A linguagem humana evoluiu ancorada na
matemática: a exatidão dos números ajudou o homem a
investigar o encadeamento dos fatos e a coerência presente
nele. Isso se reflete na maneira como nos comunicamos,
explorando o raciocínio lógico para argumentar, fazer
inferências e elaborar hipóteses.
A História, portanto, deve muito aos gênios da
matemática. Desde as primeiras descobertas, na Grécia
Antiga, muitas invenções e revoluções foram realizadas com
ferramentas dessa ciência. A astronomia, por exemplo, é
uma área do conhecimento completamente dependente
dela.
Por meio de cálculos astronômicos, a agricultura
tornou-se possível e se desenvolveu. A compreensão dos
ciclos naturais levou estudiosos do passado a criar
cronogramas precisos de plantio e colheita, que fizeram
prosperar muitas culturas, como é o caso dos povos incas.
Além disso, grandes obras de engenharia e
arquitetura foram possíveis graças a matemática. A
construção das pirâmides do Egito, por exemplo, exigiu o
domínio de muitos conceitos dessa área: ângulos, relações
de razão e proporção e segmento áureo, entre outros.
O computador só existe porque os números existem.
Todos os equipamentos tecnológicos que conhecemos
funcionam com base em dados de programação – que são
matemática pura! Indiretamente, tudo aquilo que depende
de tecnologia tem alguma relação com essa disciplina.
Isso significa que garantir e preservar esse
conhecimento é muito fundamental. Não para entender
assuntos difíceis de economia (se possível, ótimo!), mas para
dialogar melhor com a realidade da vida social. É importante
saber que a matemática está em tudo: no relógio, nas
plantas, na previsão do tempo, nos jogos de tabuleiro…
Assim, aprender matemática na escola não precisa
ser um tédio. Reconhecer que tudo ao nosso redor pode ser
olhado por um viés matemático torna esse saber
significativo e aplicável. Sobretudo, a matemática é flexível:
mesmo com suas regras, ela muda e evolui. Quando os pais
e as escolas incentivam os alunos a simplesmente decorar
fórmulas e regras, acabam impedindo-os de descobrir essa
riqueza. O melhor jeito de ensinar e aprender essa ciência
fantástica é reconhecer seu caráter permeável, trabalhável –
transformando-a em uma amiga.
(Fonte: O Futuro Agora - adaptado.)