Os heróis que espalharam a capoeira pelo mundo – e influenciaram até o breaking
O Brasil não terá representantes na disputa de breaking nos Jogos de Paris, mas capoeiristas brasileiros tiveram
um papel importante na consolidação do esporte que fará sua estreia em Olimpíadas nesta sexta-feira (9/8).
No fim dos anos 1970 e início dos 1980, os capoeiristas baianos Jelon Vieira e Loremil Machado viviam em Nova
York, onde davam aulas de capoeira e se apresentavam em shows.
Uma amiga então os convidou a se exibir em uma escola pública no Bronx, bairro nova-iorquino considerado o
berço moderno do breaking.
“Era uma área bem perigosa”, conta à BBC Jelon Vieira, hoje com 71 anos. Ele diz que os alunos – na maioria
negros ou latinos praticantes de breaking – assistiram em êxtase à apresentação de capoeira, misto de dança e luta
legado por africanos escravizados e seus descendentes no Brasil.
Jelon diz que os estudantes ficaram impressionados com os movimentos e, após a exibição, tentaram imitá-los.
Começava ali um intercâmbio que duraria muitos anos e que, segundo Jelon, fez com que o breaking incorporasse
vários movimentos da capoeira, entre os quais o pião de cabeça, o relógio e o pião de mão (nos quais o praticante
rodopia apoiado em diferentes partes do corpo).
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c36n19kr646o. Acesso em: 8 ago. 2024, com adaptações.)