Questões de Concurso Comentadas para fauel
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Leia o texto a seguir e responda à questão:
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.
Trecho de Manuel de Barros, em Memórias
inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
I. O contexto das políticas públicas de saúde no final dos anos de 1970 e em toda a década de 1980, particularmente a repercussão no setor de recursos humanos.
II. A diminuição de busca aos consultórios de Psicologia por parte da população, causada por seu empobrecimento, a partir dos anos 80.
III. O movimento da própria categoria com o objetivo de redefinir a função social da Psicologia na sociedade
IV. A difusão da psicanálise e a psicologização da sociedade.
I. A manutenção da lógica ambulatorial e o foco no modelo clínico tradicional principal atividade realizada pelos psicólogos nos serviços de saúde, independentemente do tipo de população e da queixa atendida, ou do tipo de serviço e do nível de atenção em que o atendimento é realizado. Como efeito, as práticas dos psicólogos no SUS acabam por se apresentar pouco integradas (e implicadas) com os demais processos de trabalho que acontecem nos serviços, a exemplo da prática do acolhimento, da construção de projetos terapêuticos, da produção do cuidado, da realização de atividades de sala de espera, do atendimento em grupo, das visitas domiciliares, das oficinas terapêuticas, do matriciamento das equipes e das ações de fortalecimento comunitário e do controle social etc.
II. A supervalorização do caráter técnico e especialista – que considera muito pouco o trabalho interdisciplinar e em equipe e menos ainda a necessidade de articulação com as redes de serviços ou bases de apoio comunitário. Ou seja, são práticas com pouca abertura para operar ações compartilhadas de planejamento e gestão do trabalho, seja no interior das equipes e do próprio serviço, seja na esfera da gestão central, bem como o desenvolvimento de ações intersetoriais com outras políticas públicas ou equipamentos sociais voltados para o fortalecimento das fragilidades e potencialidades dos territórios.
III. Um permanente enfrentamento do modo clássico de organização dos processos de trabalho, um desabituar-se do entendimento tradicional e cotidiano sobre o saber técnico que define suas práticas e identidade profissional, habilidade para inserir-se no trabalho em equipe e transitar por conhecimentos interdisciplinares e habilidade para contagiar e conquistar novos parceiros de luta dentro e fora dos serviços, além de disposição para circular nas comunidades e permitir-se encontrar com o cotidiano das pessoas.