um aroma agradável e, ________ céu, semelhante ________ copa de uma árvore, podíamos colher estrelas.
De acordo com a norma-padrão e com o sentido do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
Alternativas
Q1912362 Português
Leia um trecho do livro de memórias Balão cativo, de Pedro Nava, para responder à questão. 

   Meu tio Modesto e seus amigos Briggs iam frequentemente ao cinema e sempre ao Velo. Eu, ainda adolescente, com eles. Íamos de segunda classe, quinhentos-réis por cabeça, porque só a gente besta do bairro ia de primeira e sentava-se espaçadamente em cadeiras tristonhas. Galegos apatacados*, proprietários, senhoras de chapéu de plumas, moças preciosas...
   Na segunda classe, os intervalos entre as partes do filme eram uma alegria de amendoins, pipocas, sorvete-iaiá e baleiro-balas. Todos se cumprimentavam, as senhoras davam adeusinho, os meninos falavam e corriam e subia aquele ruído de conversas misturado aos pios do flautim, aos gemidos do violino, às bolhas sonoras do saxofone regulados pela batida do pianista. Do lado de fora, a campainha batia sem parar chamando para entrar; só calando depois do início dos filmes cômicos e dos dramas.
   Sempre nos sentávamos com todo o cuidado: ponta esquerda o Briggs, depois sua mulher, depois minha tia e, na ponta direita, meu tio Modesto. Era a defesa contra os bolinas que infestavam os cinemas da cidade.
   Meu tio me instruía a ficar na fila de trás e vigiar os mal-criados que costumavam cutucar as senhoras ou soprar-lhes o pescoço. Os bolinas eram tratados pelas mais discretas a golpes de espetos de broche, alfinetes de cabeça e grampos de chapéu. Isto as discretas, porque as escandalosas davam o brado. Ao grito de bolina! bolina! respondia o lincha da plateia. As luzes se acendiam e o canalha era corrido a murros e pontapés, para enfim, moído e sangrando, cair nos braços da polícia na sala de espera. Essas execuções eram frequentes no Velo.
   Terminada a sessão, saíamos devagar para casa. Outro sorvete na beira da calçada. Os jardins despejavam lufadas cariocas de jasmim-do-cabo, magnólias e madressilvas. O céu baixinho, baixinho. A gente, se quisesse, podia segurar os galhos da treva, baixá-los e colher nas suas pontas as frutas de prata das estrelas.

(Pedro Nava. Balão cativo. Ateliê Editorial. São Paulo, 2000. Adaptado)

*apatacados: ricos
Nas frases reescritas a partir do texto, o sinal indicativo de crase está corretamente empregado em:
Alternativas
Q1912252 Português
Assinale a alternativa CORRETA com relação ao emprego da crase:
Alternativas
Q1910808 Português

Dia de Faxina


Estava precisando fazer uma faxina em mim... Jogar alguns pensamentos indesejados para fora, lavar alguns tesouros que andavam meio enferrujados...

Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.

Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões... Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei;

Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li. Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas... E as coloquei num cantinho, bem arrumadas.

Fiquei sem paciência!... Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste... Mas lá também havia outras coisas... e belas!

(...)

Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, porque quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante!

(...)

Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar...

Disponível em: https://www.contandohistorias.com.br/html/contandohistorias.html - Adaptado

No trecho "Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar... " o fenômeno linguístico da crase teve de ocorrer porque: 
Alternativas
Respostas
2141: A
2142: D
2143: B
2144: E
2145: D
2146: A
2147: E
2148: E
2149: B
2150: C
2151: D
2152: A
2153: C
2154: A
2155: D
2156: A
2157: E
2158: C
2159: D
2160: A